Voando com a ETHIOPIAN (DXB/ADD)
– em abril de 2021, dei uma escapada para o Oriente Médio, aproveitando que o trabalho me permitia ficar em home office; passei uma semana bem intensa nos Emirados Árabes Unidos, conciliando um monte de videoconferências da “firma” com os programas de turismo
– cheguei em Dubai depois de pegar voos na classe Executiva da QATAR AIRWAYS (a avaliação completa está AQUI), partindo de Guarulhos a bordo de um Airbus A350-1000, fazendo conexão em Doha, de onde embarquei em um Boeing 777-300ER
A EMISSÃO DA PASSAGEM
– a programação original de volta ao Brasil era voar novamente com a QATAR, mas desta vez em classe Econômica, novamente, no B777 e no A350
– entretanto, no dia anterior da data marcada para o retorno, consultei a disponibilidade de passagem no Programa Smiles e apareceu uma opção de voltar em classe Executiva com a ETHIOPIAN AIRLINES
– o “valor” era de 35.100 milhas Smiles + R$ 4.240,00; achei a relação custo-benefício razoável, considerando a mínima antecedência e a duração dos voos
– eu partiria de manhã bem cedo de Dubai (05:40h), pegaria um voo de 4 horas e 20 minutos de duração estimada até Addis Ababa, a capital da Etiópia, de onde pegaria outro voo até o Brasil (Guarulhos), em uma jornada de mais 12 horas; os voos seriam operados pelo Boeing 787 Dreamliner
– depois que fiz a emissão, recebi por e-mail a confirmação e, com o código da reserva, acessei o site da ETHIOPIAN e consegui fazer a escolha de assentos; neste momento, descobri a configuração interna da cabine superior da companhia africana: 2 x 2 x 2
Reserva de assentos no B787
O AEROPORTO DE DUBAI
– estava em um hotel na região do World Trade Centre, uma região mais afastada do centro de Dubai e mais próxima do aeroporto; paguei 45 dirhans (cerca de R$ 55,00) no UBER, foram menos de 25 minutos de trajeto
– naquela época de pandemia, o Aeroporto de Dubai estava operando parcialmente, o Terminal 1 ainda estava fechado, os voos estavam concentrados no Terminal 3, onde cheguei por volta de 03:30h
– naquele horário “de madrugada”, o movimento de passageiros na área de check-in era bem reduzido; fiz o processo Tax Free sem filas, fui direto no quiosque de autoatendimento e recebi alguns dólares de volta das minhas compras
– há vários monitores espalhados nesta área, com informações dos voos programados para partir; naquela manhã de abril de 2021, a quantidade de voos era pequena
– os guichês de atendimento da ETHIOPIAN AIRLNES estão localizados no Setor 5, que fica na parte final a esquerda, a caminhada até lá é curta, leva poucos minutos
– a companhia africana dedica uma fila para os passageiros da Cloud Nine (“apelido” da classe Executiva), assim como aqueles que possuem status superior na aliança Star Alliance, que a ETHIOPIAN faz parte; fui para lá, mas nenhum funcionário estava disponível no guichê; demorei 10 minutos para ser chamado; o atendimento foi rápido, bem menos burocrático do que tive quando voei com a EMIRATES dois meses antes; o funcionário não pediu comprovação da vacinação completa, mas exigiu aquele Formulário exigido pela Anvisa para entrar no Brasil, o que não foi um problema, pois eu tinha feito direitinho
– passar pelo controle de segurança e passaporte foi muito tranquilo, simplesmente não peguei fila, fui direito no aparelho de raio-x e no balcão das autoridades locais
– logo me chamou a atenção que o período de ramadã (que corresponde ao nono mês do calendário islâmico) estava sendo exaltado na área de embarque do Aer. de Dubai
– a área comercial da área de embarque é incrível em Dubai; a quantidade de lojas e restaurantes/lanchonetes e a intensidade de iluminação utilizada são impressionantes
– a sinalização também é ostensiva, para que os passageiros possam circular de forma mais ordenada
– naquela época de pandemia, a administração do aeroporto adotava uma série de medidas sanitárias; a mais visível era a sinalização para distanciamento instalada nos assentos localizados perto dos portões de embarque; em algumas áreas, tinha até proteção de acrílico entre poltronas
A SALA VIP “THE GALLERY”
– a ETHIOPIAN oferece a facilidade de uso de Sala VIP em Dubai, com uma parceria com o lounge The Gallery, que fica perto do Portão B8 e acessível por meio de um elevador que leva ao andar superior do terminal
– o espaço é aberto e com uma estrutura muito aconchegante, com móveis em estilo mais clássico e bem confortáveis; naquela hora, o Lounge estava vazio
– com relação ao buffet, alguns procedimentos especiais estavam sendo adotados em função da pandemia: um garçom estava encarregado de servir bebidas diretamente na mesa e a comida era oferecida com a ajuda de um funcionário num balcão localizado na parte mais central da Sala VIP
O EMBARQUE NO BOEING 787
– por volta de 04:55h, parti do Lounge para pegar o voo ET613 com destino a Addis Ababa e que tinha partida marcada para 05:40h
– a caminhada foi rápida até o Portão B12, onde cheguei exatamente às 05h da matina; o fluxo de passageiros no balcão era pequeno, o embarque já estava na fase final
– reparei que os funcionários da companhia africana eram rigorosos com relação à bagagem de mão dos passageiros: uma balança era usada para controlar o peso das malas de bordo; fique apreensivo, eu levava uma mala pequena e uma mochila que estavam bem pesadas, provavelmente, acima do peso permitido; falei que estava na classe Executiva e o funcionário liberou minha passagem sem pesá-las
– quem me levaria até a capital da Etiópia era o Boeing 787-8 de prefixo ET-AOV, máquina que está na frota da ETHIOPIAN desde que foi fabricado em junho de 2014; o embarque estava sendo feito unicamente pela Porta 2L do Dreamliner
– eu tinha escolhido o assento 4L, localizado na última fileira do lado direito da aeronave; a poltrona tinha revestimento de tecido na cor vermelha; o cobertor (com protetor cinza) e travesseiro (verde) já estavam disponíveis; e tive uma surpresa negativa: não teria uma janela ao meu lado, a solução era fazer um exercício de alongamento para tirar fotos e fazer vídeos durante o voo
– enquanto acomodava minhas bagagens no bagageiro superior, uma simpática Comissária veio e me entregou uma garrafinha de água e a necessaire na cor vermelha; o kit de amenidades da ETHIOPIAN é completinho, mas os itens são mais simples, sem luxo
– na estrutura inferior dos assentos da frente, há porta-treco para colocar objetos pessoais e, na parte superior, o fone de ouvido do sistema de entretenimento estava disponível; uma porta USB e uma tomada universal estão instaladas no braço da poltrona, achei o acesso um pouco difícil
– no Boeing 787 da ETHIOPIAN não há bagageiro superior na área central da aeronave; acho que em voos lotados, falta espaço para as malas de mão dos passageiros da classe Executiva
– alguns minutos antes da partida, outra Comissária veio até mim para anotar o pedido da refeição matinal; a ETHIOPIAN não usava um menu impresso, ela me falou (em inglês) as opções de café da manhã: omelete, panqueca ou frutas
– a Cloud Nine está configurada com 24 lugares, são apenas 04 fileiras no esquema 2 x 2 x 2, ou seja, as pessoas que viajam na janela não têm acesso direto ao corredor da aeronave; neste voo, apenas 09 passageiros estavam na classe Executiva e nenhum deles estava ao meu lado
O VOO PARA ADDIS ABABA
– o procedimento de pushback foi iniciado às 05:35h, portanto, antes do horário previsto; taxiamos pelos pátios do enorme Aer. de Dubai com um lindíssimo início de manhã, seria mais um dia de sol e calor nos Emirados Árabes Unidos; a quantidade de Boeing 777 com as cores da EMIRATES sempre impressiona
– enquanto isso, o vídeo com a demonstração das instruções de segurança era exibido de forma compulsória nos monitores individuais (em inglês e amárico); o conteúdo é “padrão”, sem maiores inovações, a ETHIOPIAN recorre a membros da tripulação de cabine para passar todas as mensagens
O VOO PARA ADDIS ABABA
– a decolagem foi realizada pela pista 12L de Dubai e iniciada às 05:50h, que tem impressionantes 4.351 metros de extensão; você pode conferir como foi lá no canal do V&A no YouTube:
– a paisagem de deserto nos primeiros minutos de voo chamam a atenção! Dubai fica no meio de um terreno muito árido!!!!
– o sinal de apertar cintos foi desligado somente 06:01h, pegamos uma leve turbulência na fase inicial do voo; com isso, o café da manhã só foi servido às 06:30h
– os itens foram entregues de uma vez só: a bandeja veio com o prato de panquecas, potinho de frutas, pães (doce, croissant e com cereais), pote de iogurte, manteiga, e geleias; para beber, eu tinha pedido café preto (que não foi servido) e suco de laranja (servido em copo de vidro)
– quando a Comissária veio recolher a minha bandeja, ela me perguntou se eu queria algo mais, insisti no café, ressaltando que ele não tinha sido servido ainda; poucos minutos depois, finalmente recebi, mas estava morno, muito longe da temperatura ideal
– os talheres utilizados pela ETHIOPIAN na Business Class são de aço e personalizados com a logomarca da companhia africana
– depois de matar a fome, decidi dormir; mas não foi um sono bom, acordei por volta de 08:15h
– isto porque a poltrona não vira uma cama 180 graus, ou seja, não é uma full flat, ela tem o famoso (e temido) estilo tobogã; além disso, achei o travesseiro pequeno e muito mole, do jeito que não curto
– os botões de comando da poltrona estão instalados no braço central, com fácil acesso e manuseio
– com relação ao sistema de vídeo do B787 da ETHIOPIAN, os comentários não são positivos: a tela é pequena e de baixa resolução; o monitor até tinha a tecnologia touchscreen, mas funcionava de forma arcaica
– o controle remoto fica em um nicho no braço direito da poltrona; tem pequena dimensão e o seu uso é fácil e intuitivo
– o fone de ouvido estava embalado com plástico, para demonstrar que tinha sido higienizado e para alertar aos passageiros que não se trata de um brinde e precisa permanecer a bordo; o acessório funcionava bem, com bom isolamento do som ambiente
– em termos de conteúdo do sistema de vídeo, pensando no público brasileiro, vi um ponto negativo logo de cara: para navegar, não há a opção de língua portuguesa
– outro ponto negativo: pesquisei e achei disponíveis poucas opções de filmes; alguns deles traziam a opção de legendas em português
– as grandes janela do Boeing 787 permitiam uma bela visão: o motor GE empurrava a aeronave rumo à Etiópia, acima de uma densa camada de nuvens brancas; de vez em quando, uma brecha nelas permitia ver o solo africano lá embaixo
– o sistema de vídeo tem a opção “Mapa de Voo“, com um design ultrapassado; naquele momento, estávamos a mais de 12.000 metros de altitude, voando a mais de 860km/h, com uma temperatura externa de –55 graus; já tínhamos voado por mais de 03 horas e percorrido 2.600 quilômetros
– o sistema também trazia informações sobre a frota da ETHIOPIAN, que tinha naquele momento 121 aeronaves, fabricadas pela Airbus (A350). Boeing (787, 777, 767. 757F e 737) e Bombardier (turbo-hélice Q400)
– era hora de ir ao banheiro escovar os dentes; fui naquele instalado bem atrás do cockpit e dedicado para passageiros da Business; achei pequeno, mas estava limpinho; a ETHIOPIAN oferece como amenidade adicional lencinhos umedecidos personalizados com a logamarca da companhia
– quando voltei para o meu lugar, decidi que era hora de “abrir os trabalhos” e pedi um champagne; fui atendido logo depois, em uma taça de vidro; da marca Lallier (Grande Réserve – Brut), foi servido em ótima temperatura
– eram 09:10h quando foi feito um anúncio pelo Comandante (que era brasileiro, por sinal, ex-piloto da GOL) de que estávamos começando o procedimento de descida; eram 09:22h quando ele fez o clássico aviso “Cabin crew, prepare for landing“; o trem de pouso foi armado e travado 05 minutos depois
– pegamos tempo chuvoso na reta final do voo e na aproximação para pouso, com muitas nuvens; uma pena, queria ter tido uma melhor visão da capital etíope
– o pouso foi realizado de forma suave pela pista 25L do Aeroporto de Addis Ababa, que tem 3.800 metros de extensão às 09:30h (08:30h no horário local, já que a diferença de fuso horário entre Etiópia e Emirados Árabes é de -1 hora); o voo durou 03 horas e 40 minutos
– encostamos no terminal de passageiros perto de 09:50h depois de taxiar muito lentamente, passando por muitas aeronaves de fuselagem larga em posição remota, e de ficar parados um pouco no meio do pátio esperando a liberação da ponte de embarque que estava ocupada por outra aeronave
– o desembarque foi autorizado rapidamente e todos os passageiros saíram pela porta 2L do Boeing 787, que estava acoplado ao finger do extremo do terminal etíope
AVALIAÇÃO GERAL: foi a minha 1ª (e única até agora) experiência com a ETHIOPIAN AIRLINES, companhia que eu tinha muita curiosidade de voar e avaliar; no geral, gostei da estreia! A passagem foi emitida em cima da hora e preferi voar em classe Executiva, portanto, a combinação de milhas + dinheiro foi razoável; o Boeing 787 é uma máquina que oferece um ótimo voo, em função de uma série de tecnologias embarcadas; em contraste, a classe Executiva está configurada com equipamentos de geração mais antiga, tanto pelo layout (2 x 2 x 2), quanto pela estrutura das poltronas e sistema de vídeo; a tripulação teve atitude correta e simpática em todas as fases do voo, com pequenos “delitos” (esqueceram o café preto, por exemplo); em termos de serviço de bordo, o café da manhã foi servido de forma bem montada e tudo estava saboroso; a única taça de champagne que tomei foi muito bem aprovada!
Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.