Voando com a Air New Zealand (AKL/NPE)
– este é o 9º trecho da viagem de VOLTA AO MUNDO, desta vez será um trecho dentro da Nova Zelândia, voando da capital Auckland para Napier, uma pequena cidade de 60.000 habitantes localizada na costa leste da Ilha Norte do país, na Baía de Hawke; voarei pela 1ª vez com a AIR NEW ZEALAND, a maior companhia aérea do país
COMPRA DA PASSAGEM
– a ideia de fazer um voo doméstico na Nova Zelândia surgiu depois de pesquisar as atrações turísticas principais de Auckland e perceber que teria uma tarde e uma noite livres na curta passagem por aquele país na fase final da jornada de VOLTA AO MUNDO
– além disso, voar com a Air New Zealand seria um atrativo adicional, pois sempre admirei a pintura dos aviões da companhia, bem como o marketing usado nas campanhas institucionais das mídias sociais
– pesquisei as opções de voo e uma viagem de “bate e volta”para Napier apareceu como a melhor opção (preço razoável, horário perfeito dos voos e voo operado por um Bombardier Q300, um tipo de aeronave que eu nunca tinha voado); comprei passagem em abril de 2016 (ou seja, com 02 meses de antecedência), por 63 dólares neozelandeses (cerca de R$ 140,00) para o voo 8407, com partida marcada para o início da tarde (14:25h)
– a Air NZ oferece 09 voos diários entre Auckland e Napier, o 1º no final da manhã (10:40h) e o último no início da noite (18:30h); a pesquisa de preços para o mês de setembro/16 mostra que os preços variam de 59 a 239 dólares neozelandeses; a companhia oferece 04 tipos de tarifas: “Seat” (a mais barata, não reembolsável, não inclui bagagem despachada, foi a que comprei), “Seat+Bag”, “Flextime” e “Flexiplus” (a mais cara, 100% reembolsável e remarcável + bagagem de 23 quilos)
– a Air NZ lançou recentemente uma versão do site em português, pois começou a vender voos para o Brasil (de Auckland para Buenos Aires e de lá para São Paulo ou Rio de Janeiro com este trecho sendo operado pela Turkish Airlines ou Aerolineas Argentinas); mas os preços das passagens para o trecho que voei são muito mais caros! Ao invés dos 59 dólares neozelandeses (cerca de R$ 130,00) da versão “gringa” do site, o preço para venda no Brasil é de 145 dólares norte-americanos (cerca de R$ 450,00)
A AIR NEW ZEALAND
– fundada em 1940, a Air New Zealand é um ícone nacional do insular país; foi uma empresa estatal até 1989, quando foi privatizada; em 1999 a companhia entrou para a aliança global Star Alliance, que tinha sido criada 02 anos antes pela Air Canada, Lufthansa, Scandinavian Airlines, Thai Airways e United Airlines; em 2001, a companhia foi reestatizada
– a companhia opera atualmente para 22 destinos nacionais e 29 destinos internacionais em 16 países e foi eleita a 17ª melhor companhia aérea do mundo em 2016
– a frota atual da companhia tem 105 aeronaves no total, com uma idade média de 8,2 anos, está passando por um processo de modernização e é muito eclética, com aviões de todos os tipos (turbinas e turbo-hélices) e fabricados por diversos fornecedores (mas não tem nenhum da nossa brasileira Embraer):
- Boeing: 777-300ER (07 unidades), 777-200ER (08 unidades), 767-300ER (04 unidades), 787-900 (06 unidades)
- Airbus: A320 (29 unidades)
- ATR: 72/500 e 72/600 (24 unidades)
- Bombardier: Q300 (23 unidades)
- Beech Aircraft: 1900D (04 unidades)
O AEROPORTO DE AUCKLAND (Terminal Doméstico)
– cheguei no Terminal Doméstico exclusivo para a Air New Zealand do Aeroporto de Auckland às 13:20h; contratei os serviços de uma van coletiva (foram 03 paradas no meio do caminho para pegar outros clientes), ao custo de 35 dólares neozelandeses (cerca de R$ 80,00), pois pelas pesquisas que fiz, esta se mostrou uma boa opção para ir do centro da capital para o terminal (um táxi sai por cerca de 8o Nzd e o Uber por 65 Nzd)
– por fora do terminal, um grande letreiro com a logomarca da Air NZ indica que se trata de uma estrutura dedicada para a companhia aérea; a fachada do aeroporto é modesta, com um único pavimento
– por dentro, nada de luxo ou extravagâncias: ótima iluminação natural, sinalização clara e algumas poucas lojas e lanchonetes, ou seja, um terminal extremamente prático e funcional
– quando cheguei na área utilizada pela Air NZ, encontrei um salão cheio de máquinas de auto-atendimento: a companhia automatizou todo o processo de check-in dos passageiros, são dezenas de totens e balanças onde os clientes imprimem seu cartão de embarque, pesam as malas que vão despachar e imprimem também a etiqueta delas; fiz o meu procedimento muito rapidamente, o sistema é muito didático, informei o número do Programa Amigo da Avianca Brasil, de olho no acúmulo de pontos na companhia aérea brasileira
– ao lado dos quisoques, tem uma área com bandejas grandes onde as malas que serão despachadas devem ser depositadas na esteira; uma funcionária da Air NZ está disponível para ajudar as pessoas com algum tipo de dificuldade no processo
SALA VIP DA AIR NEW ZEALAND
– tenho status GOLD na Star Alliance (por conta da Avianca Brasil e da Copa Airlines), por isso, a utilização da Sala VIP que Air NZ possui neste aeroporto era possível; eram 13:40h, ainda dava tempo de uma rápida passada por lá para averiguar como a companhia trata os seus clientes “premium”
– o espaço era pequeno, mas extremamente acolhedor e completo, com móveis novos e funcionários de bom humor; são 02 salões: um deles onde estão o bar, o buffet e mesas/cadeiras e outro com poltronas e bancos maiores, onde um grande monitor com informações sobre os voos que partiriam nas próximas horas; cerca de 10 pessoas compartilhavam o ambiente comigo
– a Air NZ oferece nesta VIP Lounge muitas opções de bebida (variedade de vinhos, licores, cervejas sucos, refrigerantes e café) e comida (snacks, sanduíches diversos, sopa, queijos, frutas e doces); foi providencial, afinal, eu não tinha almoçado, comi um lanche gostoso que espantou a fome e tomei uma taça de vinho nacional, de ótima qualidade
– eram 14:05h quando a funcionária da recepção d0 VIP Lounge fez o anúncio de que o embarque do meu voo estava autorizado e que eu deveria seguir para o Portão 47; ao sair de lá, eu já estava no saguão onde os passageiros aguardam os seus voos; é um local pequeno mas organizado, com muitas cadeiras, todos ficam por ali esperando a chamada para seus voos; 02 lanchonetes estão instaladas para um lanche de última hora
– foi formada uma pequena fila para o controle do boarding pass e algo me chamou a atenção: não há controle de segurança, os passageiros não são obrigados a passar por detector de metais e a bagagem de mão não passa por aparelho de raio-x; um agente de segurança faz apenas uma breve conferência do cartão de embarque, mas não pede para mostrar passaporte ou qualquer outro documento de identificação
– um túnel montado por uma estrutura de ferro com janelas de acrílico é utilizado para acesso aos vários aviões que aguardam seus passageiros para os voos regionais; é uma estrutura que parece improvisada, mas que conta com iluminação, aparelhos de prevenção a incêndio e marcação no piso para pessoas com deficiência visual, portanto, completa
– na caminhada até o meu portão, foi possível tirar fotos de outras aeronaves que estavam sendo preparadas para o próximo voo; consegui registrar os detalhes de um Bombardier Q300, o mesmo modelo de turbo-hélice que me levaria até Napier
– o Portão 47 ficava a esquerda e uma larga porta dava acesso ao lado de fora, saí de frente para o Bombardier escalado para o meu voo; cones formam o caminho que deve ser seguido pelos passageiros até a escada do próprio avião, que fica na parte dianteira dele (ao contrário dos aviões fabricados pela ATR, onde o embarque é feito pela porta traseira)
– fui o primeiro a embarcar (ótima oportunidade para tirar fotos do interior da aeronave vazia): a única aeromoça que suportaria o voo me recebeu com extrema simpatia, fazendo o mesmo com todos os outros passageiros; seu nome era Rachelle e ela vestia um uniforme muito elegante da Air NZ
– o turbo-hélice que faria o voo tinha o prefixo ZK-NEM, um Bombardier Dash8 da série 300, fabricado e entregue em outubro de 2006; a aeronave está muito bem conservada, não parece que tem quase 10 anos em serviço; a Air NZ configura os seus Q300 para 50 passageiros, com a cabine configurada com 02 assentos de cada lado (2 x 2); neste voo, a ocupação era de 70%
– os bancos do Q300 eram de couro azul escuro e a distância entre as poltronas trazia bom espaço para as pernas; mas para quem senta na janela há um detalhe importante: a perna que fica perto da “parede” do avião fica apoiada em um pequeno degrau da estrutura inferior do avião, portanto, as pernas ficam desniveladas, causando um estranha sensação de desconforto; a minha poltrona era a 3D, uma janela na parte frontal e do lado direito do Q300
– depois que todos os passageiros tinham embarcado, a Comissária fez uso do sistema de áudio para anunciar que o tempo de voo até Napier seria de apenas 45 minutos; além disso, ela esclareceu a regra para uso dos telefones celulares: o modo-avião é permitido durante todo o voo
O VOO
– a porta do Q300 foi fechada às 14:25h, 02 minutos depois a hélice direita foi acionada e o pushback foi feito logo em seguida; me chamou atenção que o procedimento é feito por um carrinho bem diferente dos tratores que costumam empurrar os Boeings e Airbus nos aeroportos brasileiros
– o taxiamento foi rápido e passamos por outros turbo-hélices da companhia sendo preparados para os voos regionais oferecidos pela Air NZ; a pintura da cauda das aeronaves da empresa neozelandesa é linda
– a decolagem foi iniciada às 14:32h, o Q300 demorou apenas 24 segundos para começar a ganhar altitude; os arredores do Aeroporto de Auckland trazem paisagens lindas, com o sol forte batendo na minha janela; o barulho que o Bombardier faz quando as hélices estão em potência máxima me pareceu maior do que o produzido pelo ATR-72
– logo depois que o aviso de apertar cintos foi apagado, Rachelle começou sua missão de servir os passageiros; ela se mostrou extremamente atenciosa e educada; o serviço é simples, mas “honesto”: um copo de água, um pacotinho de cookies e café (ou chá) e, por fim, umas balinhas estilizadas ao final
– o Q300 tem apenas 01 banheiro, instalado na parte da frente, ao lado da pequena galley; como o voo estava tranquilo, fui lá conferir: é muito pequeno e o sistema de água estava com problemas, de acordo com um alerta colocado ao lado da pia
– a paisagem da Nova Zelândia é absolutamente linda, os cenários vão mudando na medida em que nos aproximávamos de Napier, todos deslumbrantes
– como eu era o único passageiro na minha fileira (não havia ninguem ao meu lado, nem do outro lado do avião), foi fácil tirar fotos das 02 hélices do Q300 a partir da janela de ambos os lados
– neste pequeno avião regional não há sistema de vídeo (individual ou coletivo), mas a Air NZ oferece aos seus clientes uma revista de bordo de nome “KiaOra”; gostei do conteúdo, traz reportagens de temas culturais e turismo; a capa promovia a Air New Zealand International Marathon 2016, que será realizada em novembro deste ano; além disso, há informações detalhadas da frota da Air NZ
– eram 15:08h quando o aviso de apertar cintos foi ligado, logo em seguida, o trem de pouso, que fica dentro da carenagem do motor, foi acionado e travado; mais uma vez, a visão da janela do avião era linda, a rota de aproximação para a pista de Napier passa por campos verdes e alguns morros baixos
– pousamos às 15:20h: foi um procedimento suave, totalmente seguro, o turbo-hélice não precisou de toda extensão da pista 16/34 de 1.750 metros do Aeroporto de Napier; o estrutura do terminal é simples, não há área de taxiamento, a aeronave pousa, segue até o final da pista, faz uma volta de 180 graus para se dirigir ao pátio de embarque/desembarque
– a porta da cabine de comando abriu durante o pouso, o que permitiu o registro dos pilotos procedendo ao estacionamento do Q300, nos últimos segundos do voo, antes da equipe de solo da Air NZ calçar a parte da frente do trem de pouso
– a Air NZ coloca uma rampa para que os passageiros saiam do avião sem precisar descer os degraus de escada; o sol batia forte bem atrás da aeronave, era uma boa oportunidade para tirar fotos deste avião com linhas únicas; os motores tem apenas 04 hélices e permitem que a velocidade de cruzeiro alcance 500 km/h
– a caminhada até o pequeno terminal de passageiros é curta, são apenas alguns metros, mas antes de seguir para lá, foi possível tirar mais fotos, desta vez de outro Q300 que também estava estacionado no pátio do Aeroporto de Napier (prefixo ZK-NET)
AVALIAÇÃO GERAL: o preço da passagem comprada com 02 meses de antecedência foi razoável para um voo regional de 45 minutos; o terminal doméstico destinado à Air NZ do Aeroporto de Auckland é modesto, mas é prático e extremamente funcional, com destaque para a forma clara que a companhia direciona os passageiros para o auto-atendimento e para a inexistência de controle de segurança para embarque; a Sala VIP é pequena, mas completa e uma ótima opção para um pequeno descanso ou uma refeição rápida; eu adoro voar nos turbo-hélices e o primeiro voo no barulhento Bombardier Q300 me agradou, o conforto oferecido é o suficiente para um voo de curta duração; a atitude da única Comissária foi simplesmente exemplar, a alegria transmitida por Rachelle durante o voo realmente foi um ponto positivo; com relação ao serviço de bordo, senti falta de mais opções de bebida gelada, pois água era única opção oferecida; no geral, foi uma agradável experiência o meu primeiro voo com a Air New Zealand
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