Voando com a GOL (CWB/GRU/GIG)
– nesta fase de crise as minhas viagens a trabalho simplesmente se resumiram a zero; por conta disso, decidi aproveitar alguns finais de semana para manter acesa a chama de gostar de voar e fiz uma série de viagens para conferir como as companhias aéreas e a administração dos aeroportos se prepararam para receber os passageiros
– as avaliações completas de alguns destes voos já estão publicadas e estão disponíveis nos links abaixo:
Rio / Brasília / Rio no Airbus A319 da LATAM BRASIL: confira AQUI
Rio / Campinas no Airbus A320Neo da AZUL: confira AQUI
Campinas / Rio no Airbus A320Neo da AZUL: confira AQUI
A COMPRA DA PASSAGEM
– no início de julho, eu ainda não tinha passado pelo Aer. de Curitiba e não tinha voado e avaliado a GOL fiz uma série de pesquisas na Internet e consegui encaixar para o dia 05 de julho um ‘bate-volta’ do Rio para a capital do Paraná
– para isso, com cerca de 20 dias de antecedência, consegui boas oportunidades: torrei 6.000 pontos do Programa Tudo Azul (+R$ 34,57 de taxas) e 6.200 milhas (+R$ 34,57 de taxas) do Programa Smiles
– na programação original, eu partiria de manhã do Rio, passaria por Campinas, chegaria no meio da manhã em Curitiba e pegaria um voo direto de volta à Cidade Maravilhosa na hora do almoço; entretanto, tanto a AZUL (na ida) quanto a GOL (na volta) fizeram mudanças na malha aérea e tive que fazer um malabarismo para conseguir fazer uma nova combinação de horários, mas tendo que fazer conexão em Guarulhos no retorno também
– além disso, tive que confiar muito na pontualidade da AZUL para dar tudo certo: eu teria pouco tempo para sair de um avião e entrar em outro depois de pousar em Curitiba
A IDA PARA CURITIBA
– os voos da AZUL até a capital parananse foram operados pelo A320Neo, parti do Santos Dumont no meio da tarde e fiz uma rápida conexão no Aer. Viracopos/VCP no final da tarde ((AD4353, 15:25h + e AD4312, de 17:25h)
O AEROPORTO DE CURITIBA/CWB
– o movimento de passageiros era reduzido naquele início de noite de domingo no terminal curitibano
– o painel eletrônico indicava que somente mais mais 04 voos seriam operados naquela noite: o meu para Guarulhos (19:25h), um da AZUL para Campinas e dois da LATAM (Congonhas e Guarulhos, com partida para 21:10h); na manhã seguinte, as operações começariam as 06:00h
– este terminal é administrado pela companhia estatal Infraero e adotou uma série de providências de segurança para o enfrentamento da epidemia
– os assentos espalhados pela área de embarque estão marcados com adesivos para evitar que pessoas sentem próximas umas das outras; via de regra, o esquema era: três lugares eram marcados com “Deixe este assento livre” e um estava liberado para uso
– no geral, há boa sinalização no chão para incentivar o distanciamento, além de folders espalhados pela área de embarque, cartaz nos banheiros e mensagens alertando para o uso obrigatório de máscaras faciais no painel eletrônico
– uma medida adicional de prevenção era o sistema para passar álcool gel nas mãos com acionamento com o pé, ou seja, o passageiro não precisava de contato manual para higienizar as mãos
– a grande loja Duty Free que fica próxima ao controle de segurança estava aberta, assim como uma joalheria que fica no saguão principal; os quiosques e outras lojas estavam fechados
– com relação aos pontos de alimentação, uma cafeteria estava aberta e algumas pessoas estavam sentadas em mesas instaladas ao lado fazendo um lanche; outras lanchonetes estavam iluminadas, porém não estavam funcionando
O EMBARQUE NO BOEING 737-800
– o embarque do voo 1217 estava sendo realizado pelo Portão 7; uma longa e organizada fila estava formada; de todos os voos que peguei nesta fase de pandemia, este foi o único que todos passageiros mantiveram um bom distanciamento entre eles neste momento
– fui um dos últimos a embarcar, a fila já estava bem pequena, mas usei a fila de prioridades para agilizar minha entrada na aeronave; no portão de embarque, um funcionário da GOL vestindo luvas estava de prontidão com um pote de álcool gel oferecendo aos passageiros
– o Boeing 737-800 (modelo de aeronave padrão da GOL) escalado para este voo tinha o prefixo PR-GUV Foi entregue novinho à companhia brasileira em dezembro de 2012
– meu assento era o 3F, do lado direito da aeronave; este é um dos 30 lugares chamados de “Gol +”, que oferece um maior e generoso espaço para as pernas; o meu status Diamante no Programa Smiles me permite escolher este lugar sem custo adicional; dei sorte, não teria ninguém ao meu lado
– este B737 tem a clássica configuração 3×3 (três poltronas de cada lado) deste tipo de aeronave de corredor único e tem a tecnologia da Boeing “SKY Interior”; além disso, a GOL instalou o sistema de conectividade Wi-Fi, que permite, mediante pagamento, acesso a Intenet
– portas USB estão instaladas na estrutura das poltronas da frente, permitindo que o celular fosse carregado durante o voo
– o Chefe de Cabine fez um speech específico detalhando todas as medidas de segurança que estão sendo adotadas para a operação dos voos durante a pandemia; uma delas foi a retirada da revista de bordo do bolsão da poltrona da frente, onde somente o cartão com as instruções de segurança estava disponível
– as portas do Boeing foram fechadas às 19:20h; logo em seguida, o Chefe de Cabine informou que teríamos 50 minutos de voo até o maior aeroporto da América do Sul; por fim, pediu que todos os passageiros desconectassem os aparelhos das portas USB para a decolagem
O VOO PARA O AER. DE GUARULHOS/GRU
– o procedimento de pushback foi iniciado às 19:23h, momento que em que as instruções de segurança foram demonstraras de forma manual pela tripulação; partíamos com 02 minutos de sobra com relação ao horário previsto
– o Comandante se dirigiu a todos durante o taxiamento, informando que não teríamos fila para a partida, com previsão de 52 minutos de voo e pouso em Guarulhos às 20:20h, onde estava fazendo 20 graus
– chegamos rapidamente na cabeceira da pista 33 do Aer. de Curitiba, que tem 2.218 metros de extensão; eram 19:28h quando o B737 fez uma curva acentuada para a esquerda e os 02 motores CFM-56 foram acionados, iniciando a aceleração em potência máxima para a decolagem
– nos primeiros minutos de voo foi possível apreciar pela janela do Boeing 737 a capital paranaense toda iluminada
– por volta de 19:35h foi feito um anúncio do Chefe de Cabine de que o serviço de bordo foi reformulado para enfrentar a pandemia do COVID-19, para diminuir o risco de exposição dos tripulantes e clientes e que copinhos de água eram fornecidos sob demanda; ele esclareceu que um snack seria oferecido no momento desembarque, com embalagem devidamente higienizada
– naquela noite, o céu estava claro e uma intensa lua iluminava a janela da aeronave
– o Comandante fez o anúncio de “Tripulação, início da descida” às 19:55h e uns 05 minutos depois começamos a sobrevoar a iluminada região litorânea de Santos; acionei no meu celular o Mapa de Voo do sistema de entretenimento para confirmar a localização
– o tradicional aviso do Piloto de “Tripulação, preparar para o pouso” foi feito às 20:04h, junto com as orientações de prevenção à pandemia recomendadas pela Anvisa; as luzes foram acesas três minutos depois, a cabine ficou iluminada em tons de azul
– pela janela do 737, era hora de contemplar a imensidão da Grande São Paulo
– o trem de pouso foi armado e travado às 20:10h e a tocamos a pista 09L do Aer. de Guarulhos às 20:12h, com total segurança, um procedimento preciso
– mesmo com as orientações claras e precisas da tripulação para que o desembarque fosse feito de forma organizada (basicamente, fila a fila), para evitar a aglomeração de pessoas no corredor da aeronave, tivemos o inexplicável e indesejável “Campeonato Brasileiro de Esperar em Pé a Porta do Avião Abrir“
– na porta da aeronave, um membro da tripulação distribuía um snack salgado integral, cumprindo a promessa feita no início do voo
O AER. DE GUARULHOS/GRU
– o movimento de passageiros era relativamente alto naquele final de domingo no Terminal 2, que concentra os voos domésticos no Aer. de Guarulhos (até a AZUL que normalmente usava o Terminal 1 migrou)
– a consulta ao painel eletrônico com o detalhamento dos voos indicou que mais de 20 partiriam nas próximas horas, para diversos destinos (Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Recife, Ribeirão Preto, Manaus, Brasília, Uberlândia, Goiânia, Vitória, Fortaleza, Belém, Florianópolis, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Rio de Janeiro, Campo Grande e Fortaleza)
– este terminal paulista tem administração privada e também adotou uma série de medidas para evitar a disseminação do contágio do COVID-19; uma série de painéis estão espalhados pelos corredores do saguão de embarque, bem como sinalização de incentivo ao distanciamento foi instalada no piso
– álcool gel também está disponível para a higienização dos passageiros, mas o esquema adotado não é o mais apropriado, pois o frasco precisa ser acionado com a mão
– a sinalização de restrição parcial de uso dos diversos assentos espalhados pela área de embarque é ostensiva, com a indicação de que um lugar poderia ser ocupado e o do lado não
– me chamou a atenção que, ao contrário do Aer. Santos Dumont, os bebedouros estavam liberados para uso
– em relação à parte comercial, a realidade naquele início de julho no principal aeroporto brasileiro era de contraste: muitas lojas abertas (inclusive a âncora e maior Duty Free) e outras fechadas
– a realidade não era diferente para a parte de alimentação: algumas lanchonetes, cafeterias e restaurantes abertas e outras fechadas, com destaque para a TGI Fridays, que não estava funcionando
Lanchonetes no Aer. de Guarulhos Lanchonetes no Aer. de Guarulhos Lanchonetes no Aer. de Guarulhos Lanchonetes no Aer. de Guarulhos
– o embarque do voo 1066 para o Rio de Janeiro/GIG, agendado para 22:35h seria feito no Portão 220, que fica na parte extrema do Terminal 2
– a partir de 21:30h, a concentração de passageiros nos arredores do gate foi aumentando e um mínimo distanciamento estava sendo respeitado
– o anúncio de que o procedimento de embarque estava sendo iniciado foi feito às 21:50h e fui logo para a fila de prioridades para entrar logo na aeronave
– a ponte de embarque do Aer. de Guarulhos tinha uma marcação improvisada no piso, com uma fita amarela sugerindo a distância entre passageiros, em caso de fila no processo de embarque
– um outro Boeing 737-800 estava escalado para esta curta viagem entre SP-Rio, desta vez era o de prefixo PR-GUD, que foi entregue novinho à GOL em outubro de 2010
– meu assento nesta última etapa de 04 voos daquele dia era o 3A, desta vez do lado esquerdo do Boeing
– o procedimento de pushback foi iniciado às 22:30h, portanto, estávamos saindo adiantados com relação ao horário previsto
– foi feito um rápido taxiamento, com outros Boeings da GOL a frente e a caminho da cabeceira da pista 09L, que tem 3.700 metros de extensão
– a decolagem foi iniciada às 22:44h e o B737 demorou quase 40 segundos para começar a ganhar altitude
– eram 23:04h quando foi ouvido o anúncio do Piloto, que falava de forma muito acelerada e dificultava uma correta compreensão, de que 23:20h era a previsão de pouso e que a temperatura no Rio de Janeiro era de 21 graus
– apenas 04 minutos depois, o sistema de áudio foi utilizado para anunciar “Tripulação, por favor, preparar para o pouso“; neste momento, já sobrevoávamos a região metropolitana carioca, mas a janela do Boeing estava muito arranhada, dificultando o registro de fotos
– o trem de pouso foi armado às 23:13h e 05 minutos depois tocamos a pista 15 do Aeroporto Internacional do Galeão
– mais uma vez, mesmo com os orientações claras da tripulação, tivemos o inexplicável e indesejável “Campeonato Brasileiro de Esperar em Pé a Porta do Avião Abrir”
– o Boeing que me trouxe de volta para casa era um dos poucos aviões no pátio do terminal internacional do Rio de Janeiro
– depois do desembarque, tive meu primeiro contato com o Galeão depois de muitos meses, pois a última vez que passei por lá tinha sido em 03 de fevereiro de 2020, quando embarquei rumo a Brasília
– já estava tarde, o cansaço já estava batendo, não era hora de reparar em todas as medidas de segurança que a administração do aeroporto tinha adotado para esta fase da pandemia, mas reparei que a sinalização no piso era bastante ostensiva
AVALIAÇÃO GERAL: a passagem com milhas do Programa Smiles para 02 voos de curta duração teve uma relação custo-benefício bem razoável, ainda mais considerando a pouca antecedência da emissão; os aeroportos de Curitiba e Guarulhos adotaram uma série de medidas preventivas de combate ao contágio do COVID-19, com diferentes níveis de acertos; nesta fase, fazer uma avaliação do serviço de bordo perde o sentido, pois uma das medidas preventivas adotadas pelas companhias aéreas foi justamente não servir nada durante o voo; o Boeing 737 é uma aeronave extremamente funcional para os trechos operados e a facilidade de sentar de forma gratuita no chamado assento “Gol +” tem seu valor; as tripulações dos 02 voos tiveram atitudes corretas, com destaque às comunicações muito claras e diretas associadas ao coronavírus; a ansiedade das pessoas para sair logo da aeronave depois do estacionamento é algo que não tem razão ou explicação; em resumo, foi mais uma experiência interessante este meu primeiro contato com a GOL na época de crise
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