VOANDO COM A COPA (PTY/GIG)
– chegamos à última etapa da Volta ao Mundo de 2019, hora de, finalmente, pegar um voo diretamente para casa e matar a saudade do resto da família, afinal, a Patroa me acompanha na aventura desde Nova York
– depois de sair do Brasil, passar pela Europa, Oriente Médio, Ásia, América do Norte e Caribe, chegou a hora de rumar para da América Central para a terrinha; a distância entre Panamá City/PTY e Rio de Janeiro/GIG é de 3.285 milhas (cerca de 5.280 quilômetros)
A EMISSÃO DA PASSAGEM
– todos os detalhes da emissão deste ticket já foram expostos na avaliação completa do voo anterior deste giro ao redor da Terra; neste flight report, vou fazer um resumo executivo
– a Patroa não se sentiu bem horas antes de nossa partida de St. Maarten para Miami e perdemos nosso voo com a AMERICAN AIRLINES; fiz muitas pesquisas para arrumar um novo jeito de voltar para casa e a COPA AIRLINES e o Programa Smiles acabaram surgindo como a melhor alternativa; a companhia panamenha opera 03 voos semanais entre a Cidade do Panamá e St. Maarten
– a quantidade de milhas exigida era alta, mas considerando a nossa situação e a mínima antecedência (algumas horas antes da partida), a opção de emissão com milhas + dinheiro (Smiles&Money) acabou sendo oportuna
– para a emissão dos bilhetes do voo mais longo, entre Panamá e Rio de Janeiro, de classe Executiva, tive que gastar 15.000 milhas + R$ 1.574,00 (por pessoa)
O VOO ATÉ O PANAMÁ/PTY
– passamos 04 dias maravilhosos na ilha de St. Marteen e partimos de lá no voo que foi operado pelo Boeing 737-800 da COPA AIRLINES de prefixo HP-1856CMP, que tem instalado nas pontas das asas o chamado Split Scimitar Winglet, uma viagem de cerca de 03 horas de duração
– eu voei na classe Econômica (a Patroa foi na Executiva) e foi um voo bem tranquilo (confira a avaliação completa AQUI), com destaque para a decolagem em St. Maarten, o vídeo está publicado no canal do YouTube do V&A
O EMBARQUE NO BOEING 737-800
– a Lei de Murphy existe, eu sempre acreditei nela, vamos entender a razão de eu afirmar isso
– o Aeroporto da Cidade do Panamá tem 02 pistas paralelas: a 3R/21L é a maior (com 3.050 metros de extensão) e fica mais perto do terminal de passageiros e a 03L/21R tem 2.682 metros, está mais afastada e foi justamente por ela que pousamos; o taxiamento é bem mais longo foram preciosos minutos taxiando pela pista auxiliar
– para piorar, o portão 108 foi utilizado para o desembarque do voo que chegou de St. Maarten: ele está localizado no extremo direito do terminal
– a caminhada seria longa e, para tornar o cenário ainda mais crítico, todas as esteiras rolantes que poderiam ajudar a acelerar o trajeto até o portão 135 estavam interditadas; implementamos um ritmo alucinante, não dava tempo nem de olhar as vitrines das muitas lojas de Free Shop do aeroporto
– a correria foi tensa até o portão 135, que fica na parte central da área de embarque; para nossa tranquilidade, quando chegamos, algumas pessoas ainda estavam na fila para entrar no avião, ou seja, no final chegamos com alguns minutos de sobra
– as janelas do Aeroporto Tucumen estavam muito sujas (arrisco a dizer que foi a mais imunda que já vi pelos aeroportos do mundo), por isso os registros do Boeing 737 que nos levaria até o Rio de Janeiro acoplado na ponte de embarque têm péssima qualidade; a aeronave escalada para o voo CM873 tinha o prefixo HP-1831CMP, foi entregue à COPA AIRLINES em abril de 2013 e também tem nas asas o Split Scimitar Winglet
– na porta da aeronave, um Comissário dava uma protocolar recepção aos passageiros, sem empatia alguma; eu não tinha conseguido marcar assentos juntos neste voo: eu estava na poltrona 4F e a Patroa na 1F; quando a passageira que sentaria na 1E chegou perguntei se ela concordava com a troca de assentos; era uma simpática senhora brasileira, que se dispôs sem problemas a ir para o meu lugar e viajar na 4ª e última fileira da classe superior; uma pequena manta e um minúsculo travesseiro já estavam disponíveis aos passageiros
– a configuração interna do classe Executiva neste avião da COPA AIRLINES era no esquema 2 x 2 (duas poltronas de cada lado, na Classe Econômica, são três), com 16 assentos no total, todos ocupados, ou seja, casa cheia neste voo para o Brasil; as poltronas eram revestidas de couro azul escuro e tinham uma aparência de velha
– não foi oferecido welcome drink, nem mesmo um mísero copo de água, que teria sido muito bem-vindo, afinal a sede era grande depois da correria entre os gates 108 e 135
– logo depois que foi feita a distribuição do cardápio, um Comissário com cara de sério veio até nós e anotou os pedidos de prato principal; eram 02 opções: Patroa foi de salmão e eu de peito de frango) e bebida (ela pegou leve pedindo água e eu escolhi espumante – Chandon Brut)
– ainda antes da partida, tivemos um anúncio do Chefe de Cabine pelo sistema de áudio informando que teríamos 06 horas e 55 minutos de voo até a Cidade Maravilhosa
O VOO PARA O RIO DE JANEIRO/GIG
– as portas do B737 foram fechadas às 15:12h, mas o procedimento de pushback só foi iniciado às 15:20h, ou seja, partíamos com apenas 05 minutos de atraso; naquele momento, qualquer atraso no voo era positivo para nós, por conta da dúvida cruel: nossas malas também “correram” para dentro do porão do novo avião?
– durante o taxiamento, quando passamos por muitos outros Boeings da COPA AIRLINES e pelo novo terminal de passageiros, inaugurado recentemente, o Comandante usou o sistema de áudio para dar um “alô”, terminado seu speech em português: tínhamos um brasileiro no cockpit
– eram 15:28h quando finalmente chegamos na cabeceira 3R (a mais distante do terminal de passageiros) e ficamos cerca de 05 minutos em posição de espera, antes de fazer o alinhamento na cabeceira, apesar de nenhuma outra aeronave estar em procedimento de pouso
– finalmente, às 15:35h a aeronave começou a andar, fazendo uma curva à esquerda e iniciando a decolagem: foram 37 segundos de aceleração em potência máxima dos 02 motores CFM56 até tirar o B737 do chão
– passamos por muitas nuvens nos primeiros minutos de voo, provocando um pouco de turbulência, mas nada preocupante, os pilotos tiveram habilidade para dribá-las
– logo depois que o sinal de apertar cintos foi apagado, o Comissário deu início à distribuição da necessaire e fiquei surpreso (negativamente): era exatamente a mesma que ganhei 03 anos atrás, quando voei e avaliei a COPA AIRLINES (no sentido inverso, do Brasil para o Panamá, confira como foi AQUI)!!!!
– em seguida, foi a vez de ser entregue aos passageiros da Executiva o fone de ouvido para o sistema de vídeo: era bem simples e pequeno; e dei azar: depois que comecei a assistir o conteúdo disponível, descobri que tinha um mau contato no plug de conexão, pois a toda hora que me mexia, o som era perdido, muito irritante
– comecei logo a testar sistema de entretenimento; o monitor fica escondido no braço central da poltrona; é preciso fazer um certo malabarismo para colocar a pequena tela na posição certa para assisti-la
– a resolução é baixa e não há controle remoto, a navegação só podia ser feita pelo rebelde e desobediente sistema touchscreen
– em termos de conteúdo, estão disponíveis filmes (apenas 04 na opção “Lançamentos Recentes”), programas de TV, portfólio de música, jogos e Infantil; são três línguas: espanhol, português e inglês
– escolhi para assistir o filme “Maus Momentos no Hotel Royale”, com Jeff Bridges e Dakota Johnson, que conta uma história muito doida de 07 malucos que se encontram em um hotel na fronteira dos estados americanos de Nevada e Califórnia; a COPA AIRLINES faz parte da lista de companhias aéreas que exibe propagandas antes do inicio do filme, mais um item para me irritar
– olhando pela janela do Boeing, o sol estava forte, com a quantidade de nuvens aumentando aos poucos
– eram 16:00h quando um potinho de nuts quentes (gostosinhos) e o copo de espumante (em boa temperatura, mas a taça era pequena) foram servidos
– logo em seguida, tivemos mais um anúncio do Comandante “brazuca” (falando em inglês primeiro e depois em português) dando uma série de informações sobre a viagem: voaríamos a 33000 pés (o equivalente a 10 quilômetros) de altitude, praticamente em linha reta, passando pela Colômbia, em cerca de 02 horas já alcançaríamos o espaço aéreo brasileiro, seriam 03 horas passando por cima da Amazônia (tendo como referências Porto Velho, Cuiabá e Brasília); 00:17h era a previsão de pouso no Galeão
– por volta de 16:10h foi entregue uma bandeja com a entrada do serviço de bordo, o que foi uma surpresa, pois não estava indicado no menu: sopa de abóbora com gengibre, um potinho de salada (alface, pepino e tomatinho) e pão com manteiga
– cerca de 20 minutos depois, foi a vez de ser entregue o prato principal: meu frango com purê estava bem gostoso, mas a porção de comida é reduzida
– a opção de sobremesa era única, uma combinação de 02 doces: torta de coco e chocolate branco + cheesecake com caramelo
– os talheres fornecidos pela COPA AIRLINES para a refeição eram de aço inox, com uma discreta logomarca da companhia na ponta
– quando pedi mais uma “dose” de espumante, o “simpático” (ou não) Comissário informou que tinha acabado, com clara indicação de que 01 única garrafa de Chandon tinha sido embarcada naquele voo; minha opção foi tomar um vinho branco
– eram 17:40h quando resolvi dar uma espiada pela janela do Boeing e pude apreciar um belo final de tarde, com um colorido pôr do sol
– por volta de 18:20h, fui testar a opção “Mapa de Voo” do sistema de entretenimento; ele fornecia alguns dados mais básicos e real time sobre o voo: ainda faltavam 03 horas e 55 minutos de voo, nossa altitude era de 10.668 metros e estávamos a uma velocidade de 818 km/h
– chegou a hora de conferir como estava o banheiro do B737; os passageiros da Executiva usam o único toalete instalado na parte dianteira da aeronave, lado esquerdo, atrás do cockpit (existem mais dois na traseira); naquele momento, estava limpo, mas é pequeno: escovar os dentes é uma tarefa chata; amenidades não são oferecidas pela COPA AIRLINES
– na volta, resolvi empacar um 2º filme: “Liga da Justiça”, eu já tinha assistido, mas, como passatempo, valia a pena rever
– eram 19:40h quando um lanche foi oferecido aos passageiros da Business: pão com queijo, salames e azeitonas; pedi repeteco de vinho branco para acompanhar
– um anúncio do Comandante informou que em 03 minutos começaríamos o procedimento de descida, com horário de pouso no Rio de Janeiro confirmado para 00:15h; a temperatura informada no nosso destinado era de 25 graus
– logo em seguida começou a ser exibido de forma obrigatória nos monitores um vídeo da Receita Federal do Brasil dando explicações sobre as regras de “aduana” em nosso país
– instantes depois, a tripulação orientou os passageiro da classe Executiva a recolher as telas do sistema de entretenimento, guardando-as no compartimento do braço central; os fones de ouvido foram recolhidos
– o trem de pouso foi armado e travado às 22:08h (00:08h no horário brasileiro – o fuso horário entre Brasil e Panamá é de -2 horas nesta época do ano) e pousamos “com força” 04 minutos depois pela Pista 15 do GIG, que tem 3.180 metros de extensão
– o pátio do Aer. do Galeão estava quase deserto, uma imagem desanimadora; o Boeing 737-800 da COPA AIRLINES seria a única aeronave na área internacional
– taxiamos lentamente e só encostamos no terminal de passageiros do GIG às 00:20h; depois de sairmos do avião, começamos a típica e longa caminhada da área de desembarque até a área do controle de passaporte brasileiro, que é feito por catracas eletrônicas, o que agiliza o processo
– nossas malas chegaram direitinho na esteira 3, ou seja, a COPA AIRLINES foi muito eficiente no processo de conexão no Aeroporto do Panamá, mesmo com o reduzido tempo, a companhia conseguiu transferir nossas bagagens de uma aeronave para outra
– a enorme loja de Free Shop do Galeão estava deserta, nós éramos os primeiros passageiros a passar por lá, pois nenhum outro voo internacional chegara naquela hora
AVALIAÇÃO GERAL: a relação custo-benefício para a emissão de milhas do Programa Smiles com a COPA AIRLINES não é nada boa, considerando a duração do voo e o produto em si, mas a circunstância emergencial alivia um pouco este aspecto; a conexão rápida no Aeroporto do Panamá foi “com emoção”, mas deu tudo certo, apesar de ter perdido a oportunidade de passar na Sala VIP para conferir como está o serviço por lá; conseguimos pegar nosso voo para a Cidade Maravilhosa, que saiu com um pequeno atraso, pousou dentro do horário previsto e as malas chegaram, o que é mais importante no final; o Boeing 737 pode funcionar bem até mesmo para um voo de 07 horas de duração, mas os assentos da classe Executiva são totalmente ultrapassados e oferecendo baixo nível de conforto, a companhia panamenha deveria, como medida de transparência e justiça, mudar o nome do produto e não usar “Executiva” (algo como “Premium Economy” inspirada na LATAM, por exemplo); ganhei a mesma necessaire (básica, sem nada diferenciado) da avaliação de 03 anos atrás, sem duvidas, é algo que a empresa tinha que pensar em mudar para agradar os passageiros de classe superior; o sistema de vídeo tinha poucas opções de conteúdo e com um irritante mau funcionamento, tanto no sistema touchscreen, quanto no plug do fone de ouvido, que por sinal, era bem simples; o serviço de bordo me agradou, os pratos poderiam ser mais fartos, mas estavam saborosos; ficou evidente que companhia restringe o número de garrafas embarcadas de bebidas alcoólicas; a atitude da tripulação de cabine foi muito ruim, com total falta de empatia; de forma geral, com vontade zero de agradar, desde a recepção na porta da aeronave até o atendimento no serviço de bordo; tivemos apenas um ou outro lampejo de cortesia nas interações; já a comunicação vinda do cockpit (em português) foi sempre informativa e tempestiva; no geral, não foi uma experiência das melhores com a COPA AIRLINES
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