Voando com a DELTA AIRLINES (BOS/PHI)
No início de dezembro de 2016 passei 02 dias em Nova York, aproveitando aquela mega-promoção que a AVIANCA fez com passagens em classe Executiva por R$ 1.000 (veja a avaliação do voo de ida a bordo do A330 AQUI); decidi dedicar um dos dias para fazer algumas viagens internas nos Estados Unidos para conhecer o serviço prestado por 02 companhias que atuam no competitivo mercado norte-americano de aviação comercial
COMPRA DA PASSAGEM
– comprei a passagem pela Internet no final de setembro de 2016 (um pouco mais de 02 meses de antecedência); o site da DELTA é muito fácil de ser acessado, as informações dos voos e as condições das tarifas são apresentadas de forma clara e transparente; a escolha dos voos foi feita com o objetivo principal de andar pela 1ª vez em um modelo clássico de aeronave: o Boeing 717
– o ponto de partida seria Boston/BOS, onde cheguei em um voo da JETBLUE (confira a avaliação AQUI) e o destino poderia ser Nova York (JFK ou LGA) ou Philadelphia/PHI, que fica a apenas 01 hora de trem da Big Apple; escolhi sair de BOS às 12:30h para PHI com conexão em Detroit/DTW, onde chegaria às 17:11h pagando cerca de R$ 270 (88 dólares) pelos 02 voos
– em outubro, recebi um e-mail da DELTA informando que os horários dos voos tinham sofrido alteração, de forma que eu chegaria na Philadelphia somente às 17:34h; a princípio, 25 minutos não fazem muita diferença, mas eu já tinha comprado a passagem de trem (saindo às 18:30h) partindo do centro da cidade, fiquei preocupado com a redução do tempo de transição até a estação central
– liguei para a Central de Atendimento aqui no Brasil e fui muito bem atendido, o consultor da DELTA, sem nenhum tipo de dificuldade ou enrolação, me encaixou em outros voos, saindo mais cedo de Boston (voo DL932 – 11:00h) e chegando às 15:33h na Philadelphia (no voo DL 1343, partindo às 13:55h) ; no final, acabou ficando até melhor do que o voo original
– a experiência do 1º voo foi completamente diversa do 2º voo (aeroportos diferentes e aeronaves diferentes), portanto, cada um deles mereceu uma avaliação específica
PRIMEIRO VOO – DE BOSTON PARA DETROIT
O AEROPORTO DE BOSTON
– esta foi minha 2ª passagem pelo Boston Logan International Airport, estive aqui antes no longínquo ano de 2002; a DELTA e JETBLUE operam em terminais diferentes, portanto, tive que pegar um ônibus circular oferecido pelo aeroporto, que me levou do Terminal C para o Terminal A, um trajeto de apenas 10 minutos
– cheguei por volta de 09:00h no Terminal A, que é utilizado pela DELTA, SOUTHWEST e pela canadense WESTJET; na área de check-in, o espaço tem estrutura moderna, amplo e muito bem iluminado; muitos quiosques de auto-atendimento estão espalhados e são dezenas de guichês para despachar malas; fui para a área específica de prioridades da companhia americana – Sky Priority – já que, em função do estreito relacionamento e parceria com a nossa GOL LINHAS AÉREAS, o meu status Smiles Diamante funciona por aqui; não peguei filas, fui direto no balcão onde fui atendido de forma seca e protocolar, sem nenhum glamour
– a fila do controle de segurança estava grande, mas, desta vez, não tive problemas com minha bagagem de mão, ela não mereceu uma inspeção especial como tinha acontecido em Nova York algumas horas antes, quando peguei o voo da JETBLUE
– o Aeroporto de Boston tem 02 saguões principais de embarque, o embarque do voo DL932 seria feito do outro lado, era necessário descer uma grande escada rolante, atravessar o pátio de manobras das aeronaves por um longo corredor subterrâneo
– a estrutura interna do terminal também era moderna, com grandes janelas para a pátio e também com vista para o centro de Boston; é oferecido wi-fi gratuito para os passageiros, basta preencher um formulário eletrônico; muitas cadeiras com revestimento de couro estão espalhadas e há várias opções de restaurantes e lanchonetes para um lanche rápido
A SALA VIP DA DELTA (ou não)
– a DELTA tem 02 salas VIPs no Aeroporto de Boston, uma em cada saguão de embarque; eu estava convencido de que eu teria direito de utilizar o lounge, afinal, tenho status Diamante no Program Smiles e também Freccia Alata Plus no programa MilleMiglia da ALITALIA, parceira da companhia americana na aliança global SKYTEAM
– entretanto, me ferrei…fui barrado, a DELTA só permite a entrada nas suas Salas VIPs dos passageiros das empresas parceiras quando eles estão voando em trechos internacionais, como eu estava viajando dentro dos EUA, eu não era “bem-vindo”; a minha frustração foi grande, para mim não faz sentido este tipo de restrição, me parece um contrassenso à própria ideia de alianças globais; não tinha muito o que fazer, regras são regras, já tive experiências boas com a Star Alliance e One World neste mesmo tipo de situação em viagens pela Europa
O VOO PARA DETROIT
– com tempo de sobra (afinal, eu tinha me programado para avaliar o lounge da DELTA), aproveitei para tirar algumas fotos dos aviões no pátio de Boston: o Embraer E-170 da Air Canada, outro Embraer E-170 da American Airlines e o charmoso Boeing 757 da Delta
– o Airbus escalado para o voo até Detroit já estava a postos; o primeiro anúncio do embarque pelo Portão A15 foi feito às 10:23h, quando passageiros com algum tipo de dificuldade de locomoção foram chamados (a DELTA fala: “que precisam de mais tempo para embarcar“); depois os ocupantes da Delta First – a classe Executiva dos voos domésticos da companha americana – junto com aqueles que têm algum status na aliança Skyteam (ao contrário da Sala VIP, o meu cartão da Alitalia serviu); na porta do avião, vários adesivos ressaltam os prêmios que foram recebidos pela DELTA
– acabei sendo o primeiro a entrar para ocupar a classe Econômica do A319 de prefixo N331NB, uma máquina fabricada em agosto de 2001 que operou primeiro com a Northwest e, em novembro de 2009, passou a fazer parte da frota da DELTA; logo percebi que o interior deste Airbus já tinha passado por modernização e era bem diferente daqueles que voam no Brasil com a LATAM e AVIANCA; o desenho e estrutura dos bagageiros são diferentes, eles parecem ser bem maiores; o suporte das luzes de leitura e chamada de comissários têm linhas futurísticas
– a configuração das poltronas era a tradicional deste modelo de aeronave: três de cada lado – 3x 3 (na Delta First, são apenas duas de cada lado); os assentos eram revestidos de couro azul escuro e tivemos casa cheia neste voo, completamento lotado
– meu assento era o 18A, uma janela na parte esquerda do A319, um pouco atrás da asa; o espaço para pernas entre poltronas era razoável e o poltrona tinha encosto de cabeça com alças laterais reguláveis, o que ajuda bastante para uma soneca durante o voo
– o sistema de entretenimento trazia uma tela individual de boa resolução com porta USB para carregar equipamentos eletrônicos, com sistema touchscreen; o conteúdo trazia opções em português, com muitas opções de vídeo; comecei logo a ver “IT” (sigla em inglês para Tecnologia da Informação), com Pierce Brosnam (o ex-007), um filme bem interessante e que provoca algumas reflexões de como a tecnologia pode impactar (para muito pior) a vida das pessoas; a DELTA oferece serviço de wi-fi mediante pagamento, como tinha utilizado de graça no voo da JETBLUE, preferi não gastar dinheiro neste voo
– as portas foram fechadas às 10:50h, indicação de que a DELTA seria pontual neste voo; antes de sairmos, o Capitão deu boas-vindas a todos e informou que teríamos 01 hora e 54 minutos de voo até Detroit; logo em seguida, em todos os monitores começa a passar um vídeo com o Presidente da companhia americana agradecendo a lealdade dos passageiros em 2016 e desejando um bom 2017 a todos, seguido do vídeo com as instruções de segurança
– o pushback foi feito às 10:58h, confirmando a pontualidade do voo, o que foi um alívio, pois eu teria uma curta conexão em Detroit, sair sem atrasos era providencial; o dia estava lindo neste domingo, com céu azul, o taxiamento foi ótimo para algumas fotos da movimentação de aeronaves no Aeroporto de Boston
– eram 11:15h quando decolamos rumo a Detroit, acelerando por 30 segundos, tendo ao lado esquerdo uma lagoa de água azul-escuro; na fase inicial do voo, o tempo estava muito bom
– o cansaço bateu (eu tinha acordado às 05:00h naquele dia) e acabei cochilando, quase perdi o lanche, que foi servido às 11:55h: água, café e cookies com desenho da logomarca da DELTA (um pacotinho de amendoim era a outra opção disponível)
– pegamos muita turbulência durante o voo, o sinal de apertar cintos foi acionado várias vezes; lá fora, um sol batia forte do meu lado do avião, era difícil ficar com a cortina da janela aberta, mas nada de céu azul, tempo nublado e muitas nuvens
– eram 12:33h quando foi feito o anúncio do Piloto de que chegaríamos em 25 minutos ao nosso destino, ele desejou uma ótima tarde de domingo a todos; o trem de pouso armado e travado às 12:55h e pousamos de forma suave e segura exatamente às 13:00h; 03 minutos depois, o A319 da DELTA já estava encostado no portão A3 do Aeroporto de Detroit, encerrando a primeira “perna” da minha jornada dentro dos Estados Unidos
AVALIAÇÃO GERAL: o preço da passagem foi convidativo considerando que foram 02 voos de mais de 90 minutos de duração, lembrando que não comprei com muita antecedência (apenas 02 meses); o “incidente” de não poder usar a Sala VIP foi frustrante, mas, por mais que sejam estranhas e sem sentido, regras são regras; o A319 com retrofit da cabine me agradou muito, o assento era confortável, o sistema de vídeo tinha conteúdo em português, o design da estrutura interna era moderno, proporcionando uma experiência de voo muito boa na classe Econômica; com exceção da funcionária do check-in, o staff da DELTA (pessoal de terra e tripulação de voo) foi muito atencioso e demonstrou prazer em atender; apesar de ser uma companhia aérea tradicional, o serviço de bordo oferecido se aproxima mais das companhias de baixo-custo (low-cost), o café preto e quente talvez seja um único destaque mais positivo; no geral, foi muito interessante a minha primeira experiência em voos domésticos com a DELTA AIRLINES
SEGUNDO VOO – DE DETROIT PARA PHILADELPHIA
O AEROPORTO DE DETROIT
– o voo para Philadelphia estava marcado para 13:55h, portanto, tinha um pouco de tempo para explorar o Aeroporto de Detroit, até porque era a primeira vez que estava pisando por lá e tive uma ótima impressão; a estrutura do terminal é bem legal, com linhas modernas, com ambiente claro em função de grandes janelas de vidro dos dois lados; esteiras rolantes estão instaladas para agilizar o deslocamento dos passageiros; lojas e bares também funcionam para alimentação dos passageiros
– um trenzinho vermelho da DELTA pode ser utilizado para o trânsito entre terminais, os trilhos dele estão suspensos e percorrem toda a extensão do saguão de embarque
– assim como no voo anterior que partiu de Boston, aqui o embarque para o voo DL 1343 também seria feito por meio do Portão A15; muitos passageiros já estavam aguardando nos arredores, são muitas cadeiras espalhadas pelo saguão
O VOO PARA PHILADELPHIA
– o embarque foi anunciado às 13:20h e o procedimento padrão de embarque “privilegiado” foi respeitado; usei minhas “credenciais” da SKYTEAM para entrar logo no avião, aproveitando para tirar fotos do seu interior sem muitos passageiros
– o Boeing 717 escalado para este voo tinha o prefixo N899AT, foi fabricado em 2005, fez parte da frota da extinta AIRTRAN até 2014, quando foi transferido para a DELTA; o corredor deste modelo de aeronave não está localizado no meio dela, pois a sua configuração de poltronas é de 02 do lado esquerdo e 03 do lado direito (2×3), o que me causou saudosas lembranças das minhas dezenas de viagens de Fokker 100 da TAM do SDU para BSB; os bagageiros superiores do lado esquerdo são menores consequentemente
– a Delta First está instalada nas 03 primeiras fileiras com configuração 2×2; as 04 primeiras fileiras da classe Econômica oferecem mais espaço para as pernas (Delta Confort+ – é preciso pagar para isso – 15 dólares)
– meu lugar era o 16E, uma janela do lado direito deste pequeno Boeing; o espaço para pernas era reduzido, menor do que o A319 do voo anterior; mais um voo lotado da DELTA, novamente 100% de ocupação; uma tomada universal está instalada na parte de baixo da coluna central do assento; não há sistema de entretenimento a bordo, nem individual nem coletivo; no bolsão da poltrona da frente, um cartão com as instruções de segurança do B717 está disponível
– o Capitão se dirigiu aos passageiros informando que o tempo de voo seria de 1 hora e 40 minutos e que o tempo em rota trazia muitas nuvens, mas sem previsão de turbulência muito incômoda; reparei que o barulho do ar-condicionado funcionando depois que os motores foram acionados era muito acima do normal, masdepois normalizou
– o pushback foi iniciado às 13:56h, apenas um minutinho de atraso, não precisa ser considerado um “pecado”, sem maiores problemas; a partida no horário deste voo era outro motivo de preocupação para mim, pois tinha um trem marcado para 18:00h que me levaria de PHI para NYC; consegui tirar fotos de outros B717s estacionados e se preparando para as próximas missões: as turbinas na parte lateral traseira, as asas baixas, a cauda com linhas diferenciadas, tudo isso mostra como o B717 é um modelo especial
– o taxiamento foi longo, como é comum nos grandes aeroportos americanos (Detroit/DTW tem 06 pistas, a menor com 2.591 metros e a maior com 3.659 metros) , somente às 14:12h alinhamos na cabeceira da pista, depois de esperar a partida de 03 Bombardiers e outra dois B717s, todos da DELTA; a aceleração foi feita por 28 segundos antes de começarmos a ganhar altitude rumo a Philadelphia; pelo que pude perceber, o B717 é menos barulhento do que o F-100, algo que me incomodava muito nos meus voos aqui no Brasil
– a aeronave tinha sistema de Wi-Fi e, desta vez, resolvi “investir” 4,95 dólares para testar o acesso a Internet por 30 minutos (há outras opções: 9,95 dólares para o voo inteiro ou 19,95 dólares por 01 dia); a conexão era um pouco lenta, mas consegui manejar sem problemas a página do Facebook do V&A, responder alguns e-mails e acessar os principais sites de notícias do Brasil
– de novo, tempo feio lá fora durante a altitude de cruzeiro, o sol estava se escondendo no meio das muitas nuvens, trazendo pouca visibilidade
– apenas 03 Comissários davam suporte para este voo; o serviço de bordo começou a ser oferecido logo depois que o aviso de apertar cintos foi apagado e só chegou na minha fileira por volta de 14:40h; poucas opções de bebida (nenhuma alcoólica) estavam disponíveis, pedi suco de laranja e um pacotinho de pretzels era a única opção de “comida”
– depois que começamos a diminuir a altitude do voo e iniciarmos o procedimento de descida, finalmente foi possível curtir a paisagem lá fora e apreciar rios (o reflexo da luz do sol proporcionou belas fotos), entroncamento de estradas e grandes condomínios
– o trem de pouso foi armado às 15:15h e pousamos às 15:22h, dentro do horário previsto; os minutos finais de voo foram prazerosos, o alinhamento final é feito com uma bela vista do porto e do centro da cidade de Philadelphia
– foi a 1ª vez que visitei a cidade de Philadelphia, cidade que ficou muito famosa na voz do cantor Bruce Springsteen com o tema do filme que teve a participação de Tom Hanks (que acabou ganhando o Oscar de Melhor Ator) e Antonio Bandeiras e que contou a história de um advogado que contraiu AIDS e foi demitido (os mais velhos lembrarão deste filme de 1993)
AVALIAÇÃO GERAL: o preço da passagem foi convidativo considerando que foram 02 voos de mais de 90 minutos de duração, lembrando que não comprei com muita antecedência (02 meses); o prazer de voar pela primeira vez em um modelo clássico de aeronave é sempre especial e não foi diferente com o B717, mas de fato ele não traz muito conforto para os passageiros, não tem sistema de vídeo e oferece pouco espaço para as pernas; novamente, peguei uma tripulação que gosta do que faz, atendendo aos passageiros com cortesia e atenção; o Piloto foi comunicativo e trouxe as informações mais relevantes pelo sistema de áudio; o serviço de bordo foi básico (de novo), mas gratuito, matei a sede, mas fiquei com fome; a aproximação para pouso em PHI foi um espetáculo a parte, realmente a paisagem lá fora estava linda; no geral, foi uma experiência com um nível um pouco abaixo do primeiro voo desta jornada, mas não deixou de ser muito boa
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