Voando com a Turkish (TLV/IST)

– vamos em frente com minha longa jornada para ver a final do Mundial de Clubes da FIFA e torcer para o meu Flamengo contra o Liverpool
– a distância entre Istambul/Turquia para Doha/Qatar não é grande: apenas 724 milhas (cerca de 1.160 quilômetros) separam as 02 importantes cidades desta região do planeta

A CHEGADA EM TEL AVIV
– um Boeing 787-8 da LATAM CHILE me levou do Brasil (Guarulhos/GRU) até Israel, onde pousei às 17:35h; voei na classe Executiva depois de conseguir um upgrade, um benefício decorrente do meu status Black Signature do programa LATAM PASS (confira AQUI todos os detalhes)


– o processo de conexão em Tel Aviv foi bem tenso; a EL AL, a maior companhia aérea israelense, não fez deste aeroporto um hubbing, por isso, são poucos passageiros que passam por lá para pegar outro voo em seguida
– tudo parecia ser de improviso: primeiro tive que usar um telefone em um guichê vazio e informar para um funcionário que estava fazendo uma conexão

– 05 minutos depois este funcionário apareceu um com uma prancheta, onde anotou meus dados de passaporte e voos de chegada e partida; ele me indicou o caminho para acessar um salão no andar inferior com uma pequena esteira de bagagens; ao lado, depois de um portão de vidro que estava fechado, uma sala onde 02 máquinas de raio-x estão instaladas; fiquei esperando por cerca de 30 minutos e apenas mais uma dezena de passageiros chegou

– 03 agentes da imigração chegaram e começaram a preparar a área, ligando os computadores; eles abriram o portão e começaram a chamar os passageiros de forma aleatória; dei sorte, fui o segundo; a “entrevista” com a agente foi longa, muitas perguntas, algumas delas repetidas: eu não escondi que meu destino final, depois de passar por Istambul, seria Doha; depois da sabatina, finalmente fui autorizado a passar minhas bagagens pelo raio-x e fui liberado em seguida
O AEROPORTO DE TEL AVIV/TLV
– o Aeroporto Ben Gurion (que leva este nome em homenagem ao primeiro Primeiro Ministro do país) recebeu quase 25 milhões de passageiros em 2019
– a estrutura geral do aeroporto me surpreendeu muito positivamente: o terminal tem arquitetura moderna, com tudo amplo e boa sinalização

– na parte mais central há um enorme salão em forma de círculo e com teto muito alto e onde estão “pendurados” 02 enormes painéis eletrônicos com as informações das partidas dos voos naquela noite de 5ª feira; além disso, são muitas cadeiras e mesas espalhadas, um balcão de informação e uma lanchonete




– nos corredores que partem do saguão principal de forma diagonal, estão instaladas lojas de muitas grifes internacionais (inclusive uma joalheria brasileira H. Stern) e uma grande loja Duty Free (dei uma volta rápida nela e não vi nada de interessante para comprar)




– o único ponto que considerei negativo neste aeroporto israelense foi a praça de alimentação: pequena e com poucas opções

A SALA VIP DAN LOUNGE
– com a falência da AVIANCA BRASIL, eu perdi meu status Gold na aliança global STAR ALLIANCE e, com isso, a possibilidade de usufruir de alguns benefícios quando (principalmente, a possibilidade de usar Sala Vip) estou voando com companhias parceiras da aliança, como é o caso da TURKISH AIRLINES
– para resolver este problema, em novembro de 2019, fiz um processo de “status challenge“: mandei um e-mail para a TURKISH com cópia do meu cartão Black do LATAM PASS, do extrato de voos e do passaporte; 03 dias depois a companhia me deu upgrade no meu status do program Miles&Smiles, ou seja, consegui voltar a ser Gold
– fiz pesquisas prévias na Internet e o site da TURKISH AIRLINES indicava que um lounge terceirizado era utilizado pela empresa turca no aeroporto de Tel Aviv
– não foi fácil achar o Dan Lounge, pois as placas traziam informações desencontradas; um outro passageiro estava com a mesma dificuldade e acabamos ficando juntos na “caça ao tesouro”


– depois de percorrer em vão alguns corredores do aeroporto e depois de até achar uma Sala Vip com a marca Dan que estava fechada, conseguimos finalmente achar a porta certa de um Lounge aberto, por volta de 19:25h


– o casal de recepcionistas teve dificuldades para entender que eu tinha direito a ter acesso ao espaço; eu estava voando TURKISH AIRLINES, mas com um boarding pass impresso pela LATAM CHILE (categoria Black Signature), que também usa esta Sala em Tel Aviv; ou seja, eu era elegível a usar o Lounge em função do meu status nas 02 companhias aéreas; mas isto provocou confusão neles, que ficaram falando entre si, tiraram uma cópia do meu cartão de embarque, consultaram um manual e, até que enfim, liberaram minha entrada
– o espaço não é grande e estava bem vazio quando cheguei, foi fácil arrumar uma mesa vazia com tomada perto para carregar os celulares; mas 40 minutos depois encheu muito (inclusive alguns brasileiros, que embarcariam de volta ao Brasil no voo da LATAM CHILE na mesma aeronave que me levou)


– as janelas de vidro (limpas) trazem uma visão ampla para uma pequena parte do pátio, onde um Boeing 737-800 da ETHIOPIAN AIRLINES estava sendo preparado para voltar para a África

– a área de buffet fica no fundo da Sala VIP; a variedade de itens era pequena e as opções disponíveis eram simples: massa parafuso, salada (verde e quinoa), alguns quitutes árabes e legumes; fiz um prato com pão, a massa e pasta de grão de bico


– para matar a sede, algumas opções de sucos e refrigerantes, escolhi algo que não temos no Brasil: Coca Diet; em termos de bebida alcoólica, o destaque era uma serpentina da cerveja nórdica Carlsberg e, também, opções de vinhos branco e tinto produzidos localmente em Israel



O EMBARQUE NO BOEING 777-300ER
– com horário de partida do meu voo agendado para 21:00h, parti da Sala VIP às 20:15h; os painéis eletrônicos indicavam que o embarque do flight TK899 seria feito pelo portão B6
– a caminhada até lá foi rápida, tive que seguir a esquerda no corredor onde eu já estava; esteiras rolantes ajudam no deslocamento




– uma pequena fila estava formada no Gate, mas não havia ninguém na área dedicada às prioridades, para onde fui; quando passei meu cartão de embarque, uma luz vermelha indicou algum problema; o boarding pass impresso pela LATAM novamente causou estranheza, desta vez, ao agente do balcão; ele consultou um computador e imprimiu um novo cartão, liberando meu embarque em seguida




– estava escalado para este voo até Istambul o Boeing 777-300ER de prefixo TC-JJT (que carrega o apelido de “Çukurova”, que é nome de uma província na região centro-sul da Turquia) e foi entregue novinho à empresa turca em setembro de 2014



– o embarque dos passageiros estava sendo feito unicamente pela Porta 2L, onde um carrinho com jornais estava encostado na parte final da ponte de embarque; entrando na aeronave e seguindo a direta, passei por uma sessão da classe Executiva, que tem o esquema 2 x 3 x 2 e estava bem vazia ainda


– na classe Econômica podem viajar 300 passageiros e a configuração interna de cabine era a boa 3 x 3 x 3 (para comparação, na LATAM BRASIL é 3 x 4 x 3); o ambiente geral da cabine era bem colorido, com poltronas com revestimento verde claro e encostos de cabeça as cores vermelho, vinho, verde claro e verde escuro





– meu assento era o 34A, uma janela do lado esquerdo da aeronave; um pequeno travesseiro já estava disponível em cima de todas as poltronas, junto com o fone de ouvido do sistema de vídeo; neste voo, dei sorte: ninguém viajaria ao meu lado, somente uma jovem estava sentada no corredor

– quando fui colocar minhas malas no bagageiro superior, reparei que algumas mantas tinham sido embarcadas e eram entregues pela tripulação mediante solicitação
– uma porta USB está instalada bem ao lado do monitor do sistema de vídeo, mas não funcionou durante o voo; mas não fiquei sem carregar meu celular: usei a do monitor ao meu lado, aproveitando o lugar vazio

– o espaço para as pernas não era generoso, mas, para compensar um pouco, está instalado um encosto para os pés, item que traz um conforto adicional


– algo que me chamou muito a atenção neste momento pré-partida foi a “poluição sonora” a bordo: o barulho era grande, muita gente falando alto, outros fazendo chamada de vídeo no celular; a impressão é que ninguém tinha colocado os aparelhos no modo silencioso, com um festival de toques
– eram 21:05h (05 minutos depois do horário programado de partida) quando foi feito um anúncio por uma Comissária de “boarding completed”, indicando que todos os passageiros já estavam a bordo; o voo estava cheio, a ocupação neste voo era próxima de 90%
– o vídeo com a demonstração das instruções de segurança foi exibido logo em seguida, primeiro em turco e, depois, inglês; a TURKISH AIRLINES produziu um simpático desenho animado




– um Boeing 787-8 da AIR INDIA estava na posição ao lado sendo preparado para voltar para Nova Deli (ele partiu antes da gente)

– no bolsão da poltrona da frente, a TURKISH AIRLINES coloca a revista de bordo Skylife e o catálogo Shop & Miles, além do cartão com as instruções de segurança

O VOO PARA ISTAMBUL/IST
– eram 21:33h e ainda estávamos parados acoplados ao finger do Aeroporto de Tel Aviv, quando foi feito um anúncio pelo Comandante: eu não entendi direito o inglês “com ovo na boca” dele, mas entendi que tinham passageiros perdidos pelo terminal, o que me pareceu estranho demais
– o procedimento de pushback foi iniciado somente às 21:37h, portanto, partíamos com atraso significativo de quase 40 minutos
– o taxiamento foi bastante lento até a cabeceira da pista 26 que tem 4.062 metros de extensão, onde chegamos somente às 21:54h, aguardamos um pouco em posição de decolagem e 02 minutos depois a dupla de motores GE-90 começaram a empurrar o Boeing 777 em potência máxima; foram 43 segundos para tirar o gigante de mais de 300 toneladas do chão


– comecei logo a explorar o sistema de vídeo; a tela de bom tamanho, com resolução apenas razoável, com sistema touchscreen; há opção de menu de navegação em português, afinal a companhia turca opera voos diários para Guarulhos/GRU (e de lá para Buenos Aires, apenas 04 vezes por semana)



– vasculhando as opções de filmes, escolhi para assistir “Ad Astra – Rumo às Estrelas” estrelado por Brad Pitt e Tommy Lee Jones, que conta a história de um astronauta em missão para o espaço, cruzando a galáxia para tentar descobrir o que aconteceu com seu pai, que se perdeu há vinte anos a caminho deNetuno



– o fone de ouvido era bem básico, igual ao que recebemos nos voos dos E-Jets da AZUL no Brasil, mas funcionava direitinho; o controle remoto está instalado logo abaixo da tela


– de repente, presenciei uma treta das boas a bordo: um coroa turco estava sozinho na fileira 33, bem na minha frente, e mesmo antes da decolagem tinha deitado esparramado nas 03 poltronas; um casal sentado mais à frente precisou ser reacomodado, pois o ar-condicionado estava pingando em cima deles e precisavam trocar de lugar; os únicos assentos juntos e livres eram exatamente aqueles ao lado do coroa; a Comissária o acordou e ele foi tomado pela ira: falava alto e se recusava a liberar os lugares vazios; chegaram mais 02 Comissários para tentar acalmar a situação; a jovem turca que estava no corredor ao meu lado levantou e disse que trocaria de lugar para resolver a confusão; com isso, o casal se sentou na minha fileira e perdi o conforto de viajar com o assento vazio ao meu lado
– as coisas se acalmaram e a paz voltou a reinar na cabine do Boeing 777 da TURKISH AIRLINES

– na parede que divide as classes Econômica e Executiva, havia a indicação de que aquela aeronave contava com um sistema de conectividade Wi-fi e também de TV ao vivo; tentei diversas vezes acessá-lo, mas não tive sucesso

– o serviço de bordo foi iniciado às 22:15h, mas só chegou na minha fileira dez minutos depois; a Comissária me entregou de forma robótica uma bandeja de papelão que tinha: potinho de plástico com salada de peito de frango e batata, embalagem com sanduíche caprese, potinhos com mousse de chocolate e água; os talheres eram de plástico; tive que comer a sobremesa voando, pois às 22:31h começou o recolhimento do lixo pela tripulação de cabine


– quase me esqueci de acessar a opção de Mapa de Voo do sistema de vídeo quando faltavam 24 minutos para a chegada em Istambul; naquele instante, voávamos a 512 km/h e a uma altura de 4.914 metros

– o trem de pouso do Triplo 7 foi armado e travado às 23:41h (ou 00:41h no horário turco, pois a diferença de fuso entre Tel Aviv e Istambul é de apenas +1 hora) e pousamos com total segurança pela pista 16R, que tem 3.750 metros de extensão, às 23:45h; o procedimento foi seguido de uma salva de palmas dos passageiros, celebrando a chegada em segurança no nosso destino; a duração total do voo foi de apenas 01 hora e 48 minutos, um pouco mais do que minha rota “preferida” Rio-Brasília


– cheguei no novo aeroporto que atende a região de Istambul e que foi inaugurado em outubro de 2018 e que recebe todos os voos com destino à cidade turca desde abril de 2019; este terminal é simplesmente enorme, atualmente, são 2 pares de pistas paralelas e 08 taxiways


– o taxiamento foi muito longo, parecia até que estávamos perdidos, dando voltas, pois percorrermos uma grande distância; encostamos somente às 01:02h no terminal de passageiros do novo Aeroporto de Istambul; o desembarque foi feito pelas Portas 1L (passageiros da Executiva) e 2L (galera da Econômica)



– eu faria uma conexão bem longa, o meu voo para Doha no Qatar partiria somente às 13:35h, por isso, não pude acessar uma área de “short connection international“, localizada bem ao lado de onde desembarquei


– tive que percorrer um longo corredor do moderníssimo aeroporto (tratei mais detalhes dele no próximo flight report) para chegar na área de transferência de voos; não precisei fazer o processo de imigração, passei apenas por nova inspeção de segurança e acessei a área de embarque



AVALIAÇÃO GERAL: com relação ao preço da passagem, vou resgatar o que já registrei na avaliação do voo da LATAM CHILE do Brasil para Israel, afinal, trata-se do mesmo bilhete: “considerando o contexto de emissão da passagem (ida para a final da Copa do Mundo de Clubes em Doha/Qatar) do Rio para Guarulhos, de lá para Tel Aviv e, finalmente, Istambul, e também o fato de ter conseguido o upgrade para a Premium Business, os R$ 3.000,00 investidos tiveram uma boa relação custo-beneficio“; o Aeroporto de Tel Aviv foi uma grata surpresa, não esperava uma estrutura tão moderna, com pontos negativos relativos à pequena praça de alimentação e sinalização falha para o acesso ao lounge que a TURKISH AIRLINES usa no terminal israelense; a Sala VIP “Dan” é pequena e ficou lotada, com opções simples de comida e bebida; o Boeing 777-300ER é uma máquina fantástica e a configuração adotada pela companhia turca na classe Econômica é ótima (3 x 3 x 3); o atraso de 40 minutos foi grande demais, não pode ser ignorado; o espaço para pernas não era dos melhores, mas o encosto para os pés traz um conforto adicional; o serviço de bordo para um voo de menos de 02 horas foi muito bom; a tripulação teve uma atitude “fria” nos meus poucos contatos durante a viagem e acho que não soube gerenciar muito bem a confusão com o passageiro na fileira da frente; no geral, foi uma interessante experiência com a TURKISH AIRLINES

Oiii tudo bem ? Espero que sim !
Adorei seu artigo muito bom mesmo;
Sucesso 🙂