VOANDO COM LATAM BRASIL (GRU-LHR)
– esta é a última avaliação completa de um voo internacional de 2017; esta viagem surgiu depois que minha enteada decidiu fazer um intercâmbio em Newcastle, no norte da Inglaterra; me programei para levá-la até a porta da casa da família que a hospedaria por 02 meses; a 1ª etapa da jornada era sair do Brasil (Santos Dumont, depois Guarulhos) em direção à Londres, cidades distantes por 5.864 milhas (são mais de 9.400 quilômetros)
– emiti a minha passagem com Pontos do Programa Fidelidade da LATAM no dia 12.11.2017, com apenas 25 dias de antecedência, aproveitando uma daquelas promoções de fim de semana: 34.000 pontos (+ R$ 145,00 de taxas de embarque) para voar na classe Econômica; como tenho status BLACK, fiquei desde logo na expectativa de conseguir um upgrade gratuito para a classe Executiva (este benefício é realmente excelente)
– o voo JJ4606, do Rio de Janeiro para Guarulhos (SDU-GRU) seria operado por um clássico Airbus A319 e 0 maior avião da frota da LATAM (Boeing 777-300ER) seria utilizado no voo intercontinental, do Brasil para a Inglaterra
A CONFIRMAÇÃO DO UPGRADE
– de acordo com as regras da LATAM, o critério de desempate entre os passageiros que pleitearam o upgrade é a hora de realização do check-in, que é aberto 72 horas antes do horário de partida do voo; com o voo marcado para 23:40h de uma 6ª feira, eu precisava ficar de prontidão a partir deste horário da 3ª feira anterior; mas tive problemas: não consegui fazer o processo pelo aplicativo do celular e o meu computador estava com algum bug, não consegui acessar a Internet para fazer pelo site da companhia; a solução foi ligar para a Central de Atendimento da LATAM, onde esperei mais de 20 minutos para conseguir falar com um Consultor; com isso, perdi um tempo precioso, acabei ficando em 4º lugar na fila
– fiquei simulando algumas compras no site da LATAM e tudo indicava que a classe Executiva tinha bastante disponibilidade de lugares, o cenário era positivo; o tão esperado e-mail com a informação de que o upgrade tinha sido concedido chegou às 12:10h do dia da viagem, ou seja, 11 horas e 30 minutos antes do voo
A IDA PARA GUARULHOS/GRU
– o voo JJ4606, do aeroporto central do Rio de Janeiro (Santos Dumont/SDU) para Guarulhos/GRU, estava marcado para 18:55h; chegamos lá às 17:40h, com antecedência e segurança para não correr riscos; fomos para a fila de atendimento preferencial, fomos atendidos rapidamente, despachamos as malas rapidamente e já pegamos os novos cartões de embarque (a minha enteada “pegou carona” no meu benefício e o upgrade também foi concedido para ela)
– o embarque foi feito de forma remota, o que é sempre uma oportunidade para algumas fotos do pátio do aeroporto, com o Morro Pão de Açúcar, um dos cartões-postais da Cidade Maravilhosa, fazendo parte do cenário
– o voo foi operado por um Airbus A319 (prefixo PR-MBW), que estava completamente lotado e saiu com atraso de quase 30 minutos; considerando que a conexão em Guarulhos era de mais de 03 horas, isto não foi um problema
– pousamos às 20:16h, estacionamos em GRU em uma posição remota também; quando virei a esquerda no corredor do A319 para sair do avião e descer a escada, tive uma grata (e gigantesca) surpresa: o Airbus A380 da EMIRATES que opera voos diários para Dubai nos Emirados Árabes estava ao lado
– a transição entre as áreas doméstica e internacional em GRU demanda, com segurança, cerca de 30 minutos para que os passageiros se submetam a um novo controle de raio-x, ao controle de passaporte e para uma longa caminhada até o Terminal 3 do aeroporto paulista
A SALA VIP DA AMERICAN AIRLINES
– quando estou voando com a LATAM e partindo de Guarulhos, eu tenho 03 opções de Sala VIP: 1) a da própria companhia, 2) o espaço da AMERICAN AIRLINES e 3) o VIP Lounge dos cartões MASTERCARD BLACK
– neste dia, decidi verificar como está a opção da companhia americana, parceira da LATAM na aliança global ONE WORLD, deixando para uma próxima oportunidade ir pela 1ª vez no lounge da Mastercard
– espaço da AMERICAN é não é grande (é bem menor do que a Sala VIP da LATAM), mas é muito bom, com ambiente aconchegante; a área de buffet é a que mais se destaca, são 02 seções com opções completas de refeições; a variedade enorme de bebidas alcoólicas chama logo a atenção
Buffet – Sala VIP da American em GRU
– um pequeno business center com computadores está localizado na parte central deste Lounge, os passageiros podem trabalhar tranquilamente nesta área
– além disso, a Sala VIP da AMERICAN conta com mais 02 grandes áreas: a sala da TV com confortáveis poltronas e a “sala de estar“, com cadeiras acolchoadas mais baixas e perfiladas e que contam com tomadas para carregar equipamentos eletrônicos
– ao contrário da LATAM, a AMERICAN AIRLINES não faz anúncio de embarque dos voos, os passageiros precisam se controlar e ficar atentos, por isso, não saímos de lá por volta de 22:50h
O EMBARQUE NA BOEING 777-300ER
– a caminhada até o Portão 319 do T3 de GRU leva cerca de 10 minutos (esteiras rolantes ajudam no deslocamento); no caminho, a passagem pela área comercial do aeroporto é obrigatória para todos os passageiros
– chegamos lá no Portão na hora em que o embarque preferencial estava terminando; antes de entrar na aeronave deu tempo de tirar uma foto do Boeing 777 que nos levaria até a Inglaterra: prefixo PT-MUD, foi incorporado à frota da LATAM em janeiro de 2009 e ainda carrega as antigas cores da TAM (nenhum dos 10 “triplo 7” foi repintado com a nova identidade visual decorrente da fusão com a LAN)
– este modelo da LATAM tem uma configuração de cabine que considero ultrapassada: no esquema 2 x 3 x 2, ou seja, na classe superior há a tenebrosa e indesejável poltrona do meio; dos 56 lugares, apenas 32 deles permitem acesso direto ao corredor; durante a noite, os passageiros sentados nas outras 24 poltronas precisam “pular” o companheiro ao lado para ir ao banheiro
– o voo estava completamente lotado naquela 6ª feira, a tripulação ia ter muito trabalho na jornada até a Europa
– os nossos assentos foram atribuídos pela própria LATAM durante o processo de upgrade, não tivemos liberdade para escolher, faz parte: 5D e 5G, dois corredores na parte central da aeronave, na 1ª fileira da 2ª sessão da Business Class; o passageiro que estava no meio – poltrona 5F – se ofereceu para trocar de lugar, de forma que pudéssemos viajar juntos: solução boa para todo mundo, aceitamos na hora
– o welcome drink foi oferecido enquanto eu ainda acomodava minha bagagem de mão e separava as máquinas de fotografia e o cabo para carregar o celular durante o voo; espumante brasileiro (Casa Valduga, da região de Bento Gonçalves/RS) foi a minha escolha, hora de prestigiar nossos produtos nacionais
– na coluna central do assento está instalada uma tomada universal, que é sempre providencial para carregar os equipamentos eletrônicos durante o voo; o fone de ouvido para o sistema de vídeo estava depositado em um nicho no braço central da poltrona, ao lado do controle remoto
– logo depois, a necessaire da grife italiana Salvatore Ferragamo (cor azul) foi entregue ainda na embalagem de plástico; este kit de amenidades é completo e excelente, mas é o mesmo há anos! Só há variedade na cor: vinho, azul ou marrom! Insisto neste ponto que já registrei em outras avaliações: está na hora da LATAM mudar
– o vídeo com as instruções segurança foi exibido nas telas individuas que, nosso caso, estavam instaladas na “parede” a nossa frente
– antes de partirmos, a Comissária responsável pelo atendimento dos passageiros do corredor direito passou anotando a escolha do prato principal do jantar; neste voo, eram 03 opções : 1) escondidinho de mandioca e carne seca com tomates, abobrinha e berinjela (minha escolha), 2) pirarucu com molho de caipirinha, batata e cenoura e 3) confit de pato com molho de laranja, purê de abóbora e maça
– o responsável pelo cockpit deste voo seria o Capitão Judice, que usou o sistema de áudio para passar uma série de informações sobre o nosso voo: 10 horas e 30 minutos de duração, voaríamos a 31.000 pés de altitude, viagem confortável, com bom tempo em rota, céu parcialmente coberto no nosso destino, com 3 graus de temperatura
O VOO PARA LONDRES
– o pushback foi iniciado às 00:00h em ponto, ou seja, partíamos com 20 minutos de atraso com relação ao horário previsto (23:40h); o taxiamento foi extremamente lento, só alinhamos na cabeceira da pista 09R de GRU às 00:21h, quando uma chuva leve caia lá fora
– os 02 motores GE90 demoraram 41 segundos para tirar o gigante de quase 300 toneladas do chão; os primeiros minutos de voo foram tranquilos, o sinal de apertar cintos não demorou a ser desativado
– em seguida, as comissárias começaram a retirar o conjunto de cobertor + travesseiro dos bagageiros superiores, entregando aos passageiros
– o serviço de jantar não demorou muito a ser iniciado, o que aconteceu perto de 01:00h; hora de olhar as outras opções de bebidas que a LATAM oferece em seus voos internacionais de longa duração, dentre elas: vinho tinto chileno Carménère (Vina Terranoble), vinho branco argentino Torrentés (Bodega El Esteco), vinho branco chileno Sauvignon Blanc (Vina Casa Marín), além do digestivo Vinho do Porto (Croft)
– a salada e a sopa de tomate servidas de entrada estavam saborosas; o escondidinho não tinha uma boa aparência, mas o sabor estava ótimo, comi tudo e feliz; apesar das boas alternativas, preferi não tomar bebida alcoólica e tentar ter uma saudável noite de sono pedi apenas refrigerante zero para acompanhar
– não consigo aceitar outra coisa de sobremesa quando estou voando na Business da LATAM: sorvete Haagen Dazs e neste voo era do meu sabor preferido (doce de leite); manga caramelizada e frutas eram as outras opções
– enquanto jantava, comecei a fazer uso do sistema de entretenimento a bordo; a variedade de filmes oferecida pela LATAM é muito boa, muitos deles com opção de legenda em português; escolhi o filme “ATOMIC BLONDE”, filme que passou no cinema há poucos meses e que conta a história de uma espiã que viaja a Berlim para recuperar um documento e derrubar um esquema de espionagem; um passatempo apenas razoável; o fone de ouvido oferecido aos passageiros da Business é muito simples, bem longe dos modelos oferecidos pelas melhores companhias aéreas do mundo, a experiência de áudio não é boa
– chegou a hora de ir banheiro do Boeing 777, logo depois que acabei de assistir ao filme; de tamanho razoável, permite uma tranquila escovação dos dentes, não exigindo malabarismos; estava limpo e uma gavetinha estava repleta de lencinhos umedecidos
– na volta, tirei uma foto da “cozinha” do enorme Boeing, aproveitando que estava vazia e que não incomodaria ninguém; há muito espaço para a tripulação trabalhar durante o voo
– o sono veio com força, hora de tentar dormir e descansar; os botões de comando da poltrona estão instalados na parte de cima da coluna central do assento; um deles indica a posição “cama”, basta ficar pressionando-o para que a estrutura comece a ser mover; ao contrário do que acontece no A350 e no B767 da LATAM, o assento não é full-flat, ou seja, ele não reclina até atingir o ângulo de 180 graus; o “banquinho” (ottoman) que fica instalado na parte da frente de cada poltrona se integra ao assento e permite um maior espaço para as pernas; o travesseiro é pequeno e fofo demais, eu não gosto muito, mas o cobertor é muito bom, macio e funciona muito bem
– dormi bem por cerca de 06 horas e acordei com a movimentação das comissárias, que começavam a acordar os passageiros que pediram para tomar café da manhã; no menu, as opções da refeição matinal estavam expostas, com boa variedade (frutas frescas, bolo artesanal, iogurte, sucos, café e vários tipos de pães) e 02 pratos principais: 1) omelete de queijo e batata ou 2) seleção de queijos e frios
– eu fui servido por volta de 09:10h e escolhi o omelete (que estava bem gostoso) e croissant (o potinho de geléia de morango serviu para recheá-lo) para acompanhar; pedi café preto, que foi servido quente e em quantidade genorosa em uma grande xícara branca; as frutas (uva, kiwi e mamão) estavam frescas e com gosto bom; os 02 pedaços de bolo eram simples, não vi nada de artesanal neles
– pelo sistema de entretenimento, é possível acompanhar as fases do voo por meio de um mapa interativo; no momento que acessei, estávamos a mais de 10.300 metros de altitude, voando a mais de 870 km/h
– levantei para escovar os dentes depois do café da manhã; aproveitei para tirar fotos dos 02 enormes motores GE que empurravam o Boeing 777 da LATAM
– naquele momento, já havia movimentação na cabine da classe Executiva, que já estava iluminada pela luz do sol vinda das janelas, os passageiros estavam aos poucos acordando e se preparando para o pouso em Londres
– por fim, quando já estávamos em procedimento de aproximação para pouso, a Comissária nos entregou um cartão de fast track para que pegássemos menos fila no processo de imigração na Inglaterra, o que foi muito providencial, realmente funcionou, não perdemos tempo e fomos atendidos por uma simpática agente
– pousamos às 12:59h no horário londrino (nesta época do ano, o fuso horário é de +2 horas entre Brasil e Inglaterra), de forma segura e tranquila
AVALIAÇÃO GERAL: a quantidade de pontos que gastei para este voo foi muito atrativa e ficou ainda melhor com a concessão do upgrade para a classe Executiva, foi uma excelente relação custo-benefício, ainda mais se considerarmos que a emissão foi feita com pouca antecedência; o Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos é muito funcional, oferece conforto aos passageiros que precisam passar por lá para pegar seus voos; a Sala VIP da American Airlines é uma ótima opção para quem está viajando nas companhias da aliança ONE WORLD, o buffet é excelente e o ambiente é mais calmo do que o espaço da LATAM; o Boeing 777 é uma máquina excelente, uma maravilha aeronáutica, mas a configuração adotada pela companhia não é das melhores e está ultrapassada frente às melhores empresas aéreas do mundo, especialmente em 02 aspectos: (i) falta de acesso direto ao corredor para alguns passageiros e (ii) assento que não reclina 180 graus quando está na posição “cama”; a necessaire da Salvatore Ferragamo, apesar de completa, já perdeu o seu encanto, afinal, está há anos sendo distribuída; servir um espumante brasileiro foi uma ótima iniciativa da companhia, é sempre importante prestigiar os produtos nacionais; o serviço de bordo foi ‘honesto’, tanto no jantar quanto no café da manhã, mas sem grande destaque; a tripulação teve uma atitude atenciosa e correta durante todo o voo, sem erros; no geral, foi uma experiência bastante satisfatória com a LATAM
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