VOANDO COM A LATAM (GRU-AEP)
– esta viagem para a Argentina é o último capítulo do meu esforço para manter o meu statusBLACK no Programa Fidelidade da LATAM em 2018; as viagens para Bogotá/BOG (em outubro – confira AQUI) e Los Angeles/LAX (em novembro – confira AQUI) foram importantes para acúmulo dos chamados “Pontos Elite“, afinal, a distância em milhas é um dos critérios utilizados no Programa para qualificação dos passageiros frequentes; mas eu também precisava acumular voos em classe superior
– para explicar melhor, de acordo com as regras do Programa Fidelidade, o status BLACK pode ser garantido de 03 formas: (1) acúmulo de 100.000 pontos Elite em voos da LATAM ou companhias parceiras da aliança ONE WORLD, (2) completar 100 trechos voando com a LATAM e (3) acúmulo de 60.000 pontos Elite em voos da LATAM ou companhias parceiras da aliança ONE WORLD + 06 trechos voados em cabine superior em voos da LATAM; eu estava perseguindo preencher as condições da Regra 3
– esta viagem foi cheia de emoções: a 1ª delas foi a “surpresinha de mau gosto” de um cancelamento de voos e falta de providências eficientes pela LATAM em função disso; a 2ª delas, foi uma forte gripe que peguei na véspera da viagem
A BARBEIRAGEM DA LATAM
– emiti a passagem no início de fevereiro de 2017 (isso mesmo, com 10 meses de antecedência!!!), voos diretos entre Rio de Janeiro e Buenos Aires em classe Premium Economy (o custo total foi de R$ 1.200,00)
– 72 horas antes do voo, tentei fazer o check-in pela Internet, mas eu recebia uma mensagem de erro; esperei o dia seguinte, acessei novamente o site da LATAM e continuei recebendo a mensagem indicativa para ligar para a Central de Vendas da companhia; foi o que fiz e qual não foi a minha surpresa: os meus voos tinham sido cancelados e eu não tinha sido comunicado e nem reacomodado
– segundo a atendente, foi enviado e-mail (tenho convicção de que não recebi) e foi deixado recado na minha caixa-postal do celular (tenho certeza que não); não adiantava discutir sobre a falha grave, eu tinha que encontrar um jeito de fazer os voos para preencher os requisitos para manter o meu cartão BLACK no Programa Fidelidade
– depois de um longo (e, reconheço, atencioso) atendimento na Central de Atendimento da LATAM, a única (e cansativa) alternativa que me restou foi esta:
- na ida: sair do Galeão no final da manhã, fazer uma conexão de cerca de 03 horas em Guarulhos/GRU; pegar um outro voo para o Aeroporto Aeroparque/AEP (o terminal central da capital argentina) onde chegaria por volta de 16:00h
- na volta: sair do Aeroporto de Ezeiza/EZE (que fica a cerca de 40 quilômetros do centro de Buenos Aires) de madrugada (05:00h), fazer uma conexão rápida em Santiago do Chile/SCL (apenas 01:15h) e voar para o Rio de Janeiro onde chegaria às 13:55h no Galeão/GIG
– o foco desta avaliação será o voo entre Guarulhos/GRU e Buenos Aires/AEP, que estão distantes por 1.052 milhas (cerca de 1.600 quilômetros)
A GRIPE QUE ME DERRUBOU
– o 2º problema fora do meu controle que aconteceu foi o seguinte: durante a semana, minha filha tinha pego uma gripe típica de crianças de 05 anos que frequentam escolas; na noite anterior ao voo, comecei a me sentir mal, com dores no corpo e nariz muito irritado; quando acordei de manhã para ir para o aeroporto, eu me sentia muito mal; por muito pouco, não chutei o balde e voltei a dormir, mas o compromisso com a missão do Programa Fidelidade me levantou; minha esposa preparou um pequeno coquetel de remédios e fui embora para o Galeão
A IDA PARA GUARULHOS/GRU
– a caminhada no Galeão até os portões de embarque pode ser longa ou muito longa, são as 02 únicas opções; dei sorte, o Portão B27, seria utilizado para o embarque do voo JJ3992 (com partida marcada para 10:05h), é um dos primeiros do Setor B, a ida até lá foi “apenas” longa
– no caminho, as grandes (e sujas!) janelas de vidro do saguão de embarque permitem uma ampla visão do pátio de manobras; registrei a concentração de aeronaves da AVIANCA no Setor A (para esta área do GIG a caminhada é muito longa) e um Boeing 767-300ER da LATAM que tinha acabado de chegar dos Estados Unidos
– o Airbus A321 da LATAM de prefixo PT-MXP e que tem “sharklets” instalados nas pontas das asas me levou até Guarulhos; sentei no assento especial de uma das saídas de emergência deste cumprida aeronave; a LATAM no Brasil opera uma frota de 31 A321s; os assentos 12A (lado esquerdo) e 12F (lado direito) oferecem muito espaço para as pernas, pois não tem assento instalado na frente
– partimos no horário da pista 33, que fica paralela à Linha Vermelha (via expressa que liga o Centro da Cidade Maravilhosa à Baixada Fluminense); a decolagem em dias de sol no Rio de Janeiro é sempre prazerosa
O EMBARQUE NO AIRBUS A320
– na conexão em GRU, passei pela Sala VIP da companhia AMERICAN AIRLINES, parceira da LATAM na aliança global ONE WORLD; não vou dar mais detalhes deste Lounge, pois passaria novamente por ele na semana seguinte, a caminho de Londres/LHR e preferi deixar para compartilhar a experiência deste lounge na avaliação completa deste voo para a Europa a bordo do Boeing 777-300ER
– passar por Guarulhos é sempre um prazer para os apaixonados por aviões, pois muitos aviões de grande porte chegam ao Brasil somente por lá; com janelas bem mais limpas do que no Galeão, neste dia registrei as máquinas da UNITED AIRLINES (Boeing 787), TAP (Airbus A330), ALITALIA (Boeing 777), LATAM (Boeing 787 e Boeing 767), AIR CANADA (Boeing 777) e BRITISH AIRWAYS (Boeing 777)
– o embarque para o voo JJ8088 foi iniciado às 13:25h pelo Portão 307, no Terminal 3 de Guarulhos, o mais novo e moderno deles; o Airbus A320 prefixo PR-MAP, que carrega as cores da LATAM Brasil desde dezembro de 2002, estava escalado para este voo até a capital argentina
– em 2015, a LATAM lançou um novo conceito de classe superior de cabine para voos operados por suas aeronaves de corredor único para os voos dentro da América do Sul; com isso, aquelas cadeironas que estavam instaladas nas 03 primeiras fileiras dos Airbus passaram a ser gradativamente substituídas
– atualmente, os aviões já estão configurados para oferecer a chamada Premium Economy: as cadeiras são idênticas a aquelas instaladas na classe Econômica, mas há mais espaço para as pernas (é possível cruzá-las de forma confortável), consequentemente, um pouco mais de ângulo quando a poltrona está reclinada, e um mesinha é instalada no assento do meio; portanto, nas 03 primeiras fileiras da aeronave, até 12 passageiros podem viajar nesta classe superior
– além disso, a proteção dos encostos de cabeças é diferenciada (os apoios laterais são ajustáveis) e uma tomada universal está instalada na estrutura de ferro da poltrona da frente
– em um nicho da parte superior da poltrona da frente, a LATAM disponibiliza: a revista de bordo (“Vamos LATAM”), o catálogo de produtos do Duty Free a bordo e o cartão com as instruções de segurança
– em cima de cada um dos 12 assentos, um conjunto de travesseiro (pequeno demais) e manta (minimamente confortável) enrolado em um plástico transparente; o cobertor foi providencial, a cabine ficou fria durante boa parte do voo
– enquanto aguardávamos o término do embarque, presenciei um pequeno incidente com um casal e seu bebê de alguns meses de idade; a LATAM concedeu um upgrade não solicitado da Econômica para Premium Economy para a mulher, mas não para o marido, o que os colocou em lugares separados; eles reclamavam muito, porque queriam viajar juntos, conforme a reserva de assentos feita previamente; o voo estava quase lotado (acima de 95% de ocupação), mas no final deu tudo certo, foi possível reacomodá-los em assentos juntos na Econômica
– neste voo, não foi fornecida necessaire para os passageiros da Premium, nem mesmo aquela mais básica (um “sacão” com meia, tapa-olho e caneta); também não foi oferecido welcome drink (nem água!!!); além disso, a aeronave não tinha sistema de vídeo, nem mesmo coletivo
– o menu do serviço de bordo para os passageiros da classe Premium era impresso e foi distribuído antes de partirmos: 02 opções de prato principal (escondidinho de carne seca e pirarucu); salada de entrada e 02 opções de sobremesa: manga caramelizada e frutas da estação; eram 03 opções de vinho (02 tintos e 01 branco)
– o Comandante anunciou que nosso embarque sofreria uns 15 minutos de atraso por conta de manutenção da pista pela administração do aeroporto de Guarulhos (que foi privatizado em 2013); neste momento, acionei o botão de chamada de comissário, pois o mal-estar da gripe começou a aumentar e queria um copo de água para tomar logo um remédio; mas fui ignorado…
– alguns minutos depois, foi iniciada a demonstração das instruções de segurança, que foram feitas de forma manual; uma das comissárias ficou bem ao meu lado nesta hora e reforcei o pedido da água; ela afirmou que traria em seguida (e não trouxe…)
O VOO PARA BUENOS AIRES
– o pushback foi iniciado às 14:15h, um pequeno atraso com relação ao horário previsto de partida do voo (14:05h); durante o procedimento, registrei o Boeing 787-9 da LATAM CHILE de outro ângulo
– decolamos da pista 09L, com os 02 motores IAE V2527 fazendo esforço máximo por 39 segundos para tirar o A320 do solo; consegui tirar algumas fotos dos aviões de fuselagem larga que chegaram de manhã cedo em GRU e que já estavam estacionados em posições remotas do aeroporto e que só seriam usados novamente nos voos que partem à noite para Estados Unidos e Europa
– não tinha desistido da água: acionei novamente o botão de chamada de comissário, logo depois que os avisos de apertar cintos foram desligados; finalmente, consegui tomar o meu remédio
– eu realmente não estava me sentindo bem, para o serviço de bordo pedi somente frutas (servidas em louça e com talheres de aço inox) e um copo de coca-zero (pedi repeteco), que foi servido em copo de vidro; ao final, pedi um café, que estava mais frio do que quente; um pequeno chocolate acompanhava a bebida quente
– lá fora, a paisagem era bem legal: hora de tirar fotos do conjunto “asa + motor” e da bela visão de um céu azul e nuvens brancas pela janela do A320
– chegou a hora de escovar os dentes, aproveitando que o banheiro da parte dianteira estava desocupado; o toalete do A320 é sempre um pouco apertado; achei apenas 02 lencinhos umedecidos perdidos na gavetinha dos sachês de sabonete líquido
– uma cortina cinza escuro e mesclado faz a separação entre as 02 classes cabines deste Airbus, que fica fechada durante o voo
– o voo seguia tranquilo; o Comandante anunciou às 16:45h (no horário brasileiro de verão, 15:45h na Argentina) que estávamos próximos do pouso e que a temperatura era de 24 graus em Buenos Aires; no início do procedimento de aproximação, mais uma bela paisagem pela janela, em especial, a água turva do Rio da Prata
– por conta da gripe, com minhas vias aéreas congestionadas, os meus ouvidos sentiram muito o procedimento de descida; tive que fazer a descompressão varias vezes para diminuir o desconforto
– este seria o meu 1º pouso em Aeroparque (que tem o nome oficial “Jorge Newbery”), já decolei de lá há alguns anos, mas nunca tinha chegado por este terminal; os últimos segundos de voo foram bem interessantes, contemplando lá do alto a área urbana da capital argentina
– pousamos às 16:00h de forma segura na pista 13 (AEP só tem uma pista de manobras, com apenas 2.100 metros de extensão); o aeroporto é pequeno, o taxiamento é rápido e me chamou a atenção a quantidade de aeronaves (Boeing 737, Airbus A319 e A320 e E-Jets da Embraer) espalhadas no pátio
– enquanto nos dirigíamos ao terminal de passageiros do aeroporto central da capital argentina, um Boeing 737-800 da GOL decolava rumo ao Brasil
– A320 da LATAM encostou no finger de AEP às 16:10h; o desembarque foi autorizado logo depois, tudo rápido, sem burocracia
– aeroporto tem uma estrutura bem modesta, com teto baixo, dimensões reduzidas, mas o processo de passar pela imigração foi muito tranquilo; foi uma experiência diferente chegar de um voo internacional em um terminal como esse, a sensação era de estar no Santos Dumont/SDU ou em Congonhas/CGH
AVALIAÇÃO GERAL: a barbeiragem que a LATAM fez depois que meus voos originais foram cancelados foi inaceitável; se eu não tivesse decidido fazer o check-in de forma antecipada, simplesmente chegaria no Galeão e não teria voo para pegar; o atendimento do Call Center para resolver o problema foi muito eficiente, a solução foi dada, por mais que tenha me prejudicado, pois não consegui encaixar voos direitos entre o Brasil e Argentina; sobre o A320, resgato o que já escrevi recentemente: é uma ótima aeronave para voos de curta e média duração, mas não é uma boa opção para oferecer um serviço mais diferenciado, a LATAM fez certo e agiu com “honestidade” em diferenciar as classes Premium Economy (nas aeronaves de corredor único) e Premium Business (nos aviões de fuselagem larga); a ausência do sistema de vídeo é mais um fator negativo; o serviço de bordo, apesar de eu não ter aproveitado em função da gripe, na teoria, era muito bom; sobre a tripulação, o registro mais relevante foi a dificuldade de eu conseguir um copo de água
corrigir “chegoi a hora “
Corrigido! V&A
Ótima postagem! Gostei muito da forma como você
abordou o tema, trazendo informações claras e bem
explicadas. Na verdade, me fez refletir sobre alguns pontos.
Vou acompanhar o blog para ver mais conteúdos como
esse. Parabéns pelo trabalho!