Voando com a LATAM (CDG/GRU)
– na programação das curtas férias de setembro para a Europa com a “patroa”, o retorno ao Brasil seria feito com a LATAM, partindo de Milão/MXP para Guarulhos/GRU e, finalmente, Rio de Janeiro/GIG, passagens emitidas com muita antecedência utilizando pontos do Programa Fidelidade; mas a companhia aprontou umas surpresinhas e, depois de muitas emoções fortes, voltamos a partir de Paris/CDG; portanto, foi uma jornada de mais de 5.830 milhas (cerca de 9.380 quilômetros) entre a França e o Brasil
A TROCA DA PASSAGEM
– estávamos em Olbia, na linda região da Sardenha, fomos para Milão/Linate a bordo do B737-700 da MERIDIANA (confira como foi o voo AQUI), de onde pegaríamos o voo de Malpensa/MXP (o outro e maior aeroporto da cidade italiana) para o Brasil; recebi uma mensagem de texto no celular informando que o voo JJ8063 tinha sido cancelado e remarcado para o dia seguinte
– comecei uma operação de guerra para não ter que ficar mais um dia na Europa, evitando muitos problemas no trabalho; foram 02 longas ligações em roaming internacional para a Central de Atendimento da LATAM no Brasil
– no atendimento primário da LATAM, nenhuma flexibilidade, a companhia não queria alterar sem custo a origem do bilhete-prêmio emitido, ela exigia um adicional de 52.000 pontos (por pessoa) do Programa Fidelidade (além dos 30.000 que já tinha gasto originalmente); pedi para falar com a Supervisão e o cenário mudou radicalmente: fui atendido de forma exemplar e prestativa, os bilhetes foram alterados para Paris-Guarulhos-Rio de Janeiro, assentos na parte da frente da aeronave foram reservados e o check-in foi feito
– além disso, tive que emitir passagens para voar com a ALITALIA usando milhas do Programa Smiles para voar em classe Executiva, entre Milão/Linate e Paris/CDG; foram 30.000 milhas por pessoa, era a única disponibilidade, não havia lugar na classe Econômica (neste caso, seriam 15.000 milhas)
O AIRBUS A350
– a única boa notícia desta confusão toda que a LATAM aprontou com o cancelamento do voo de Milão, é que eu voaria no estiloso Airbus A350, que é escalado em dias alternados na rota do Brasil para a França (o Boeing 777-300ER é utilizado no revezamento)
– a LATAM foi a pioneira nas Américas ao incorporar este modelo de wide-body à frota no início de 2016; eu não entrava no A350 desde os voos inaugurais que a LATAM fez para Manaus (confira AQUI como foi) e Miami (confira AQUI como foi)
– atualmente, somente 03 unidades fazem parte da frota da LATAM no Brasil, a quantidade já foi maior, mas algumas delas foram “alugadas” para a QATAR AIRWAYS
– eu já tive a oportunidade de visitar o cockpit desta máquina (prefixo PR-XTA, o primeiríssimo da frota), na volta de Miami/MIA, quando a tripulação foi muito atenciosa com os entusiastas da aviação que estavam na aeroanve
A IDA PARA PARIS
– o voo AZ358 foi tranquilo, teve 90 minutos de duração, foi operado por um Airbus A319, prefixo EI-IMJ (apelido “Isola di Caprera”), que foi fabricado em agosto de 2002 e que sempre teve as cores da ALITALIA
– a cabine tinha a tradicional estrutura 3 x 3 (três poltronas de cada lado), mas na Business a poltrona do meio fica vazia com uma pequena mesa montada
– o serviço de bordo foi muito bom para um trecho dentro da Europa, mesmo na classe Executiva: uma saborosa lasanha acompanhada de um ótimo vinho branco italiano
O AEROPORTO DE PARIS
– pousamos em Paris/CDG às 19:53h, um pequeno atraso de 08 minutos com relação à previsão, mas nada preocupante, considerando que o voo da LATAM partiria às 22:55h; encostamos no Terminal 2 do gigantesco CDG; o risco de não chegarmos a tempo para pegar o voo para o Brasil parecia estar afastado…
– mas uma mala abandonada na esteira do Aeroporto fez com que a Polícia Francesa isolasse por completo a área de restituição de bagagens; com isso, ficamos “presos” no saguão; por sorte, foram apenas 15 minutos de tensão, ate que tudo fosse liberado; nossas malas despachadas chegaram por volta de 20:25h
– a transição entre Terminais no CDG é sempre demorada, foram cerca de 10 minutos de caminhada até a estação do “trenzinho” que faz a ligação entre todas as áreas do Aeroporto, inclusive para o T1, onde a LATAM concentra suas operações
– lá chegando às 20:45h, as placas indicavam que o atendimento da LATAM ficava no Hall 3, onde poucos passageiros estavam, na área preferencial não havia fila, fomos direto no balcão para imprimir os cartões de embarque e despachar as malas
– perguntei sobre a possibilidade do upgrade solicitado, mas a informação foi pessimista: todos os lugares da classe Executiva estavam ocupados; para “compensar”, o atendente nos colocou na 1ª fileira da classe Econômica (meio e corredor)
– sempre que embarco em Paris, me surpreendo com o túnel futurístico e espelhado por onde os passageiros sobem uma escada rolante
A SALA VIP DA STAR ALLIANCE
– as Salas VIP do T1 do CDG ficam instaladas em uma área comercial logo depois do controle de passaporte das autoridades francesas (portanto, antes do controle de segurança); é preciso pegar um elevador para chegar lá
– a LATAM, apesar de atualmente fazer parte da aliança global ONE WORLD, utiliza a Sala VIP da arqui-rival STAR ALLIANCE, desconfio que ainda seja algum resquício de acordos anteriores à fusão da TAM e LAN CHILE
– eu já conhecia este Lounge, passei por lá no início do ano (voltando da viagem do Carnaval) e fiz uma avaliação completa e específica (confira AQUI)
– ficamos pouco tempo, mas o suficiente para tomar um banho; o banheiro é grande (estava limpo), o chuveiro é ótimo, mas não é oferecida nenhuma amenidade aos passageiros, o sabonete fica naqueles compartimentos presos na parede
– o buffet deste Lounge é variado e gostoso, muitos frios, snacks, massa e muitas bebidas alcóolicas, em um ambiente moderno
– eram 21:40h quando partimos em direção ao Portão 43, onde seria o embarque do voo JJ8101 com destino a GRU; sempre quando passo pelo T1 do CDG me impressiono com a única esteira rolante ondulada que eu já vi na minha vida
– ao contrário da maioria dos aeroportos pelo mundo, as Salas VIP estão instaladas antes do controle de segurança; imagino que em horários de pico com muitas filas no raio-x, passageiros perdem ou atrasam a partida de seus voos
O EMBARQUE NO AIRBUS A350
– o saguão em frente ao Portão 43 era pequeno, filas estavam formadas e se misturavam; pelas portas e janelas de vidro do terminal, era possível ver o avião com a antiga logomarca da TAM na fuselagem estacionado e esperando seus futuros ocupantes
– o embarque foi iniciado às 22:00h, como estávamos na fila preferencial, fomos um dos primeiros a entrar na aeronave; para o funcionário que conferia o boarding pass, perguntei pela última vez sobre o upgrade: mais uma vez, a resposta foi negativa; faz parte, pelo menos voaríamos com mais espaço para as pernas
– o Airbus A350 escalado para este voo tinha o prefixo PR-XTC, que chegou no Brasil em maio de 2016, foi a 3ª unidade a ser recebida pela filial brasileira da LATAM
– a companhia adotou o esquema 3 x 3 x 3 na classe Econômica deste modelo de aeronave, portanto, a incômoda poltrona do meio existe em todas as “colunas” de lugares (janelas e meio); nas janelas, os assentos são revestidos de tecido azul escuro e no meio de vermelho; em cima de cada assento, um conjunto de manta e travessor
– monitores individuais de ótima resolução e com tecnologia touchscrren estão instalados na poltrona da frente; uma porta USB para carregar os equipamentos eletrônicos está acoplada na tela
– eram 22:35h, o embarque já tinha sido encerrado e estávamos 100% acomodados nas nossas poltronas (malas nos bagageiros, cabo do telefone em mãos, almofada de pescoço inflada, etc…) quando um funcionário da LATAM veio até nós e deu a seguinte “péssima” notícia: 02 passageiros não tinham se apresentado para o embarque e estávamos sendo convidados para a classe Executiva; o único “problema” é que ficaríamos em lugares separados; foi totalmente inesperado, a sensação foi ótima!
– a configuração da classe superior que a LATAM padronizou em seus aviões de fuselagem larga (com exceção do Boeing 777-300ER utilizado no Brasil) foi de 2 x 2 x 2, são 30 lugares no total, divididos em 05 fileiras; neste voo, todos estavam ocupados, casa cheia nesta viagem; as poltronas são revestidas com tecido cinza mesclado e os encostos de cabeça com tecido vermelho
– eu me instalei na poltrona 4L (uma janela do lado direito) e minha esposa ficou na 5H (coluna do meio, também no lado direito)
– tivemos dificuldades para reacomodar as bagagens, afinal todos os outros ocupantes da Business já tinha guardado as deles e tínhamos a concorrência com os cobertores que ficam nos bagageiros superiores durante os procedimentos de pouso e decolagem
– embaixo do “ottoman” (banquinho que logo abaixo da tela do sistema de vídeo), fica um compartimento para que os passageiros possam colocar os sapatos
– mesmo sendo retardatário, ainda deu tempo de tomar o welcome drink (champanhe servido bem gelado), que estava acompanhado de um potinho de nuts quente
– a necessaire da Salvatore Ferragamo (de cor azul) foi entregue ainda no plástico (assim posso dar de presente para algum familiar; em alguns voos, a tripulação arranca antes de dar aos clientes); este kit de amenidades que a LATAM fornece para os passageiros da Business é completo, mas é o mesmo há muitos anos, já passou da hora de mudar
– as portas foram fechadas às 22:52h portas e logo depois ouvimos o comando de “portas em automático, cross check confirmar“; nesta jornada, somente comissários do sexo masculino atendiam os clientes da classe Executiva; um deles passou pelo corredor e anotou a escolha do jantar de cada passageiro
– os pratos principais eram: filé mignon (com manteiga especial, batatas, vagens e tomate cereja), salmão grelhado (com molho de tomates e erva doce, cevadinha e vegetais) e canelones recheados de champignons com molho cremoso de coco; para sobremesa, eram 03 opções também: sorvete, frutas ou torta de trufa de chocolate
– a LATAM tem uma grande variedade de bebidas alcoólicas, desde vodka Absolut até algumas poucas opções de cervejas; muitas são as opções das demais bebidas, com 03 tipos de sucos e refrigerantes
– a LATAM não tem sistema de conectividade a bordo, portanto, nada de ficar conectado a Internet durante o voo
– no A350, os comandos da poltrona ficam muito bem localizados, na parte superior do braço central; o controle remoto do sistema de vídeo também fica na coluna central, mas na lateral; uma tomada universal e uma porta USB estão instaladas em um vão do lado esquerdo da estrutura da poltrona, portanto, carregar os equipamentos eletrônicos durante o voo é tarefa fácil
O VOO PARA GUARULHOS
– o pushback foi feito às 22:57h, um pequeno atraso de apenas 02 minutos, nada de preocupante para um voo de 11 horas de duração; hora de apertar os cintos e a tripulação fazer as últimas conferências para garantir que está tudo ok para a longa jornada até o Brasil
– as instruções de segurança foram demonstradas aos passageiros por meio do sistema de vídeo individuais; a LATAM adotou há alguns meses atrás um vídeo naquele estilo “engraçadinho”, com cenas discontráidas para retratas as questões mais importantes a serem observadas pelos passageiros durante o voo
– o aeroporto francês é gigantesco, são 04 pistas, portanto, o taxiamento foi longo (chegamos a passar por cima de uma auto-estrada); uma leve garoa caía em Paris naquela hora; a decolagem foi iniciada às 23:12h, os 02 enormes motores Rolls Royce – Trent XWB demoraram 41 segundos em aceleração máxima para tirar o A350 do chão
– logo depois da decolagem, já comecei a aproveitar o sistema de vídeo instalado neste AIRBUS da LATAM, com tela de ótima resolução e controle remoto de fácil manuseio; fui direto na parte de filmes mais novos e escolhi o “CÍRCULO”, com Ema Thompson e Tom Hanks, que faz uma provocação bem interessante sobre a forma com que a tecnologia e as redes sociais estão influenciado a nossa sociedade; o fone de ouvido fornecido pela LATAM não é um produto “top”, mas funciona direito
– o jantar foi servido perto da meia-noite; muito bem apresentado, tudo estava bem organizado na bandeja e as tudo estava com ótima aparência; comecei pela sopa de abóbora que estava deliciosa; a salada era um pouco básica, com tomate, azeitona, pimentão e folhas; o pedaço de carne tinha de tamanho razoável e estava bem passada e sem sal, do jeito que gosto; a vagem e as batatas estavam bem temperadas; o único ponto negativo ficou por conta do pão: estava duro, não deu vontade de comer; para acompanhar, pedi água com gás e o vinho tinto Trapiche (argentino), servidos em copos de vidro; os talheres eram de aço inox, com a marca antiga da TAM
– as bandejas foram recolhidas às 00:30h, hora de levantar e conferir o banheiro do A350: de bom tamanho, estava limpo, mas neste voo os tradicionais lencinhos umedecidos não estavam sendo disponíveis
– alguns passageiros já estavam dormindo naquela hora, mas a maioria estava lendo ou assistindo a programação de filmes e sérias do sistema de entretenimento
– na volta para o meu lugar, um formulário com as opções de café da manhã estava colocado no meu assento; os passageiros marcam aquilo que querem comer mais tarde ou indicam que não querem ser despertados e dormir até o último instante antes do pouso; eu gosto muito deste procedimento da LATAM, é bom para o passageiro, que vai comer somente aquilo que gosta, e para a tripulação, que pode providenciar um atendimento mais assertivo e rápido
– liguei o sistema de vídeo e comecei a rever BAYWATCH, que tinha começado a ver, sem terminar, no voo da TAP feito 10 dias antes, no voo de Recife para Lisboa (confira como foi a experiência na classe Executiva do A330 da companhia portuguesa AQUI); consegui terminar de ver o filme, mas o sono já estava vindo forte
– eu pedi à tripulação para arrumar a minha poltrona, que reclina 180 graus, para dormir; isto foi novidade para mim: a LATAM agora coloca uma cobertura, que mais parece um colchonete, cobrindo cada poltrona da classe Executiva, de forma, que a “cama” fica realmente muito mais “fofa” e confortável; acredito que a companhia deva ter recebido muitas reclamações para adotar este procedimento, que não existiu quando voei e avaliei este modelo no 1º trimestre de 2016
– dormi muito bem até 03:40h (no horário brasileiro, que naquela época do ano tinha um fuso de -5 horas com relação à Europa); o travesseiro tinha um bom tamanho e o cobertor era muito macio e funcionou muito bem
– acessei o mapa de voo disponível no sistema de vídeo para ter uma ideia de onde estávamos: já tínhamos cruzado o Oceano Atlântico, passávamos pela Bahia e faltava um pouco mais de 01 hora para a chegada em Guarulhos
– o café da manhã foi servido quando faltava apenas 01 hora para pousarmos em GRU; fiz boas escolhas com relação aos itens da minha refeição matinal, fiquei satisfeito, tudo estava fresco e saboroso, com destaque para o prato de frios
– eram 05:02h quando o Comandante informou que estávamos iniciando o procedimento de descida, com pouso previsto para 05:28h em Guarulhos, que tinha tempo nublado, com 18 graus de temperatura
– no sistema de entretenimento, começou a ser exibido um vídeo orientativo para todos os passageiros (mesmo quem estava com o monitor desligado) sobre a chegada em GRU, com alerta claro sobre a necessidade de 90 minutos para fazer a conexão doméstica entre o Terminal 3 (onde o avião encosta) e o Terminal 2 (de onde partem os voos para outras cidades do Brasil)
– quando eram 05:18h ouvimos o comando da cabine de comando: “tripulação por gentileza preparar para o pouso“; o trem de pouso do A350 foi armado e travado às 05:24h, tocamos a pista 9R do Aeroporto Internacional de Guarulho às 05:27h
– ainda estava escuro, mas o sol começa a dar sinais; o taxiamento foi lento, demoramos quase 10 minutos para encostar no terminal e poder dizer que mais um voo da LATAM foi encerrado com sucesso
AVALIAÇÃO GERAL: não há como amenizar a confusão gerada pelo cancelamento do voo de Milão para Guarulhos, o transtorno foi enorme e se eu não tivesse insistido para falar com a Supervisão da Central de Atendimento, eu não conseguiria mudar a origem do meu voo; além disso, tive que “torrar” milhas do Smiles para conseguir fazer o que a LATAM não iria fazer: me transportar de volta ao Brasil na data correta; a Sala VIP da Star Alliance é muito boa e aconchegante; o atraso foi irrisório, chegamos no horário em Guarulhos; o upgrade de última hora foi uma grata e inesperada surpresa, voltar no conforto da Business Class de uma máquina maravilhosa como o A350 foi ótimo; o serviço de bordo teve um nível muito bom, mas a salada podia ser mais elaborada e não se pode servir um pão tão duro; o atendimento da equipe de solo em Paris foi muito bom e durante o voo a tripulação teve uma atitude apenas correta, nada de calorosa, mas foi atenciosa e competente, sem erros; entre altos e baixos (alguns graves), a experiência com a LATAM foi muito boa
Já passei por uma situação parecida de cancelamento de voo assim. Na Europa, pelo menos, eles são obrigados, caso você assim deseje, a te colocar em outro voo de qualquer companhia que faça o trajeto. Dá um pouco de trabalho, mas é uma informação importante. Não consegui pegar meu voo FRA-GIG por causa do meu voo anterior. Como chegamos muito tarde no aeroporto, a Lufthansa pagou o nosso hotel e janta, mas iriam nos acomodar no voo da noite, mas eu queria chegar logo em casa. Eles acabaram me colocando em um voo da KLM para AMS e depois em um para o GIG. Melhor coisa que eu fiz. Precisamos saber e usar nossos direitos. Eu acho que eu pediria ressarcimento por essa passagem de Milão até Paris.