Voando com a KOREAN (PVG/ICN)
– com muito atraso (mais de 02 meses!) vamos retomar as publicações das avaliações dos voos realizados durante a 2ª Volta ao Mundo de 2019, realizada em setembro, que contou com a companhia da Patroa
– nesta curta jornada entre China (Shanghai) e Coréia do Sul (Seul), voamos apenas 511 milhas (cerca de 822 quilômetros); depois seguiríamos para o Japão, visitando a bela cidade de Tóquio
A COMPRA DA PASSAGEM
– este foi o último bilhete emitido para esta Volta ao Mundo, pois fiquei muito tempo analisando algumas alternativas
– a low-cost PEACH opera esta rota direta entre Shanghai e Tóquio, com um voo que parte de madrugada, mas este horário e o preço da passagem por pessoa (perto de R$ 1.000,00/pessoa) não me agradaram
– uma outra opção seria recorrer ao programa Milleage Plus da UNITED AIRLINES para emitir bilhetes com a parceira ALL NIPPON AIRLINES – ANA, mas eram necessários 25.000 milhas (por pessoa, em classe Econômica), quantidade que eu não tinha na minha conta para 02 passagens
– a parceria entre o Programa Smiles e a companhia coreana KOREAN AIRLINES surgiu como uma opção muito razoável, apesar do voo não ser direto (exigia conexão em Seul): 13.500 milhas em classe Econômica ou 26.300 milhas em classe Executiva (a nossa escolha + R$ 84,54 de taxas)
– a combinação de voos com conexão de poucas horas na capital coreana ia acabar “matando” 01 dia da nossa viagem, por isso, decidimos pela alternativa que trazia uma conexão de 22 horas, (chegando em Seul às 11:55h do sábado e partindo para Tóquio às 10:10h de domingo) que permitiria que fizéssemos uma exploração expressa da cidade (ambos não conhecíamos!)
A CIDADE DE SHANGHAI/CHINA
– chegamos em Shanghai no Airbus A340 da companhia escandinava SAS, voamos na classe Executiva vindos de Copenhagen/Dinamarca (confira AQUI a avaliação completa)
– foi nossa primeira visita à cidade chinesa e gostamos muito, ela reúne modernidade e tradição cultural; nosso hotel era muito bem localizado na região da East Nanjing Road, no coração da cidade; conseguimos visitar os principais pontos turísticos, incluindo o Jing’an Temple, Yu Garden e o Skyline com vista cinematográfica para Pundong
– um dos lugares que visitamos foi o chamado “Fake Market”, onde pode ser comprado de tudo (até terno de boa qualidade a preços atrativos) e muitos produtos de marcas famosas de procedência para lá de duvidosa; dentre as centenas de lojinhas, achei algumas que vendiam miniaturas de aviões, feitas de resina, sem trem de pouso e na escala 1/150; apesar do grande espaço que ocupariam nas malas, não resisti e comprei 03 delas, um preço médio de R$ 100,00: Airbus A340 da SAS, Airbus A380 da CHINA SOUTHERN e Boeing 747 da ALL NIPPON AIRWAYS – ANA (com pintura especial Pokemon)
A IDA PARA O AEROPORTO DE SHANGHAI/PVG
– o sistema de transporte público da maior cidade da China é muito eficiente, por isso, não tivemos dúvida de como iríamos do hotel para o aeroporto: uma combinação de metrô e trem de alta velocidade
– sacrificamos um pouco do sono e partimos do hotel com alguma margem de segurança para o voo com partida marcada para 10:10h; pegamos o metrô às 06:05h da “madrugada” na estação East Nanjing Road que ficava a 05 minutos de caminhada de nosso hotel; no subway de Shanghai há aparelhos de raio-x em todas as estações, o acesso às plataformas só é possível depois da inspeção de bolsas, mochilas, sacolas e malas
– o Pundong International Airport pode ser acessado de 02 formas: (i) a Linha Verde tem seu estação final no terminal, mas leva cerca de 01 hora e (ii) descer na estação Longyang Road, de onde parte o Maglev, o trem-bala que conecta diretamente a região central da cidade e o aeroporto (nossa opção); ele funciona de 06:45h até 21:40h (no sentido cidade/aeroporto) e de 07:02h até 21:42h (no sentido aeroporto/cidade)
– o ticket pode ser comprado na hora e custo é de 50 yuans (cerca de R$ 30,00) por pessoa, mas se for apresentada um comprovante de passagem aérea para o mesmo dia – nosso caso – é concedido um desconto de 10 yuans (20%)
– chegamos na estação às 06:25h e esperamos 05 minutos para ter acesso à plataforma; uma fila de mais ou menos 20 pessoas já estava formada na nossa frente; depois da liberação pelos funcionários, todos tiveram que passar as malas pelo aparelho de raio-x, mas eles pareciam acostumados ao procedimento, pois foi muito rápido, não demoramos muito para passar e, logo em seguida, subir uma escada rolante para acessar a plataforma e e entrar diretamente no trem-bala, que já estava pronto para a partida
– a Estação do Maglev é linda, com teto alto e em forma de um grande arco, com iluminação natural na região central da estrutura
– os vagões do trem-bala tem cor verde-claro, da mesma cor do estofamento das poltronas, que estão dispostas no esquema 3 x 3; no geral, é confortável e há compartimentos para alojar as malas maiores
– a saída em direção ao aeroporto foi feita às 06:45h em ponto e apenas 07 minutos depois chegamos no nosso destino, depois de percorrer mais de 30 quilômetros, com a velocidade superior a 300km/h sendo atingida durante o trajeto
– a estação do Maglev fica em uma área mais central do aeroporto, com fácil acesso aos Terminais 1 (para a esquerda), onde a KOREAN AIR opera, e Terminal 2 (para a direita)
– foram menos de 10 minutos de caminhada por corredores amplos onde esteiras rolantes estão instaladas na parte central, ajudando a agilizar o deslocamento dos passageiros
– esta seria nossa 1ª vez nesta área do terminal (quando chegamos em Shanghai, não passamos por ali) e fiquei impressionado: a estrutura é simplesmente linda, com arquitetura moderna, teto alto, estrutura de ferro e vidro, permitindo uma iluminação com luz natural
– os painéis eletrônicos indicavam que a KOREAN AIR atendia aos seus clientes na Seção H desta área de embarque do aeroporto
– a maior companhia sul-coreana dedica 04 guichês para a chamada Sky Priority, que atende aos passageiros com algum tipo de prioridade (classe Executiva, Primeira Classe e com status no programa Skypass ou outras companhias que compõem a aliança global SKY TEAM)
– fomos para o guichê 3 e o atendimento foi pouco caloroso e absolutamente prático; depois de perceber o longo tempo da conexão que faríamos em Seul, a funcionária perguntou de forma seca se gostaríamos de retirar as malas que seriam despachadas em Seul: respondemos que sim
– as bagagens que são enviadas para o porão da aeronave passam por um máquina de raio-x instalada logo atrás da funcionária do check-in e uma inspeção inicial é feita nelas; uma das nossas malas “caiu” no controle e tive que ir até uma salinha ao lado para abrir o cadeado e mostrar aquilo que tinha chamado a atenção da segurança; depois de abrir e mostrar que o conteúdo “suspeito” nada mais era do que um spray que a Patroa tinha comprado para o cabelo, não era nada demais; o nosso boarding pass ficou retido até que eu voltasse com a mala para que fosse feito novo despacho
– a KOREAN AIR e a administração do aeroporto chinês não disponibilizam uma área especial de Fast Track no controle de segurança para os passageiros que voam em Business Class
– chegamos na enorme área dos controles de PVG às 07:35h; são cerca de 40 guichês de imigração, mas a maioria deles não tinha funcionários das autoridades chinesas e a fila era enorme; demoramos mais de15 minutos e depois mais 10 para passar nossas bagagens de mão pelo aparelho de raio-x
A SALA VIP DA CHINA EASTERN
– os Lounges no Aer. de Shanghai são identificados por números: tínhamos que ir para o “36”, que pertence à CHINA EASTERN, que é uma companhia local e parceira da KOREAN AIR na aliança global SKY TEAM, por isso os passageiros da companhia coreana podem acessar a Sala VIP da chinesa
– esta Sala VIP é grande, com muitos ambientes, divididos em 02 pavimentos (não chegamos a subir para o superior), mas a planta era estranha, não traz amplitude ao espaço; estava bem cheio, principalmente na área perto do buffet, o movimento era grande naquela manhã de sábado em Shanghai
– o serviço de café da manhã que estava servido era variado, mas dei azar, eu gostava de poucas das opções: frutas, macarrão (tipo yakisoba de legumes), beterraba, feijão e amendoim cozido; para beber, uma máquina de café expresso e sucos estavam disponíveis
– não tivemos muito tempo para aproveitar o Lounge, comemos muito rápido e já estava na hora de partir, saímos de lá um pouco depois de 08:10h
O EMBARQUE NO BOEING 777-200ER
– a estrutura do Aeroporto no saguão de embarque também me chamou atenção, de forma muito positiva: tudo muito amplo, imponente e limpo
– a caminhada ate o Portão 20, onde já estava sendo realizado o embarque do voo KE896, não foi longa, chegamos lá em pouco mais de 05 minutos e uma longa fila já estava formada
– recorremos à fila de prioridades para entrar logo na aeronave; depois da conferência do boarding pass pelo funcionário, os passageiros precisam descer uma escada rolante bem ao lado das grandes janelas de vidro do aeroporto, que permitiam ver pelo meio da estrutura tubular o avião coreano acoplado ao finger
– o Boeing 777-200ER que nos levaria até a Coreia do Sul foi fabricado em setembro de 2001, sempre teve as cores da KOREAN AIR, carregando o prefixo HL7598 e está equipado com um par de motores PW4090; no finger ao lado, estava estacionado um Boeing 787 da JAPAN AIR LINES – JAL, pronto para partir para Tóquio no Japão, nosso destino depois de Seul
– na ponte de acesso, placas indicavam que quem viajaria na 1ª Classe ou Executiva deveriam seguir para a esquerda para acessar a porta 1L e para os passageiros da classe Econômica para a direita até a porta 2L; uma comissária da KOREAN AIR recepcionava a todos
– as enormes poltronas da First Class estão instaladas na parte mais frontal da aeronave: são apenas duas fileiras no esquema 1 x 2 x 1; naquele dia, dos 08 assentos, apenas 03 estavam ocupados
– a configuração da classe Executiva deste Boeing era 2 x 3 x 2, ou seja, um esquema igual ao utilizado pela LATAM BRASIL nos seus Triple 7 (que estão sendo retroflitados para 1 x 2 x 1); a 1ª sessão da Prestige Class tem apenas 02 fileiras de poltronas (7 e 8) e outras duas ficam na sessão posterior, logo atrás; o total é de 28 assentos de Business Class, apenas metade deles ocupados neste voo
– estávamos noa assentos 7H e 7J, na primeira fileira da Executiva, no lado direito; as poltronas são revestidas por um tecido azul piscina, o ambiente geral da cabine é lindo; um pequeno travesseiro estava colocado em cima de cada assento
– recebemos o menu do café da manhã que seria servido durante o voo (era 02 opções: quichê de espinafre ou noodle de frango com molho de ostra); não foi distribuída a tradicional necessaire de classe Executiva, o que não deixa de ser normal em função da curta duração do voo; mas ganhamos pantufas, com embalagem comemorativa dos 50 anos de vida da KOREAN AIR
– nossos celulares chegariam carregados em Seul: duas portas USB estão instaladas na parte de cima do assento e, além disso, na parte da frente da coluna central tem uma tomada universal
– eram 08:35h quando foi feito um anúncio pelo sistema de áudio de “boarding completed”, estávamos próximos da partida, com todos os passageiros embarcados
– o welcome drink foi oferecido logo em seguida: sucos (laranja ou goiaba) e água eram as únicas opções, nada de bebida alcoólica, o que é previsível em função do horário
– ainda antes da partida, uma Comissária veio até nós para fazer a anotação do nosso pedido de serviço de bordo: escolhi a quiche e a Patroa preferiu o macarrão com frango; logo depois, a Chefe de Cabine veio até nós, e de forma muito simpática e calorosa, se apresentou e informou que teríamos 01 hora e 36 minutos de voo até Seul, sem previsão de chuva no trajeto
– no bolsão grudado na divisória que separa a 1ª Classe e a Executiva, a KOREAN AIR entulha uma porção de coisas: saco de enjoo, revistas, catálogos de produtos Duty Free, safety card, adesivos (para que o passageiro sinalize para não ser perturbado ou que quer serviço de bordo) e cartão postal (foto da tripulação)
– nesta aeronave, a companhia sul-coreana ainda não instalou sistema de conectividade a bordo, portanto, não ficaria on line durante o voo
– um pouco antes da partida, o vídeo com instruções de segurança começou a ser exibido nos monitores instalados na parte central da aeronave; o áudio era em coreano, com legendas em inglês
O VOO PARA SEUL/ICN
– o procedimento de pushback foi iniciado às 08:56h, portanto, partíamos com um pequeno atraso de 06 minutos; naquele momento, caía uma chuva forte em Shanghai, por isso nada de fotos de outras aeronaves no pátio durante o taxiamento
– fizemos um longo trajeto até a cabeceira da pista 34L do maior aeroporto que atende à cidade de Seul, que tem 3.800 metros de extensão e onde alinhamos somente às 09:15h
– a aceleração da dupla de motores Pratt & Whitney foi iniciada somente 02 minutos depois e foram mais de 40 segundos até tirar o B777 do chão; as gotas da janela que prejudicavam a visão da paisagem foram rapidamente expulsas
– pegamos muitas nuvens e nos primeiros minutos e um céu azul querendo aparecer na fase inicial do voo; o sinal de apertar cintos demorou a ser apagado, o que aconteceu somente às 09:30h
– o café da manhã foi servido logo depois; a bandeja era entregue montada, com a opção de prato que tínhamos escolhido; os pães podiam ser escolhidos de uma cesta apresentada pela Comissária; potinhos de geleia, iogurte e manteiga completavam o serviço; o guardanapo não era de pano, como pode se esperar para a classe Executiva; mas a qualidade do papel era muito boa
– apesar da hora, aproveitei a oportunidade para experimentar algo que nunca tinha bebido: uma cerveja coreana (Cass Fresh), que foi servida um pouco quente, mas o sabor agradou
– a Comissária ainda ofereceu uma cumbuca com frutas frescas, mas eu a estava bem satisfeito, por isso recusei e o café foi oferecido por último (também não aceitei)
– enfrentamos uma fase de turbulência no meio do voo, o sol não apareceu e a paisagem pela janela era nuvens brancas para todos os lados
– hora de conferir as condições do banheiro, que está instalado entre as duas sessões da classe Executiva; estava limpo, mas achei pequeno para uma aeronave de fuselagem larga, além disso, nenhuma amenidade era oferecida pela KOREAN AIR, com exceção de um único kit de barbear colocado ao lado do sabonete líquido
– a tela do sistema de entretenimento fica “escondida” no braço centralda poltrona, tendo tamanho reduzido, baixa resolução e um sistema touchscreen “rebelde” que dificultava a navegação; em termos de conteúdo, dos filmes classificados pela KOREAN AIR com “new releases”, escolhi ver “Aladdin“, estrelado pelo Will Smith (o Gênio), Mena Massoud (o Aladdin) e Naomi Scott (a princesa Jasmine), com a opção de áudio e legendas em inglês (conteúdo em português inexistente)
– o fone de ouvido oferecido era muito bom e o controle remoto de estilo antigo está instalado no braço central, com acesso um pouco difícil, pois fica escondido
– a quando a Patroa se levantou para ir ao banheiro, aproveitei para botar a poltrona na posição horizontal: vira uma cama flat bed, com alguma angulação, ou seja, como se fosse um tobogã; os botões de controle do assento ficam na extremidade do braço direito
– faltando menos de 30 minutos para o pouso, lembrei de acessar a opção de Mapa de Voo disponível no sistema de entretenimento: tinha estilo retrô (ou seja, de geração ultrapassada); naquele momento, voávamos a 860 km/h
– o Aer. de Seul está instalado em um península, por isso a aproximação para pouso é feita com sobrevoo do Mar Amerelo, que tem muitas ilhas e embarcações navegando
– o trem de pouso foi armado e travado às 10:37h e o pouso foi realizado com segurança às 11:40h no horário local (o fuso horário em Seul com relação a Shanghai é de + 01 hora), pela pista 34, que tem 4.000 metros de extensão
– encostamos no terminal de passageiros do Incheon International Airport às 11:50h em uma posição perto da torre de controle e ao lado de um Boeing 777-300ER da companhia coreana
– o desembarque pela porta 1L do Triplo 7 não demorou a ser autorizada e a caminhada até a área de imigração foi rápida; foi muito tranquila a entrevista pelo oficial da autoridade coreana e me chamou a atenção que os nossos passaportes não foram carimbados, nos foi entregue uma espécie de recibo de entrada no país
– o grande salão onde ficam as esteiras de restituição de bagagem fica logo atrás e nossas malas demoram menos de cinco minutos para aparecer na esteira 4
AVALIAÇÃO GERAL: a relação custo-benefício da emissão de passagem usando milhas do Program Smiles foi excelente: menos de 30.000 milhas para 02 voos curtos em classe Executiva em aeronaves de grande porte; a facilidade de usar transporte público eficiente para chegar em um aeroporto internacional (neste caso, em Shanghai) é sempre algo digno de registro positivo; o Pudong International Airport me surpreendeu demais: estrutura linda e eficiente; o atendimento em solo da KOREAN AIR poderia ser mais caloroso e menos pragmático; a Sala VIP da CHINA EASTERN é boa, mas ficamos rápido e o buffet de café da manhã não me agradou; a configuração de cabine do Boeing 777-200ER da compania coreana é ultrapassada para a classe Superior, com um assento do meio na parte central da aeronave; o ambiente geral é lindo, em função da cor do estofamento das poltronas; o serviço de bordo foi ótimo, eu e Patroa gostamos muito das nossas escolhas, tudo fresco e saboroso; a atitude da tripulação foi simplesmente exemplar em todas as fases do voo, de fato, um destaque; no geral, minha primeira experiência com esta companhia aérea que está completando 50 anos foi muito boa
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