VOANDO COM A LATAM CHILE (BOG/SCL)
– no meio do ano de 2017, parei para analisar com cuidado a minha situação no Programa Fidelidade da LATAM AIRLINES para conferir como estava a perspectiva de manutenção do meu cartão da categoria BLACK para o ano de 2018; e a conclusão foi preocupante: eu estava muito longe; por isso, tive que fazer um planejamento de voos com as companhias que compõem o Grupo LATAM até 31.12.2017 (isto é chamado de “mileage run“)
– para explicar melhor, de acordo com as regras do Programa Fidelidade, o status BLACK pode ser garantido de 03 formas: (1) acúmulo de 100.000 pontos Elite em voos da LATAM ou companhias parceiras da aliança ONE WORLD, (2) completar 100 trechos voando com a LATAM e (3) acúmulo de 60.000 pontos Elite em voos da LATAM ou companhias parceiras da aliança ONE WORLD + 06 trechos voados em cabine superior em voos da LATAM; eu estava perseguindo preencher as condições da Regra 3
– por conta disso, comprei uma passagem para viajar no final de outubro de 2017 em classe superior em voos do Brasil para Santiago no Chile e de lá para Bogotá na Colômbia, cidades distantes por 2.630 milhas (cerca de 4.200 quilômetros), pagando cerca de R$ 3.000,00; com isso, faria 04 dos 06 trechos necessários para um dos critérios da Regra 3
– os voos entre o Brasil e Chile (com 04 horas de duração) seriam feitos na classe Premium Economy no Airbus A320 e os trechos entre Chile e Colômbia (com 06 horas de duração) seriam feitos a bordo da classe Premium Business do Boeing 787-8; para evitar exageros, os voos da ida foram “descartados”, somente as avaliações dos voos da volta seriam produzidas; neste post, compartilho a jornada entre Bogotá e Santiago
O AEROPORTO DE BOGOTÁ
– cheguei no Aeroporto Internacional El Dorado na capital colombiana por volta de 19:50h (tem Uber por lá, esta foi a minha opção de transporte); portanto, cheguei com muita antecedência para o voo marcado para 23:10h, não precisaria fazer nada com pressa
– estive aqui pela última vez quando voei e avaliei e COPA AIRLINES em outubro de 2016 (confira a avaliação completa AQUI); eu acho este aeroporto muito bonito e extremamente funcional; o comércio é variado, com destaque para uma grande cafeteria da marca Juan Valdez (concorrente direto do Starbucks nesta parte da América Latina) e coloridas lojas de souvenirs; a administração do aeroporto espalhou algumas balanças para que os passageiros possam pesar suas malas antes de fazer o check-in
– a área de atendimento da LATAM fica no extremo direito do terminal, nos guichês de 3 a 9; cheguei lá por volta de 20:00h; na fila dos clientes que voariam em classe Executiva, peguei uma única pessoa na minha frente, apesar de somente 01 atendente estar dedicado aos passageiros preferenciais, a espera não foi das maiores; recebi o meu boarding pass muito rápido
– passar pelos controles de passaporte (primeiro) e segurança (que fica bem em frente aos balcões da polícia de imigração) foi muito rápido, não demorei nem 03 minutos para estar apto a “curtir” a área de embarque de BOG
– a loja de Free Shop não é das maiores, mas tem uma boa variedade de produtos; comprei uma massinha colorida para minha filha e chocolates para agradar o pessoal do trabalho; a fila estava grande e cheia de brasileiros, pois 30 minutos depois partia o voo da LATAM Brasil para Guarulhos/GRU (JJ8001, operado diariamente por um Boeing 767-300ER e que parte às 21:15h)
A SALA VIP DA LATAM
– o VIP Lounge da LATAM fica muito perto da área do Free Shop, cheguei lá às 20:40h, foi uma caminhada rápida, de poucos passos
– a entrada fica no 2º andar e pode ser acessada por elevador ou escadas; no saguão frontal, um grande painel de aço escovado e iluminado com a logomarca da LATAM impressiona de imediato; depois de que a atendente conferiu meu cartão de embarque, perguntei se era possível tomar banho: eu era o próximo da fila, ela anotou meu nome e informou que me chamariam pelo sistema de áudio quando a “cabine” estivesse limpa e liberada
– no momento que eu entrava, uma turma de pessoas estava saindo: mais brasileiros a caminho de Guarulhos/GRU
– parte da sala é aberta e incorporada ao saguão de embarque do aeroporto; o tamanho deste espaço é apenas razoável e os móveis e estrutura têm o mesmo estilo da Sala da LATAM no aeroporto de Buenos Aires/EZE, que visitei no final de 2016 (confira AQUI mais detalhes)
– o buffetera bem variado, inclusive sashimi de salmão, além de potinhos salada, alguns tipos de frios, mini-sanduíches e frutas; geladeiras com refrigerantes e água
– não estava com fome e decidi tomar apenas um champagne (Chandon): a taça, os talheres e as louças tinham a antiga marca LAN; muitas opções de bebidas alcoólicas estão dispostas em uma prateleira superior
– fui “convocado” para o banho às 21:25h; o banheiro era grande e estava limpo; a LATAM oferece um conjunto completo de amenidades; o chuveiro era forte, do jeito que gosto, foi um banho revigorante
– já eram 22h e decidi partir logo em direção ao Portão 13, onde seria feita o embarque do voo LA577 e que parecia ser longe, já que a Sala VIP fica na altura do Portão 35
– no trajeto até o meu portão, cruzei com aviões da AVIANCA (Airbus A330) e UNITED AIRLINES (Boeing 737-800) sendo preparados para seus voos
O EMBARQUE NO BOEING 787-8
– caminhei por apenas de 05 minutos, desci uma escada rolante e cheguei em um salão grande, parecia a Rodoviária do Rio na 6ª feira de Carnaval
– esta parte do Aeroporto é dedicada aos embarques remotos; vários ônibus da LATAM já esperavam no lado de fora, mas o embarque foi iniciado somente às 22:20h; segui para a fila preferencial, fui um dos primeiros a entrar no “busão”, que só partiu depois de encher (por volta de 22:30h)
– mesmo com um motorista que se achava o Lewis Hamilton e fazia curvas radicais, o trajeto foi muito longo até a posição isolada onde a máquina da LATAM estava estacionada do outro lado do Aeroporto; ainda ficamos parados um pouco em frente a ele até que a equipe de solo deu o OK para o desembarque dos passageiros
– o Boeing 787-8 escalado para este voo tinha o prefixo CC-BBG (um dos 10 que compõem a “equipe”), foi incorporado à frota da LATAM CHILE em agosto de 2014 e ainda não tem a nova identidade visual da companhia, ele carrega a antiga pintura da LAN, com predominância do azul escuro; as janelas estavam azul, em função da iluminação do interior da cabine e chamava a atenção
– o embarque estava sendo feita por um escada móvel que dava acesso à Porta 2L; este tipo de embarque permite que sejam tiradas fotos com ângulos pouco comuns desta maravilha aeronáutica
– eu estava alocado no assento 5A, lado esquerdo, ao lado do enorme motor Rolls Royce xxxx; assim como em todas as aeronaves wide-bodies da LATAM (com exceção do Boeing 777-300ER no Brasil), a estrutura de cabine é 2 x 2 x 2, ou seja, quem senta na janela não tem acesso direto ao corredor; são apenas 05 fileiras, 30 assentos no total, todos ocupados, casa cheia neste voo
– as poltronas são revestidas por um tecido vermelho escuro e o “otoman” (aquele banquinho na parte da frente de cada assento) é revestido de couro vinho escuro
– a LATAM oferecia um fone de ouvido na estrutura frontal de cada assento, embalado a vácuo por um plástico, indicando que tinha sido higienizado; o controle remoto do sistema de vídeo fica localizado na parte inferior da coluna central da poltrona, onde também está instalada uma tomada universal e uma porta USB para carregar os equipamentos eletrônicos durante o voo
– depois que acomodei minha bagagem de mão e separei o que usariam durante o voo, o Chefe de Cabine veio até mim e fez uma caloroso cumprimento de boas-vindas, informando que a Comissária Francisca faria o meu atendimento
– logo depois, ela me ofereceu o welcome drink (espumante chileno Titillium) e o potinho de nuts quente; em seguida, me entregou o menu: não teríamos jantar propriamente dito nesta jornada, mas apenas um lanche quente (quiche de alho-poró ou sanduíche quente de frango, a minha escolha); as opções de vinhos (chilenos ou argentinos) eram várias e boas
– o processo de embarque foi extremamente longo, mais 04 ônibus chegaram com o resto dos passageiros, sendo que o último só chegou às 23:08h; as portas só foram fechadas às 23:13h
– nesta etapa pré-voo, faltava somente a entrega da necessaire da grife italiana Salvatore Ferragamo: ganhei uma azul, já fora do plástico, o que eu sempre critico, eu gostaria de poder decidir se vou usar o “kit” ou não; ela é muito boa e completa, tem tudo que um passageiro precisa para um voo de longa distância, mas é a mesma há muitos anos, a LATAM deveria pensar em uma mudança
O VOO PARA SANTIAGO
– o pushback foi iniciado finalmente às 23:30h, ou seja, partíamos com 20 minutos de atraso; meu sonho de antecipar o voo de Santiago/SCL para o Rio de Janeiro/GIG começou a se tornar distante; o Capitão se dirigiu a todos durante o taxiamento, informando que, apesar da partida tardia, chegaríamos em Santiago no horário previsto; o vídeo com as instruções de segurança foi exibido nas telas individuais dos passageiros
– 23:40h Longo taxiamento, cruzamos o aeroporto inteiro e muito devagar curva a direita e acelerando em potência máxima os o2 motores Rolls Royce Trent pela pista 13L de 3.800 metros metros por 45 segundos até que o avião de mais de 200 toneladas começasse a ganhar altura
– o sono bateu forte e dei uma cochilada; acordei às 00:25h com a aeromoça passando pelo corredor e conferindo quem estava acordado para oferecer o “lanche”; eu fiz alguns movimentos para que ela percebesse que eu não estava dormindo, eu estava com fome
– eu fui servido somente às 00:50h; o “sandubão” estava rachado no meio, prejudicando a aparência, mas o sabor era muito bom; os (muitos) talheres eram de aço inox com a marca LAN; a salada estava muito boa; para sobremesa, tortelete de maracujá, que estava muito doce, mas gostosa; para acompanhar, pedi o vinho branco argentino Chardonnay (Serie A) que eu tomei no primeiro voo da ida para a Colômbia e que tinha me agradado muito
– comi rápido e chamei o comissária e pedi que ela retirasse logo minha bandeja; pulei o passageiro ao lado e fui ao banheiro escovar os dentes; de tamanho bom, estava limpinho e reparei que o lencinho umedecido oferecido tinha a marca LATAM estampada, não era o “genérico” que estou acostumado a ver em outros voos da companhia
– o Boeing 787 tem um sistema de iluminação de cabine muito interessante, que varia de acordo com a etapa do voo
– voltei logo para o meu lugar, botei a poltrona na posição 100% reclinável e que fica a 180 graus, perfeito para o descanso; o cobertor era ótimo (confortável e eficiente), mas o travesseiro podia ser maior ou mais “gordo”; dormiaté 04:25h, quando o piloto fez o anúncio de que estávamos começando o procedimento de descida, faltavam apenas 25 minutos para o pouso em SCL (a diferença de fuso horário do Chile com relação à Colômbia é de +2 horas)
– lá fora, uma linha amarela no horizonte indicava que o sol estava chegando; uma pena: a janela do B787 estava um pouco suja por fora (pareciam aquelas manchas de fungos), infelizmente, as fotos não refletem fielmente a bela paisagem que meus olhos contemplavam
– a aproximação final foi muito tranquila, sem turbulência, com a luz do sol cada vez mais forte; pousamos pela pista 17L (que tem 3.755 metros de extensão) às 06:48h (no horário chileno), um procedimento tranquilo, sem pancada ou emoções
– taxiamos de forma lenta pelas pistas do Aeroporto de Santiago, tendo um outro Boeing 787 (pintado com as novas cores da LATAM) como companhia, sendo rebocado ao lado; encostamos no terminal às 06:55h
AVALIAÇÃO GERAL: o preço pago para 04 voos em classe superior um total de 20 horas teve uma boa relação custo-benefício; Aeroporto de Bogotá é um ótimo Terminal; espaçoso, bem sinalizado e com estrutura moderna; há muitos guichês de imigração e aparelhos de raio-x, o que evita grandes filas; a loja do Free Shop é apertada, mas obras já estão em curso e uma expansão está próxima; a Sala VIP da LATAM é muito boa, mas pode ser desconfortável em caso de alto número de passageiros, pois há limitação de espaço; o buffet é variado e consegue atender a diversos gostos; a boa variedade de bebidas é outro ponto positivo; tomar banho foi uma ótima decisão; o voo saiu com atraso de Bogotá, mas chegou no horário em Santiago; Boeing 787 é uma ótima aeronave e utilizá-lo em um voo noturno de 06 horas de duração é uma decisão acertada da LATAM, pois a cabine oferece muito conforto aos passageiros da classe Executiva, apesar da configuração adotada pela LATAM, que não é das melhores; o serviço de bordo foi bem abaixo da expectativa, servir um sanduíche (mesmo estando bem gostoso) não condiz com o tipo de serviço que se espera para uma classe superior; na parte de bebidas, nenhuma crítica, só elogios, com ótimas opções de vinhos e outras bebidas alcoólicas; a atitude da tripulação foi um ponto alto, em todos os momentos de contato direto se comportaram de forma excelente; a recepção do Chefe de Cabine calorosa e autêntica merece destaque especial
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