Voando com a Meridiana (OLB/LIN)
– infelizmente, as curtas férias estão acabando, foram dias incríveis em Londres (na Inglaterra), Sorrento, Capri e Olbia (na Itália), mas é chegada a hora de começar a tomar o rumo de casa; a primeira missão era sair da ilha da Sardenha em direção ao continente europeu, voando de Olbia/OLB para Milão/LIN, aeroportos distantes por 315 milhas (cerca de 505 quilômetros)
A MERIDIANA
– em 1964, a companhia aérea ALISARDA iniciou suas operações, tendo como principal objetivo desenvolver o turismo na região da Sardenha/Itália; em 1989, parte de seu controle acionário mudou de mãos e o nome MERIDIANA foi adotado; em 2010, a companhia fez uma fusão com a EUROFLY, criando a 2ª maior empresa italiana; no ano seguinte, mais uma fusão, desta vez com a AIR ITALY, marca que deixou de existir para o público, mas que continua presente nos certificados de operação das aeronaves
– recentemente, mesmo depois do fracasso da parceria da ETIHAD AIRWAYS com a maior companhia italiana – ALITALIA, a QATAR AIRWAYS anunciou que comprou 49% das ações da MERIDIANA
– a frota atual é composta por 04 (antigos) Boeings 767, 08 Boeings 737 e 06 McDonnel Douglas MD-82/3
– uma curiosidade interessante dos aviões utilizados pela MERIDIANA é a seguinte: 02 B737s que atualmente têm as cores da companhia italiana já voaram por muitos anos aqui no Brasil:
- o EI-FFW já teve as cores da VARIG (como PP-VSB) e GOL (como PR-GIO), entre novembro de 2001 e maio de 2014 (eu vi e fotografei esta aeronave no Aeroporto de Nápoles/NAP)
- o EI-FLM já teve as cores da VARIG (como PP-VSA) e GOL (como PR-GIP), entre setembro de 2001 e janeiro de 2015
– a MERIDIANA opera um voo semanal para o Nordeste brasileiro: toda 5ª feira (horário de 11:30h), parte um B767 de Milão Malpensa/MXP com destino a Recife/REC (chegada às 16:20h), depois Fortaleza/FOR (partida às 17:50h), retornando para a Europa (chegada às 10:45h do dia seguinte)
A COMPRA DA PASSAGEM
– o voo de retorno ao Brasil seria feito de Milão para Guarulhos, com a LATAM, a bordo do Boeing 767, portanto, precisávamos ir de Olbia/OLB para lá; minhas pesquisas feitas no final de julho de 2017 (portanto, cerca de 45 dias antes da viagem) indicaram 02 possibilidades de voos diretos:
- a EASYJET: com um únivo voo para o aeroporto mais distante de Milao – MALPENSA/MXP, que chega no início da noite, o que nos daria pouco tempo até o voo de retorno ao Brasil, com partida marcada para 22:10h
- a MERIDIANA: com voos para o aeroporto central – LINATE/LIN; foi a minha escolha, preferi chegar cedo em Milão, ter tempo para fazer algumas compras de última hora e ir com calma para Malpensa; o voo IG1203, de 13:10h, operado por um Boeing 737, se mostrou como a melhor opção
– o preço ofertado de 69,80 euros (cerca de R$ 260,00) já incluía o pacote de serviços adicionais, com destaque para uma mala despachada de até 23 quilos, marcação prévia de assentos e possibilidade de remarcação e reembolso
– a marcação prévia de assentos pelo site da MERIDIANA é possível, mas a navegação para isso é difícil e nada intuitiva; foram necessários muitos clicks até que eu conseguisse garantir um assento na janela
O AEROPORTO DE OLBIA/OLB
– foram dias ótimos na região norte da Sardenha, a cor e transparência da água nesta região da Itália eram incríveis; só pegamos dias de sol, com temperaturas agradáveis no final do verão europeu
– depois de devolver o carro que alugamos, fomos andando (cerca de 05 minutos) até o Aeroporto Olbia Costa Esmeralda; a fachada era modesta, nada de sofisticado, com um discreto letreiro com o nome do aeroporto
– este terminal tem uma estrutura interna simples, tem apenas 01 pavimento, com teto alto, mas é muito bonito, aconchegante e funcional; muitas lojas e restaurantes estão espalhados pelo grande corredor central
– a área de atendimento das companhias aéreas está localizada na parte da extrema direita do prédio, onde uma réplica de um avião está pendurada no teto
– chegamos na aréa exclusiva da MERIDIANA por volta de 11:10h, com antecedência bastante prudente para o voo IG1203 programado para 13:10h; apenas 03 guichês estavam funcionando e fomos direto no balcão, não pegamos fila; o atendimento foi rápido, em poucos minutos as malas já estavam despachadas e os cartões de embarque entregues
– a área de controle de segurança fica bem em frente ao salão onde fizemos o check-in, foram cerca de 30 passos até lá; para passar no aparelho de raio-x, pegamos uma pequena fila de 05 minutos e quase arrumei confusão: um italiano grosso e ansioso queria revogar as leis da física, querendo que eu ocupasse o mesmo espaço da senhora que estava na minha frente, um bobalhão, que ficou ainda mais nervoso quando eu cruzei os braços e fiquei olhando para a cara dele
– uma loja com produtos diversos era o caminho obrigatório de todos os passageiros em direção ao saguão principal de embarque
– o espaço é muito organizado e limpo, o saguão de embarque é linear, um único grande corredor, com poucos fingers, com muitas opções de restaurantes, alguns muito bem decorados
– naquela hora, eu já sabia que a LATAM tinha cancelado o meu voo de Milão para Guarulhos e fiquei quase 01 hora ao telefone com a Central de Atendimento da companhia brasileira tentando uma solução para conseguir voltar para a terrinha no dia previsto; ainda bem que o aeroporto oferece tomadas para recarregar equipamentos eletrônicos
– as grandes janelas de vidro tinham muitas marcas de mãos e o reflexo do sol forte dificultavam o registro de aeronaves no pátio de OLB; mas ficaram razoáveis as fotos do Boeing 717 da VOLOTEA (companhia e modelo de avião que voei e avaliei dias antes, confira todos os detalhes AQUI), o A320 da EASYJET e o A320 da AIR BERLIN (que está em seríssimas dificuldades financeiras, veja detalhes AQUI)
– olhando os painéis eletrônicos do Aeroporto, descobri que o nosso voo sairia com atraso; pesquisei no Flight Radar, que indicou que o avião que operaria meu voo estava vindo de Veneza, de onde partiu de lá 01 hora depois do horário, a previsão de pouso em Olbia era somente para 13:10h
O EMBARQUE NO BOEING 737-700
– o Boeing 737-700 que nos levaria até Milão/Linate encostou no Portão 4 somente às 13:15h; ele foi rapidamente calçado e a equipe de solo já começou a prepará-lo para a próxima missão
– o embarque dos passageiros pelo Portão 4 do Aeroporto de Olbia foi anunciado às 13:28h; na fila, muitas pessoas da “melhor idade“, clara indicação de que os aposentados aproveitam muito bom o verão europeu
– o Boeing 737-700 escalado para voo carregava o prefixo EI-FFM, “velho de guerra” fabricado em março de 1999 que já voou com várias companhias aéreas (inclusive da alemã TUIFLY entre maio de 2008 e maio de 2014) antes de ser incorporado à frota da Meridiana em junho de 2014
– nossos assentos eram 7A e 7B, janela e meio do lado esquerdo da aeronave, na parte da frente, bem ao lado do motor do Boeing; uma desconfiada senhora italiana já estava sentada no assento do corredor; entre as poltronas, pouco espaço para as pernas, extremamente apertado
– este Boeing tem a configuração tradicional deste modelo: 3 x 3 (três poltronas de cada lado); os bancos são revestidos de couro cinza claro, uma capa de veludo cinza com a logomarca da MERIDIANA cobre o encosto de cabeça; a capa das 04 primeiras fileiras é vermelha e identificada como “Business”
– o embarque foi encerrado às 13:53h, o voo estava completamente lotado, as 03 Comissárias que suportariam o voo foram bem habilidosas para der um jeitinho para acomodar as bagagens de mão de todos; os tradicionais anúncios antes da decolagem foram feitos em italiano e, depois, em inglês; os celulares podem ficar em “modo avião” durante o voo
O VOO PARA MILÃO/LIN
– o pushback foi iniciado às 14:00h, portanto, partíamos com 50 minutos de atraso; as instruções de segurança foram feitas de forma manual pela tripulação; o trator que empurrou o B737 tinha ar futurístico
– durante o taxiamento, passamos pelo A320 da alemã EUROWINGS, pelo único MD-83 da frota da MERIDIANA, além do hangar da companhia italiana (onde 02 sucatas de MD-82 estão abandonadas logo em frente) e de um par de aviões de combate ao fogo
– eram 14:11h quando alinhamos na cabeceira da pista 23 (a única de OLB, que tem 2.445 metros) e 02 minutos depois decolamos; foram 29 segundos de aceleração em potência maxima do par de motores CFM56 para tirar o B737 do chão
– fizemos uma grande curva a direita e rapidamente alcançamos o mar, com lindas paisagensv vistas pela janela do Boeing, as diferentes cores da água do Mediterrâneo, no litoral leste da Sardenha
– no bolsão da poltrona da frente, a MERIDIANA coloca o cartão com as instruções de segurança e a revista de bordo – ATMOSPHERE, que traz várias matérias sobre viagens, com destaque para a Sardenha e informações sobre a rotas operadas, inclusive Recife e Fortaleza, além de informações sobre o programa de fidelização CLUB
– o serviço de bordo foi iniciado às 14:35h: apenas bebidas foram oferecidas: suco de mix de frutas (minha escolha) ou abacaxi, água e refrigerante eram as opções; nada para comer ou beliscar
– depois de uns 20 minutos margeando o litoral da ilha de Córsega (que fica logo acima da Sardenha), de cruzar mais uma parte do Mediterrâneo, atingimos finalmente o continente europeu às 14:45h por cima de muitas nuvens brancas
– o sol batia forte no lado esquerdo do avião e o ar condicionado não dava vazão, a cabine estava quente; o Comandante Constantini informou pelo sistema de áudio que a temperatura em Milão era de 20 graus, com céu parcialmente nublado; não tive chances de ir ao banheiro
– o piloto teve habilidade para driblar algumas nuvens no início do procedimento de descida para pouso em Linate
– eram 14:55h quando foi feito o anúncio pela Chefe de Cabine informando que estávamos próximo do pouso; pela janela, mais lindas paisagens durante a aproximação
– o trem de pouso foi armado e travado às 14:58h e pousamos às 15:02h, de forma tranquila pela pista 36 do aeroporto central de Milão (que só tem pista única, com 2.442 metros)
– o final da pista de pouso é praticamente ao lado do terminal de passageiros, por isso, em menos de 03 minutos já encostávamos no Portão 03 deste terminal italiano, que tem uma estrutura metálica predominantemente verde, com pontes de embarque amarelas; a presença de aviões da ALITALIA é evidente
– nossas malas despachadas demoraram um pouco para chegar; elas apareceram inteiras e salvas na esteira 3 às 15:30h (o trauma com a barbeiragem da AIR FRANCE continuava, foi uma alegria ver nossas bagagens)
AVALIAÇÃO GERAL: o preço pago pela passagem foi justo, considerando que comprei com pouca antecedência e todos os serviços para um voo de 01 hora estavam incluídos, não tinha pegadinha ou surpresinha; o Aeroporto Olbia Costa Esmeralda foi uma agradável surpresa, muito acolhedor e aconchegante, o único registro negativo fica por conta das janelas um pouco sujas; o atendimento da equipe de solo da MERIDIANA foi pragmático, sem muito glamour, mas sem erros; o atraso de quase 01 hora foi elevado, quase o mesmo tempo de voo até Milão, ainda bem que não tive problemas para pegar o voo seguinte na jornada de volta ao Brasil; estou acostumado a voar no Boeing 737 (a mesma aeronave que a nossa GOL utiliza aqui na terrinha), mas a companhia italiana usa alta densidade, o que proporciona pouco espaço para as pernas dos passageiros; a tripulação teve atitude apenas correta, meus contatos com as comissárias foi mínimo durante o voo; o serviço de bordo gratuito era muito básico, apesar de um pouco de variedade nas bebidas, a ausência de um simples snack é algo relevante; a minha 1ª experiência com a MERIDIANA foi apenas razoável, agora tenho a expectativa de conferir no futuro a evolução dos serviços que a QATAR AIRWAYS deve levar para a companhia italiana
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