Voando com a LATAM (GIG/GRU)
– chegou a hora de compartilhar como foram os voos n.º 42 e n.º 43 deste atípico ano de 2020
A COMPRA DA PASSAGEM
– eu não tinha programado nenhum voo para o final do mês de agosto, mas no dia 26 fiz algumas despretensiosas pesquisas nos sites da GOL, LATAM e AZUL, bem como, nos seus respectivos programas de fidelização
– e descobri que era possível fazer um bate-volta no dia 30 para São Paulo torrando poucos pontos do Programa Latam Pass: para o voo do Galeão até o Aer. de Guarulhos (foco principal deste flight report), precisaria gastar a bagatela de 2.500 pontos e para o voo de de retorno ao Rio, desta vez para o Santos Dumont, outra pechincha de 4.700 pontos; além disso, gastaria R$ 65,28 de taxas de embarque
– para tornar a viagem ainda mais interessante, eu teria a possibilidade de pleitear um upgrade para a Premium Economy que a LATAM, classe superior em voos nacionais que foi lançada pela companhia no início de 2020, em função do meu status Black Signature
– e dei sorte, porque o upgrade para os 02 voos foram confirmados com cerca de 12 horas de antecedência, por meio de e-mails enviados pela LATAM
O AEROPORTO DO GALEÃO/GIG
– para conseguir voar tão “barato” assim naquele domingo, tive que acordar às 03:30h, eu já tinha deixado tudo pronto na noite anterior, só tomei uma rápida chuveirada, engoli um café expresso e pedi o Uber, gastando R$ 43,00
– com isso, cheguei na Porta A do Terminal 2 do Aer. internacional do Rio de Janeiro por volta de 04:10h, ou seja, com pouca margem de segurança para o voo que partiria apenas 40 minutos depois
– logo em frente às portas de acesso, está instalada uma placa com a indicação da localização dos balcões de atendimento das companhias aéreas que estão operando atualmente voos neste terminal: são somente 05 – AIR FRANCE, KLM, TAP, GOL e LATAM, um número extremamente reduzido quando comparado com a realidade de alguns meses atrás (por exemplo: AZUL, FLY BOND, NORWEGIAN, AEROLINEAS ARGENTINAS, AVIANCA INTERNACIONAL e COPA AIRLINES ainda não retomaram seus voos para a capital carioca)
– naquela madrugada, os painéis eletrônicos do Galeão traziam a lista de voos que seriam operados naquele domingo; a LATAM já tinha retomado de forma tímida a operação neste aeroporto e quebrado o verdadeiro monopólio da GOL, que chegou a durar algumas semanas
– o amplo saguão utilizado para o atendimento aos passageiros das companhias aéreas estava vazio, poucas pessoas transitavam por lá
– era possível ver algum movimento em frente às catracas eletrônicas que dão acesso à área de embarque doméstico, com pessoas se despedindo das outras
– peguei uma pequena fila para passar minha mochila no controle de segurança, não perdi muito tempo, felizmente, pois já estava na hora de embarcar
– a passagem de todos os passageiros pelo meio da enorme loja Dufry Shopping é obrigatória no Galeão; mas ela estava fechada naquela hora, não era possível acessar os muitos corredores, estava muito cedo
– a administração privada do Aeroporto do Galeão tomou uma série de medidas preventivas com relação ao contágio do COVID-19, em especial, a sinalização ostensiva no piso da área de embarque sobre a necessidade de manter um distanciamento entre os passageiros
– além disso, parte das cadeiras espalhadas pelo saguão onde ficam os Portões de Embarque são adesivadas como “Opa! Escolha outro assento“, de forma a impor o distanciamento aos passageiros
– apesar da hora, a Casa do Pão de Queijo estava aberta, oferecendo uma ótima opção para um café forte para afastar o sono
O EMBARQUE NO AIRBUS A320
– o embarque do voo LA3033 estava sendo realizado por meio do Portão B25, logo o primeiro do saguão, ou seja, não tive que caminhar quase nada; cheguei lá um pouco antes de 04:25h
– na ponte que dá acesso à aeronave, a administração instalou mais sinalização no piso e, também, um recipiente de álcool gel, mas que requer o acionamento manual pelo passageiro, que não é o mais recomendado
– um Airbus A320 estava escalado para este curto voo até Guarulhos; de prefixo PR-MYK, sempre teve as cores da LATAM, desde que foi entregue novinho em dezembro de 2010, portanto, tem menos de 10 anos de serviço
– no processo de upgrade gratuito que a LATAM me concedeu, tinha sido alocado automaticamente na poltrona 1A, mas eu queria ficar em uma posição um pouco mais atrás na aeronave, para ter um melhor ângulo para as fotos e filmagens durante o voo
– falei com o Chefe de Cabine, que me confirmou que a 3A, no lado esquerdo e última fileira da Premium Economy, estava livre; os assentos são revestidos por couro em dois tons de cinza escuro e o encosto de cabeça na cor vermelha; o espaço para pernas era bem generoso, sendo possível cruzá-las com relativo conforto
– a cabine deste A320 tem a tradicional configuração deste modelo de aeronave de corredor único: 3 x 3 (três poltronas de cada lado); o estado geral era ótimo, pois ela já passou pelo processo de retrofit
– um par de portas USB e uma tomada universal estão instaladas na estrutura inferior da poltrona da frente, permitindo que celulares e computadores sejam carregados durante o voo; além disso, um pequena rede está instalada na parte traseira da poltrona da frente, garantia de pequenos objetos podem ser acomodados
– reparei quando um funcionário de terra entrou no avião para informar ao Chefe de Cabine que o embarque tinha sido encerrado e que 154 passageiros estavam a bordo (só mais um deles estava na Premium Economy junto comigo); como o A320 da LATAM pode levar até 176 pessoas, a ocupação neste voo era de quase 90%
– no nicho instalado na parte superior da estrutura poltrona da frente, somente o safety card estava depositado, pois umas das medidas de segurança de combate à pandemia adotada pela LATAM foi retirar de dentro do avião os exemplares da sua revista de bordo
– ainda antes da partida, uma garrafinha de água foi entregue aos dois ocupantes da Premium Economy
– as portas do Airbus foram fechadas às 04:40h e, segundos depois, tivemos um longo anúncio do Comandante: destacou que a aeronave conta com filtros eficientes e que a cabine sofreu um processo de desinfecção com álcool 70% antes do voo; 45 minutos era a previsão de duração de voo e a temperatura em Guarulhos era de 14 graus; ao final, deu o comando: “Tripulação, portas em automático”
– o procedimento de pushback foi iniciado às 04:45h (com isso, partíamos com 05 minutos de sobra) junto com a demonstração das instruções de segurança feita de forma manual pela tripulação de cabine, que era formada neste voo por 04 Comissários
– o pátio em frente ao Terminal 1 do Galeão estava repleto de Boeings da GOL, estocados à espera da retomada plena do setor aéreo brasileiro; já na área internacional estava quase vazio, somente um A330Neo da portuguesa TAP estava acoplado ao terminal
– ainda era noite na Cidade Maravilhosa, fizemos um lento taxiamento até à cabeceira da pista 15 do Galeão, que tem 3.180 metros de extensão; a outra pista deste aeroporto (10/33, com 4.000 metros de extensão), não estava sendo utilizada nesta fase de menor movimento de aeronaves
– aguardamos alguns minutos ao lado da cabeceira, pois um Boeing 787 Dreamliner da AIR FRANCE estava chegando de Paris; eram 4:57h quando a Torre de Controle do GIG deu a autorização e o par de motores CFM56 começou a empurrar o Airbus; foram 32 segundos até tirá-lo do chião
– eram 05:03h quando o sinal de apertar cintos foi desligado e a porta USB foi energizada
– o Chefe de Cabine usou o sistema de áudio da aeronave para anunciar que, por recomendação das autoridades sanitárias, a LATAM suspendeu o serviço de bordo durante voo; foi dada também a instrução para que os passageiros evitassem a movimentação pelo corredor do avião e informado que somente o toalete instalado na parte traseira poderia ser utilizado; por fim, indicou que álcool gel para higienização das mãos estava disponível na parte dianteira da aeronave
– a noite estava clara, com ótima visibilidade, a vista pela janela do A320 era espetacular na fase inicial do voo, com o sobrevoo da Região Metropolitana do Rio; o anúncio que o Comandante faz nos voos da LATAM quando a altitude de 10.000 pés é atingida foi feito às 05:06h
– por volta de 05:20h, o horizonte começou a ficar colorido, anunciando que o sol estava chegando e mais um dia estava começando em algum lugar entre Rio de Janeiro e Guarulhos; como pode ser visto abaixo, comecei a tirar fotos de forma frenética, pois a paisagem era simplesmente deslumbrante
– depois de contemplar a lindíssima visão pela janela do A320, era hora de conferir as funcionalidades do Latam Play, o sistema de entretenimento a bordo, que pode ser acessado pelo celular; são poucos filmes e séries, mas não deixa de ser um bom passatempo, em especial, para voos de maior duração; nesta fase de pandemia, fones de ouvido não estão sendo distribuídos, os passageiros precisam usar os próprios
– o sistema também traz a opção de Mapa de Voo, sendo possível acompanhar a localização da aeronave; no momento que acessei, já estava na reta final da viagem
– o voo continuava muito tranquilo e o novo anúncio de “Tripulação, 10.000 pés” (que é feito na subida e na descida) vindo do cockpit foi feito às 05:33h, com os faróis da aeronave sendo acionados logo em seguida; apenas 02 minutos depois as luzes foram acesas; neste momento, a tripulação começou a preparar a cabine para o pouso
– em seguida, ouviu-se um anúncio do Chefe de Cabine com instruções claras e assertivas sobre o processo de saída da aeronave depois da chegada em Guarulhos: “quando o avião parar, não se levante nem retire sua bagagem do compartimento superior, aguarde a sua vez de desembarcar”
– o Comandante deu o alerta “Tripulação estamos próximos ao pouso” às 05:43h e o trem de pouso foi armado e travado 01 minuto depois, quando ainda era noite e já sobrevoávamos a iluminada cidade de Guarulhos
– o pouso foi executado de forma segura às 05:47h pela pista 09R do Aer. de Guarulhos que tem 3.700 metros de extensão; lá no YouTube do Voando e Avaliando tem o vídeo desta fase final do voo:
– durante o taxiamento, o sol já iluminava com mais intensidade e um novo anúncio de alerta sobre o processo de desembarque foi feito, na tentativa de disciplinar os passageiros a bordo: “não se levantem até que a sua fileira seja autorizada“
– encostamos de forma lenta no Terminal 2 do maior aeroporto brasileiro às 05:51h, tendo ao lado outro Airbus A320 da LATAM
– antes do desembarque, o Chefe de Cabine fez a entrega do serviço de bordo para a galera (duas pessoas!) que viajou na Premium Economy: uma barra de cereal (Nutry) e um pacote de batata ondulada (genérica da Ruffles)
– fui o 2º passageiro a desembarcar e, de forma geral, os demais respeitaram os comandos da tripulação, que fica em pé no corredor do avião para garantir que não haverá aglomeração desnecessária
O VOO DE VOLTA AO RIO
– depois que cheguei no saguão de Guarulhos, reparei que estava na iminência de ser iniciado no portão ao lado o embarque do voo LA3807 para o Santos Dumont marcado para 07:15h, exatamente uma hora antes do meu voo originalmente marcado (08:15h)
– acionei o atendimento por Whatsapp que a LATAM oferece aos clientes Black Signature e pedi que fosse feita a antecipação do voo; os Consultores desde canal são muito eficientes e, rapidamente, consegui a mudança; para completar, ainda foi feita a postulação de upgrade de cabine, que seria confirmado ou não no momento do embarque
– nos arredores do Portão 219 do Aer. de Guarulhos já tinha uma concentração de passageiros com destino à Cidade Maravilhosa
– desta vez, voaria em um Airbus A319: de prefixo PT-TME, aeronave que carrega a nova identidade visual da LATAM e uma adesivagem especial da LATAM TRAVEL, a agência de viagens do grupo; ela foi incorporada novinha à frota em julho de 2010
– e tive sorte mais uma vez: o upgrade foi confirmado e viajaria na classe Premium Economy, novamente na poltrona 3A; pela janela do A319, eu via o A320 que me levou até Guarulhos, sendo preparado para nova missão, desta vez com destino a Brasília
– a decolagem se deu dentro do horário, pela pista 09L de Guarulhos, que tem 3.000 metros de extensão
– era um domingo perfeito para voar, pois fazia um dia lindo, com muito sol e poucas nuvens; mais uma vez, descarreguei o dedo no celular e tirei muitas e muitas fotos da paisagem lá fora
– a rota de aproximação para pouso no Santos Dumont foi aquela que eu considero a mais sensacional do mundo: passa perto do Cristo Redentor, sobrevoa a Enseada de Botafogo, “raspa” o morro Pão de Açúcar, segue paralela à Praia do Flamengo, até a cabeceira 02R do aeroporto central carioca; o vídeo desta fase do voo está no YouTube do Voando e Avaliando:
– a paisagem pela janela do A319 nos segundos finais do voo traz a Baía de Guanabara com o Cristo Redentor ao fundo
– poucos minutos depois da chegada, o PT-TME já estava acoplado ao finger do Santos Dumont, encerrando com sucesso mais uma missão
AVALIAÇÃO GERAL: gastar cerca de 7.000 pontos LATAM PASS para voltar Guarulhos é uma relação custo-benefício excelente, ainda mais considerando a antecedência (poucos dias) da emissão das passagens; a configuração de cabine do 1º voo, operado por um Airbus A320 era muito boa: generoso espaço para pernas e tomada para carregar os celulares; como já registrei no flight report dos voos que fiz nesta fase de pandemia (com GOL e AZUL mais recentemente), fazer uma avaliação do serviço de bordo perde o sentido, pois uma das medidas preventivas adotadas pelas companhias aéreas foi justamente não servir nada durante o voo; outro quesito que perde um pouco o sentido de tecer mais comentários é sobre a tripulação, pois o uso de máscaras não permite uma leitura isenta do “humor” dos Comissários e as medidas preventivas de combate ao coronavírus diminuíram de forma considerável as situações de interação com os passageiros; foram voos em um dia lindo no Sudeste, com lindas paisagens pela janela, dei tudo certo com os upgrades e antecipação de voo, no geral, foi uma boa experiência com a LATAM
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