VOANDO COM A AIR SEYCHELLES (SEZ/PRI)
– como já tive a oportunidade de registrar em outros posts, geralmente, eu consigo tirar folgas depois do Carnaval; e tradicionalmente, dedico este feriado prolongado para viajar com a “patroa” ou com a família; sendo mais de uma semana, sempre programei viagens internacionais, com muito planejamento e bom gerenciamento de pontos/milhas
– neste ano viajaria somente com a esposa, decidimos que deixaríamos as crianças com as avós e nos programamos para conhecer mais um paradisíaco destino: ILHAS SEYCHELLES, um arquipélago perto de Madagascar no Oceano Índico e que ficou ainda mais famoso depois que o Príncipe William e Kate Middleton (Duque e Duquesa de Cambridge) passaram a Lua de Mel por lá; são 115 ilhas, mas em somente 02 delas há aeroportos: Mahe e Praslin, que estão distantes por 27 milhas (cerca de 40 quilômetros); esta avaliação trata justamente do curtíssimo voo entre estas ilhas
A CHEGADA EM SEYCHELLES
– a jornada até chegar nas Ilhas Seychelles foi longa, mas, felizmente, eu tinha aproveitado a antiga tabela que a AVIANCA BRASIL adotava para emissão de passagens com as parceiras da aliança global STAR ALLIANCE e voamos em classe Executiva
– saímos do Rio de Janeiro/Galeão com direção Frankfurt/Alemanha a bordo do Boeing 747-400 da LUFTHANSA, voando por mais de 9.500 quilômetros; confira AQUI como foi este voo
– depois da conexão no maior aeroporto alemão, conjugamos 02 voos com a TURKISH AIRLINES, ambos operados pelo Airbus A330: da Alemanha para a Turquia (um voo de 1.841 quilômetros) e de lá para Ilhas Seychelles (mais 5.770 quilômetros voados); confira AQUI como foram estes voos
A COMPRA DA PASSAGEM
– existem 02 formas de ir da Ilha de Mahé (a principal das Ilhas Seychelles) para a Ilha de Praslin: um ferryboat (operado pela Cat Cocos, são 03 horários/dia, com custo de 60 euros e viagem de 01 hora) ou avião (custo a partir de 70 dólares e voo de 15 minutos)
– a única companhia aérea que opera esta rota é a AIR SEYCHELLES, que oferece dezenas de voos por dia, com horários convenientes de acordo com os voos internacionais que partem e chegam no Aeroporto Internacional de Seychelles; ela tem um site com versão em inglês, de fácil navegação e com informações claras sobre as condições de venda
– comprei a passagem no meio de janeiro, ou seja, cerca de 50 dias antes da viagem e os voos que partiam no início da manhã (07:05h ou 07:20h) estavam com preços mais convidativos (US$ 74/pessoa) do que aqueles com partida um pouco mais tarde, a partir de 08:35h (mais de US$ 140/pessoa); para 02 passageiros na tarifa mais barata praticada pela AIR SEYCHELLES (“Economy Saver“, que se diferencia da Economy Classic basicamente pela possibilidade de reembolso); do preço total para o casal foi de US$ 148, os impostos consumiram US$ 32
– a AIR SEYCHELLES permite a escolha prévia e gratuita dos assentos; somente 06 lugares estavam livres, na segunda e sétima/última fileiras da aeronave; escolhi na parte mais a frente do DHC-6 Twin Otter
A AIR SEYCHELLES
– a companhia aérea Seychelles Airlines foi criada pelo Governo do país em setembro de 1977 e mudou de nome no ano seguinte para AIR SEYCHELLES, operando aeronaves de pequeno porte até que em 1984 o Boeing 767 foi introduzido na frota
– em 2012, a companhia do Golfo ETIHAD AIRWAYS fez um movimento de investimento de 45 milhões de dólares para comprar 40% das ações da AIR SEYCHELLES, que se tornou uma parceira estratégica; isto também acabou decretando o fim da operação dos aviões da Boeing pela companhia
– no passado recente, a AIR SEYCHELLES chegou a operar novamente um par de aeronaves de fuselagem larga – a partir da parceria com a ETIHAD – mas os Airbus A330 foram devolvidos aos arrendadores no início de 2018 (e atualmente tem as cores da FIJI AIRWAYS), com o encerramento da rota para Paris/França; atualmente, somente 02 unidades do Airbus A320 – ambos fabricados em 2003 – são utilizados nos voos para os seguintes destinos:
- Johannesburg, na África do Sul
- Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos (somente até maio de 2019)
- Port Louis, nas Ilhas Mauricio
- Mumbai, na Índia
- Antananarivo, em Madagascar (a partir de julho de 2019)
– em termos de renovação e crescimento da frota, a AIR SEYCHELLES tem a expectativa de receber o primeiro A320Neo em julho de 2019
– além disso, a companhia do arquipélago opera uma pequena frota – 05 unidades – do turbo-hélice DHC-6 Twin Otter–400, atualmente fabricados pela VIKING AIR, que são utilizados para suportar as dezenas de voos diários operados no shuttle entre Mahé Island e Praslin Island; são aeronaves relativamente novas: dois deles foram entregues em 2014, outro em 2015 e os outros dois em 2017
– o site da AIR SEYCHELLES traz dados técnicos dos 02 modelos (A320 e DHC-6 Twin Otter-400) de aeronave que atualmente compõem a frota da companhia
O AEROPORTO DE MAHE ISLAND
– saímos do hotel na região da Anse Royale por volta de 05:20h, ainda estava escuro e foram cerca de 10 quilômetros no trajeto até o Aeroporto Internacional de Seychelles
– tínhamos alugado um carro (foi minha 1ª experiência dirigindo um veículo com volante no lado direito, até que não foi difícil, achei que ia ser mais complicado) e, em função da hora, a representante da locadora informou que não nos encontraria, fomos orientados a deixar o carro no estacionamento do aeroporto, colocando a chave embaixo do tapete e deixando-o trancado, nada mais; por segurança, tirei fotos do marcador de combustível (para confirmar que tínhamos devolvido no mesmo nível) e das partes dianteira e traseira do carro (para comprovar que não tínhamos feito nenhum avaria)
– a caminhada do estacionamento até o terminal de passageiros foi bem rápida, não deve ter durado nem 03 minutos
– a área de atendimento para os voos domésticos fica na parte esquerda do prédio, que tem uma estrutura aberta e sem ar-condicionado, mas que aparentemente era nova
– a AIR SEYCHELLES reina soberana neste tipo de voo, pois é a única companhia aérea a operar esta rota, com todos os benefícios e malefícios de um monopólio; são apenas 04 guichês e naquela hora apenas 03 funcionários estavam fazendo o atendimento aos passageiros
– não haviam outras pessoas na fila ou sendo atendidas no balcão, por isso, perto das 06:00h, fomos direto no balcão e poucos minutos depois já tínhamos despachado as malas e recebido nossos cartões de embarque, onde estava indicado que o embarque do nosso voo seria iniciado às 07:05h, ou seja, apenas 15 minutos antes do horário previsto de partida
– como ainda estava cedo (por volta de 06:20h), preferirmos aguardar um pouco antes de ir para a área de embarque; aproveitamos para tomar um café expresso e comer um croissant em um dos 02 restaurantes que estão instalados nesta parte do aeroporto (que abriram somente às 06:30h)
O EMBARQUE NO “TECO-TECO”
– entramos na área de embarque por volta de 06:50h, passando antes pelo procedimento de segurança: um único aparelho de raio-x está instalado, com uma dupla de funcionários do aeroporto operando, não pegamos fila, foi muito rápido passar nossa bagagem de mão pela inspeção
– a sala de embarque era bem pequena, com algumas cadeiras (azul e vermelha) instaladas e uma pequena loja de souvenirs e artigos de praia no canto, que estava fechada naquele início de manhã
– são apenas 02 portas de embarque, que eram de vidro e permitiam uma boa visão do pátio, permitindo que eu visse um Airbus A340 da JOON (companhia low-cost do Grupo Air France-KLM) taxiando logo depois de chegar Paris/França
– eram 07:02h quando chegou um DHC-6 Twin Otter da AIR SEYCHELLES de prefixo S7-FAR, que estacionou de frente para o pátio e, logo depois que os passageiros desembarcaram, um pequeno caminhão-tanque encostou ao lado para reabastecê-lo
– 05 minutos depois, outra aeronave também apareceu, desta vez, a de prefixo S7-DNS; uma terceira unidade também estava no pátio: de prefixo S7-PRN estava estacionado mais perto do terminal, sem nenhuma movimentação por perto, aparentemente, era a aeronave de reserva caso as demais que realizavam voos apresentassem algum problema
– de repente, os sistemas de áudio e vídeo da sala de embarque foram acionados e as instruções de segurança do voo começaram a ser apresentadas aos passageiros que lá estavam; isto acontece porque não há tripulação de cabine a bordo da pequena aeronave
– o S7-FAR depois de encher o tanque e partiu antes da 07:15h, não houve embarque de passageiros, ele decolou vazio em direção à Praslin; isto indicou que voaríamos no S7-DNS, que continuava no pátio e sendo preparado pela equipe de solo
– eram 07:18h quando uma funcionária da AIR SEYCHELLES apareceu na sala, se dirigiu ao pequeno balcão e usando o microfone do sistema de áudio fez o anúncio de que o embarque estava sendo iniciado pela Porta 3
– a caminhada até a aeronave foi rápida (calculo uns 150 metros) e prazerosa em função da ampla visão do pátio, que permitiu fotos das aeronaves de maior porte que estavam estacionadas e sendo preparadas para os próximos voos (A340 da JOON, A320 da AIR SEYCHELLES e B777 da EMIRATES), além de um registro de perfil do quadrimotor fabricado pela Airbus
– os passageiros andavam de forma tranquila pela pista e eram orientados a passar por trás da aeronave, dando a volta e passando para o lado esquerdo dela; ao chegar perto do Twin Otter, tive ótimo ângulo para tirar fotos dele, que carrega o apelido na fuselagem dianteira de “Isle of Denis“
– todos entraram pela porta que fica na parte traseira do “teco-teco”, eu fui o último a embarcar, pois fiquei tirando muitas fotos; a escada é a parte de trás da própria porta e um banquinho de ferro amarelo é colocado logo abaixo para servir de primeiro degrau
– a configuração interna do turbo-hélice era bem interessante: 05 fileiras com esquema 1 x 2, a fileira 6 ficam bem em frente à porta de acesso da pequena aeronave com 01 assento apenas e a fileira 7 está localizada na parte mais ao fundo e tem 03 poltronas; no total, a capacidade do DHC-6 Twin Otter é de 19 passageiros
– nossas poltronas, que foram reservadas antecipadamente, eram 2B e 2C, do lado direito do avião; era na saída de emergência, mas o espaço entre os assentos não era maior do que os demais
– as poltronas eram revestidas de um tecido simples de cor azul e o espaço para pernas era extremamente reduzido; eu tenho 1,77m e fiquei praticamente “encaixado” no meu assento, com meu joelho a poucos centímetros da poltrona da frente
– para piorar, no bolsão da poltrona da frente, a AIR SEYCHELLES ainda coloca o cartão com as instruções de segurança, um saco para enjoo e também o colete salva-vidas, diminuindo um pouco mais o espaço
– o voo estava completamente lotado, os 19 assentos estavam ocupados e o perfil dos passageiros era variado: turistas e moradores locais estavam misturados a bordo
O VOO PARA PRASLIN ISLAND
– um dos pilotos utilizou o sistema de áudio para fazer um rápido briefing do nosso voo até Praslin; os auto-falantes produziam um som ababado, eu não consegui compreender tudo que ele falou, mas captei que ele tinha informando que seriam 13 minutos de voo até o nosso destino
– neste momento, a cabine estava um pouco quente; o acionamento das hélices foi feito às 07:25h e o barulho dentro da cabine era alto
– o taxiamento foi muito rápido, andamos em linha reta um pouco, depois a aeronave fez uma curva para a esquerda, depois uma para a direita já invadindo a pista, os pilotos acionaram os 02 motores Pratt&Whitney PR6A-34 em potência máxima e a decolagem foi iniciada dali mesmo, do meio da pista; o cockpit não tem porta, portanto, os passageiros podem observar todos os movimentos dos pilotos operando o Twin Otter; quem está sentado na 1ª fileira, tem uma visão ainda mais privilegiada
– eram 07:28h quando decolamos e foram apenas 15 segundos para que o turbo-hélice começasse a ganhar altitude, fazendo uma curva a esquerda para depois ir direto para Praslin
– a temperatura interna da cabine foi melhorando na medida em que ganhávamos altitude; pegamos muitas nuvens durante o voo, não estávamos dando sorte com o tempo desde que chegamos nas Ilhas Seychelles no dia anterior
– o trabalho dos pilotos durante o voo pode ser acompanhado no detalhe pelos passageiros sentados mais à frente; os instrumentos da cabine desta aeronave me surpreenderam, pois era muito mais “digital” do que eu pensava
– os pilotos foram diminuindo a potência dos motores quando faltavam cerca de 05 minutos para o pouso e a aproximação foi feita com uma visão linda do mar lá embaixo; a paisagem seria ainda mais contemplativa se o sol tivesse aparecido
– o pouso foi realizado às 07:39h pela cabeceira 33 da pista única do Aer. de Praslin, que tem 1.405 metros de extensão (para referência, é um pouco maior do que a pista principal do Aer. Santos Dumont/SDU no Rio de Janeiro, que tem 1.323 metros)
– não há pista auxiliar, o avião faz meia-volta no final da pista e retorna em direção ao terminal de passageiros
– o desembarque foi autorizado pelo Comandante alguns segundos depois que a aeronave foi estacionada e calçada pela equipe de solo da AIR SEYCHELES: ele virou para trás, olhando para os passageiros e agradeceu a todos
– enquanto caminhava em direção ao terminal, o S7-FAR já estava taxiando para voar de volta para a Ilha de Mahé; a intensidade da operação destes aviões é impressionante, eles chegam, são preparados e já partem para mais uma missão
– o trajeto até o prédio é muito rápido, os passageiros entram em uma área refrigerada, de estrutura bonita e com uma única esteira para devolução de bagagens; ficamos esperando sozinhos as nossas malas, pois tínhamos sido os únicos passageiros a despachar
AVALIAÇÃO GERAL: geralmente, o V&A avalia os voos em 04 quesitos: preço da passagem, aeronaves, tripulação e serviço de bordo; mas, no caso deste voo com a AIR SEYCHELLES, não faz muito sentido trazer este detalhamento; foi uma experiência incrível realizar este voo em um avião turbo-hélice de pequeno porte; não demos muita sorte com o clima, com certeza se o dia fosse de sol, teríamos curtido com mais intensidade as paisagens deslumbrantes deste lindo arquipélago localizado no Oceano Índico; foi fácil comprar passagem, o aeroporto de Mahé Island tem instalações novas, mas não é refrigerado na área de atendimento das companhias aéreas; caminhar pela pista até a aeronave é sempre uma experiência prazerosa e os poucos minutos de voo foram deliciosos
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