Voando com a ETIHAD (AUH-AMD)
– vamos em frente com a Volta ao Mundo de 2019!
– hora do 4º voo da aventura, partindo do Oriente Médio (Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos) para a Índia (cidade de Ahdmedabad), uma jornada curta, de apenas 1.142 milhas (cerca de 1.840 quilômetros)
A CHEGADA EM ABU DHABI
– depois de voar do Brasil para a Europa com a LATAM (do Rio para Guarulhos e depois Itália), um Boeing 777-300ER da ETIHAD me levou de Roma/FCO para Abu Dhabi/AUH
– foi a minha primeira experiência com a ETIHAD; voei e avaliei a classe Executiva da companhia árabe (confira o flight report completo AQUI) e este meu contato inicial com a companhia foi abaixo da minha expectativa
A COMPRA DA PASSAGEM
– a emissão da passagem para este trecho da Volta ao Mundo de 2019 foi feita de forma conjunta com o trecho anterior, por isso vale a pena resgatar o que já registrei na avaliação do voo de Roma para Abu Dhabi
– o Programa Smiles é sempre uma boa opção para voar da Europa para o Oriente Médio ou para a Ásia; a ALITALIA voa diariamente para Nova Deli e a QATAR AIRWAYS tem voos de Doha/Doh para várias cidades da Índia
– a ETIHAD, apesar do maior e pouco atrativo número de milhas (120.000 para voar na classe Executiva e 70.000 para Econômica), surgiu como a melhor opção para mim, por alguns atrativos: 1) horário perfeito para conjugar com meu voo de chegada em Roma/FCO e 2) como já disse, seria minha primeira experiência, eu nunca tinha voado e avaliado esta companhia dos Emirados Árabes Unidos, eleita a 15ª melhor do mundo no prêmio Skytrax de 2018 (depois de ficar no 8º posto em 2017)
O AEROPORTO DE ABU DHABI/AUH
– o desembarque do voo que me trouxe de Roma foi feito de forma remota, apesar do terminal de passageiros estar vazio, com poucos aviões acoplados nas pontes de embarque; peguei um ônibus dedicado para os passageiros da classe Executiva, que cruzou boa parte do aeroporto; no meio do caminho, tive muita sorte de fazer o registro de um Boeing 787-10 da ETIHAD (prefixo A6-BMC), a maior variante do Dreamliner, cruzando a pista com a pitoresca Torre de Controle ao fundo
– o voo chegou da Europa no horário previsto (um pouco depois de 18:10h) e só precisei fazer o controle de segurança (peguei uma fila lenta para passar minhas bagagens de mão pelo raio-x); o aeroporto é muito bem sinalizado, com placas indicando as direções em árabe e inglês; a ETIHAD oferece gratuitamente carrinhos de bebê para os passageiros que passam pelo terminal
– poucos passos depois da segurança, cheguei na área onde estão instaladas aslojas de Free Shop e foi uma decepção: eu tinha uma expectativa de que o Aer. de Abu Dhabi fosse algo comparável ao Aer. de Dubai, mas a magnitude da área comercial não se confirmou, o número de lojas não impressiona e a variedade de produtos também não
– encontrei uma loja que vendia miniaturas de avião e entrei nela achando que seria uma ótima oportunidade para comprar novos integrantes para a minha coleção, mas, novamente, a expectativa foi quebrada: poucas opções e preços muito salgados; e me chamou a atenção que nenhuma opção da ETIHAD estava sendo vendida, mas algumas opções da rival EMIRATES estavam sendo oferecidas nas prateleiras
– o corredor principal que dá acesso aos portões de embarque é longo e tem teto baixo; esteiras rolantes estão instaladas e levam os passageiros em uma direção somente
– perto de cada portão de embarque, o teto é mais alto e muitas cadeiras estão instaladas, algumas delas com extensão para as pernas, permitindo que os passageiros que passam por Abu Dhabi possam esperar seus voos de forma mais confortável; as enormes janelas de vidro (muito limpas) permitem uma excelente visão para o pátio do aeroporto; a movimentação de aeronaves é baixa, a única na pista era um Airbus A380 da ETIHAD que partiria para Londres mais tarde
– os painéis eletrônicos demonstram a predominância de voos operados pela ETIHAD no Aeroporto de Abu Dhabi; voos da SAUDIA AIR para Jeddah, da GOLF AIR para o Bahrein, da MEA para Beirute e da AIR INDIA EXPRESS para Cochin e Thiruvananthapuram eram as exceções
– o aeroporto oferece a facilidade de acesso gratuito à Internet, pois algumas ilhas de conectividade estão espalhadas pela área de embarque, com quiosques com computadores
A SALA VIP DA ETIHAD
– a área de embarque também é muito bem sinalizada, não foi difícil seguir as placas que indicavam “Business Class Lounge” e chegar na Sala VIP da ETIHAD dedicada para os passageiros da classe Executiva
– a entrada do Lounge fica em um canto um pouco escondida, com 02 grandes vasos de plantas, entorno da porta de vidro com muita madeira escura e letreiros dourados
– depois de me identificar na recepção, onde atenciosos atendentes ficam, entrei no espaço e logo percebi que era enorme; são vários ambientes, incluindo um business center com computadores da Apple, todos muito acolhedores e bem decorados com móveis novos e estilosos
– cheguei lá por volta de 18:40h e não perdi tempo: fui direto para o banho; os chuveiros para os passageiros ficam dentro de um Spa que está instalado na parte mais ao fundo do Lounge
– na recepção do Spa, informei que queria tomar banho e a funcionária logo se levantou para me acompanhar até o “box“; o banheiro era bem pequeno, com os produtos de higiene pessoal (sabão, shampoo e creme) estavam disponíveis em frascos presos na parede; pelo menos, o chuveiro era muito bom e tomei uma ducha refrescante
– o bar da Sala VIP fica em uma região mais central e oferece muitas opções de drinks e bebidas alcoólicas; uma das opções vinho tinto disponíveis era o chileno Marques de Casa Concha, da vinícola Concha Y Toro, que adoro; tomei uma taça e depois pedi para o sorridente barman escolher um drink feito com gin; ele preparou um com lima, canela e hortelã, estava ótimo
– a ETIHAD dedica boa parte do espaço para 02 grandes áreas de restaurante, onde muitas mesas e cadeiras estão instaladas
– o buffet é oferecido em 02 “ilhas” perto destas áreas de restaurante; me chamou a atenção a variedade de itens oferecido pela ETIHAD: frutas, frios/queijos, comida árabe, massas, salada, quitutes locais, sanduíches diversos e até sushi
– fiz um prato pequeno com lasanha, queijos, pasta de grão de bico e pão árabe, tomando mais uma taça de vinho tinto
O EMBARQUE NO AIRBUS A320
– meu voo para a Índia estava marcado para decolar às 23:05h, fiquei na Sala VIP da ETIHAD até 21:50h, quando decide sair em direção ao meu portão de embarque; parti com calma para poder registrar mais alguns detalhes da estrutura do Aeroporto de Abu Dhabi
– o embarque do voo EY288 seria feito pelo Portão 30, que fica no extremo direito do terminal em um andar inferior, accessível por escada rolante; em frente ao Gate, tinha uma área pequena, com iluminação fraca, teto baixo e com algumas cadeiras
– cheguei lá perto de 22:00h em ponto, mas o embarque do meu voo só foi iniciado às 22:20h, enquanto isso, arrumei um lugar para sentar e fiquei respondendo mensagens no Instagram; novamente, os passageiros da classe Executiva contavam com um ônibus exclusivo, onde eu e mais 03 pessoas ficamos um bom tempo dentro; um pouco antes de sairmos, chegou uma galera; o outro “busão” com os demais passageiros partiu primeiro do que o nosso; partimos somente às 22:35h
– o trajeto até a aeronave que me levaria até Ahmebadad foi longo, seguimos para uma área situada na parte esquerda do aeroporto, depois do prédio principal, passando pela oficina de manutenção das aeronaves da ETIHAD e chegando até um pátio remoto onde vários Airbus A320 da companhia árabe estavam sendo preparados para as próximas missões
– o A320 de prefixo A6-EIM me levaria até a Índia; ele foi fabricado em novembro de 2009 e foi entregue novinho à ETIHAD; todos passageiros embarcavam pela porta 1L do avião de corredor único que já carrega a nova pintura da companhia, onde uma escada móvel estava acoplada
– o Chefe de Cabine recepcionava os passageiros na porta da aeronave e me recebeu de forma extremamente calorosa; a ETIHAD configurou a classe Executiva das 19 unidades do A320 que compõem sua frota no esquema 2 x 2 (duas poltronas de cada lado); são 04 fileiras na classe superior, totalizando 16 lugares no total; neste voo, a taxa de ocupação era baixa: 50%
– eu voaria na poltrona 4A, localizada na janela e na última fileira do lado esquerdo do Airbus e tive sorte: voaria sem ninguém ao meu lado durante a viagem até a Índia; um cobertor e um travesseiro já estavam dispostos em cima do assento
– os bagageiros superiores estavam vazios, não tive dificuldades em armazenar minha mala e mochila; eram 22:50h quando foi oferecido o welcome drink: por enquanto, nada de bebida alcoólica, suco de laranja ou limonada (minha escolha, estava muito boa) eram as opções
– no bolsão de couro da poltrona da frente a ETIHAD coloca um monte de coisas: o fone de ouvido para o sistema de vídeo, saco para enjoo, cartão com as instruções de segurança, menu do serviço de bordo, revista de bordo, catálogo de produtos Free Shop e cartão com instruções para uso do wi-fi
– a duração prevista de voo era de 03 horas, de acordo com anúncio feito pelo Piloto por meio do sistema de áudio; para este voo de curta duração, a ETIHAD não ofereceu necessaire
– uma simpática Comissária anotou o meu pedido para o jantar; o menu trazia uma única opção de entrada – prato árabe – e duas de prato principal, ambos de frango; a sobremesa também era única: mousse de coco e manga, para beber, pedi o champagne, que eu tinha saboreado no voo entre Roma e Abu Dhabi
– as instruções de segurança foram demonstradas por um vídeo exibido no monitor coletivo instalado na parede instalada em frente à fileira 1, um pouco longe para mim; o áudio era em árabe e as legendas em inglês
– eu poderia carregar os celulares durante o voo, pois um par de tomadas está instalado na parte inferior da coluna central que separa as poltronas
O VOO PARA AHMEBADAD
– o procedimento de pushback foi iniciado às 23:12h, portanto, partíamos com 07 minutos de atraso; o taxiamento foi longo, cruzamos todo o aeroporto para que a decolagem fosse realizada pela pista 13R que tem 4.100 metros de extensão; eram 23:28h quando o par de motores IAE V2527 foram acionados em potência máxima para, depois de 32 segundos, tirar o A320 do chão
– o sono bateu e dormi logo depois da decolagem, era natural o cansaço nesta longa jornada da fase inicial da Volta ao Mundo de 2019; acordei com a movimentação da dupla de comissários que atendia a Business Class e estava servindo os indianos sentados do outro lado da aeronave
– o monitor do sistema de vídeo fica “escondido” no braço esquerdo da poltrona; de pequeno tamanho e baixa resolução, mas com sistema touchscreen; o controle remoto está instalado na parede da coluna central; em termos de conteúdo, a variedade de filmes era limitada; aproveitei para terminar de ver o filme VICE, que conta a história de Dick Cheney, o Vice-Presidente dos Estados Unidos na gestão do George W Bush
– eram 00:10h quando foi servido o champagne (podia estar um pouco mai gelado) e um potinho de nuts (quente, estava bom)
– o jantar só foi servido às 00:40h; a entrada tinha pequenas porções de pasta de grão de bico, folha de uva e tabule; eu tinha escolhido o “chicken seekh gilafi” (algo parecido com uma kafta de frango e especiarias), acompanhado de arroz de menta e sopa de lentilhas; a sobremesa era mais simples, mas saborosa; tudo estava tudo bem gostoso e a taça de champagne foi reposta mais 02 vezes
– era hora de conferir como a ETIHAD prepara o banheiro da aeronave; fui para aquela localizado na parte da frente, no lado esquerdo, logo atrás do cockpit; estava limpinho, mas nenhuma amenidade era oferecida
– de volta ao meu lugar, sem fome e de dentes escovados, coloquei a poltrona na posição mais angulada possível (que não é muito); os botões de regulagem estão instalados na lateral braço esquerdo do assento; este “cadeirão” da ETIHAD me lembrou muito daqueles que a antiga TAM tinha no A320 que operava voos dentro da América do Sul, antes da introdução do conceito da atual Premium Economy
– consegui adormecer um pouco e acordei às 02:05h quando as luzes da cabine foram acesas para que a tripulação preparasse a aeronave para o pouso; acessei a opção Mapa de Voo do sistema de entretenimento para ter uma ideia de onde estávamos; naquele momento, estávamos a mais de 10.600 metros de altitude, voando a mais de 870 km/h e sobrevoávamos o Mar Arábico e faltava pouco para atingir terras indianas
– eram 02:12h quando um anúncio foi feito pelo Comandante direcionado para a tripulação de cabine: “Cabin Crew, ten minutes!“; logo depois os faróis do A320 foram acesos; as janelas do Airbus estavam muito sujas por fora, as fotos do motor esquerdo na noite escura ficaram prejudicadas; eram 02:26h quando o trem de pouso foi armado e travado e o pouso foi feito 02 minutos depois pela Pista 23, que tem 3.505 metros de extensão; eram 03:56h na Índia, pois o fuso horário entre Abu Dhabi e Ahmedabad é de -1 hora e meia
– na saída do avião parei na ponte de embarque envidraçada para tirar a tradicional foto do avião para o Instagram e fui repreendido por um agente de segurança; tentei argumentar em inglês que era só uma simples foto, sem sucesso, o esporro continuou em indiano; só consegui registrar o A320 acoplado ao finger quando já estava dentro do terminal, ou seja, de longe e com um pátio pouco iluminado
– o aeroporto da cidade indiana tem o nome oficial de Sardar Vallabhbhai Patel International Airport e a primeira impressão foi positiva: estrutura tubular e aparentando ser nova, com teto alto; a bandeira do país é exposta em alguns lugares, assim como uma placa indicando que aquele terminal ganhou um prêmio em 2017 de “Best Improved Airport in Asia-Pacific”
– a área de restituição de bagagens é ampla, novamente com teto alto; me chamou a atenção a forma de identificar o banheiro masculino: uma grande carta de baralho; na parte central, em frente à esteira 3, uma pequena loja de Free Shop está instalada; o cansaço era grande, nem me interessei em conferir o que estava sendo vendido e os preços praticados
– depois de passar pelo controle de alfândega indiano (peguei uma fila grande e lenta), no corredor amplo que dá acesso à saída, estão instalados alguns monumentos de homenagem a Mahatma Gandhi
AVALIAÇÃO GERAL: com relação à passagem, vale resgatar o que já registrei no report do voo entre Roma e Abu Dhabi: “eu esperava mais da ETIHAD AIRWAYS, a minha primeira vez com a companhia árabe foi frustrante; uma das razões que me levaram a gastar um número maior de milhas do Programa Smiles para voar da Europa para a Índia foi justamente experimentar os serviços dela, abrindo mão de escolher viajar com a QATAR AIRWAYS, por exemplo, que me proporcionou experiências excelentes no passado recente“; o Aeroporto de Abu Dhabi tem uma estrutura simples, abaixo das minhas expectativas e o Free Shop foi uma decepção; a Sala Vip da ETIHAD é enorme e o buffet é excelente, mas o tamanho do banheiro é um ponto negativo que merece ser indicado; o A320 é uma aeronave que funciona muito bem para um voo de 03 horas de duração, mas a poltrona da Classe Executiva é de geração antiga e não oferece muito conforto aos passageiros; a tripulação deste voo teve uma atitude bem mais calorosa do que aquela do voo anterior, se mostrou sempre atenciosa; o serviço de bordo estava muito bom, mas a simplicidade da sobremesa não acompanhou o nível alto do prato principal
Ótima experiência, obrigado por compartilhar.
Eu que agradeço a audiência! Bons voos! V&A