Voando com a Pobeda (TBS/ROS)
– como já disse em outras avaliações, acompanhar os 02 primeiros jogos do Brasil na Copa de 2018 foi um projeto que consumiu muita energia no planejamento para que fosse possível chegar na Rússia e ir de uma cidade para outra dentro do país; confira AQUI o detalhe de todos os voos que acabei pegando entre os dias 14 e 23 de junho, passando por várias cidades da Europa
– eu estava na capital da Geórgia – Tbilisi – e a estréia da seleção canarinho (jogo contra a Suiça) foi realizada na cidade de Rostov-on-Don; a distância entre as duas cidades é de apenas 472 milhas (cerca de 760 quilômetros)
A COMPRA DA PASSAGEM
– as minhas pesquisas levaram à alternativa de voar e avaliar a POBEDA, companhia de baixo-custo (low-cost) que é uma subsidiária da maior empresa aérea russa – AEROFLOT, foi criada em 2014 (o voo inaugural foi feito no dia 1º de dezembro) e opera uma frota padronizada de Boeing 737-800 (atualmente, são 20 unidades)
– o site da POBEDA na Internet (https://www.pobeda.aero/en) tem versão em inglês, de fácil navegação, com as informações prestadas de forma clara
– a companhia opera 03 voos semanais entre Tbilisi e Rostov (domingo, 3º feira e 5ª feira), com o voo partindo no meio da tarde da Geórgia em direção à Rússia; a passagem foi comprada em março de 2018 (portanto, com 03 meses de antecedência); o preço de US$ 105 (cerca de R$ 350,00 na época) se aplicava ao perfil de tarifa “Standard“, que não incluía nenhum serviço adicional, ou seja, tudo precisa ser contratado a parte
– a escolha prévia de um assento “comum” custava um adicional de US$ 2,61 (cerca de R$ 9,00); esta foi a minha opção, reservando um lugar razoável na parte central da aeronave; se eu quisesse sentar mais na frente, a POBEDA cobrava US$ 7,00 (cerca de R$ 25,00)
– para despachar uma bagagem de até 10 quilos, o custo cobrado pela POBEDA era de US$ 8,75 (cerca de R$ 30,00) e como eu estaria no início da viagem para a Rússia, achei que era o suficiente
– logo depois da compra (feita com cartão de crédito), recebi um e-mail com todos os dados do meu bilhete, com detalhamento dos serviços adicionais que contratei; o preço final foi de US$ 116,60 (cerca de R$ 410,00)
A CIDADE DE TBILISI/GEÓRGIA
– chegamos em Tbilisi, capital da Geórgia,no final da tarde de sábado, a bordo de um Boeing 737-700 da GEORGIAN AIRWAYS, vindo de Amsterdam/Holanda (confira AQUI como foi este voo em classe Econômica)
– ficamos em um hotel muito bem localizado, na região mais central da cidade (na Vakhtang Gorgasali Street), nas margens do Rio Kura, perto da zona mais boêmia de Tbilisi
– na manhã do domingo, acordamos mais cedo e conseguimos fazer uma rápida visita ao Forte Narikala, pegando o famoso teleférico da cidade e passando pela Ponte da Paz; a visão panorâmica de Tbilisi é ótima deste ponto turístico
– apesar da passagem relâmpago por Tbilisi, foi interessante conhecer a capital desta região que fez parte da extinta União Soviética
O AEROPORTO DE TBILISI/TBS
– negociamos um táxi no hotel para nos levar até o aeroporto; fechamos em US$ 15 (cerca de R$ 60,00 nos dias atuais) e as malas foram no teto, amarradas por uma corda fajuta
– chegamos no Shota Rustaveli Tbilili International Airport (por onde passaram mais de 3,1 milhões de passageiros em 2017) por volta de 12:30h, foram 25 minutos de trajeto, pegamos um trânsito bom, sem problemas; o movimento de pessoas era pequeno naquele início de tarde de sol e a fachada do terminal é de vidro
– todos precisam se submeter a um controle prévio de segurança antes de entrar no terminal: passar as malas e mochilas por um grande aparelho de raio-x é obrigatório para entrar no saguão principal onde é feito o atendimento das companhias aéreas
– a área de check-in é ampla e muito bem iluminada, com estrutura tubular e teto alto, que traz muita sensação de espaço ao ambiente; a movimentação de pessoas continuava pequena
– uma pequena balança está disponível no meio do saguão para que os pesos das malas sejam verificados antes do check-in; a minha única mala tinha menos de 08 quilos, portanto, dentro da franquia que eu tinha comprado
– a POBEDA atendia seus passageiros nos guichês 30 a 33, onde já estava formada uma fila grande; esperamos mais de 20 minutos para fazer o check-in e o processo era demorado porque as dimensões das malas de bordo dos passageiros eram conferidas com rigor pelas atendentes; reparei que os limites de tamanho que estavam sendo exigidos eram ridiculamente pequenos, achei que teria problemas com a minha que sempre me acompanha na cabine; despachamos as malas de porão e a atendente olhou rapidamente as nossa malas de mão (eu não escondi a minha!) e não fez nenhuma crítica
– no nosso caso, o atendimento até foi rápido, não demorou muito para recebermos o boarding pass, os funcionários da companhia russa estavam em um ritmo acelerado, pois a fila continuava grande; a identificação que fiz previamente junto à FIFA (FAN ID) foi essencial, pois serviu como visto de entrada na Rússia
– antes de partirmos para a área de embarque, valeu a pena dar um pulo em uma pequena loja de souvenirs instalada no extremo direito desta parte do aeroporto, aproveitei para comprar algumas lembrancinhas para a família
– passar pelos controles de segurança e passaporte, que ficam no 2º pavimento (escadas rolantes ou um elevador panorâmico podem ser utilizados), foi muito tranquilo, não pegamos fila e perdemos poucos minutos
– o saguão de embarque tem janelões de vidro com ampla visão para o pátio de manobras de Tibilisi; quando cheguei lá, estava partindo para Doha/DOH um Airbus A320 da QATAR AIRWAYS; além disso um A321 da KISHAIR estava acoplado ao finger sendo preparado para o próximo voo, ao lado de um outro A321 da URAL AIRLINES
– uma loja de Free Shop de dimensões modestas está instalada na região mais central e uma pequena praça de alimentação com apenas 02 restaurantes fica no extremo esquerdo desta área
– o chão do saguão de embarque era acarpetado e muitas cadeiras estofadas estão espalhadas em frente aos portões de embarque (são apenas 05); além disso, alguns quiosques são opções para lanches rápidos e compras de última hora
– os paineis eletrotônicos espalhados indicavam que o aeroporto da capital da Geórgia não é muito movimentado nos fins de semana: em uma janela de 04 horas (de 12:30h até 16:30h), apenas 10 voos seriam operados naquele domingo
– o Boeing 737-800 que nos levaria até a Rússia chegou em Tbilisi às 13:55h, vindo justamente de Rostov-on-Don (portanto, ele faria um bate-volta), pousando pela cabeceira 31L
– cinco minutos depois o B737 com winglets instalados nas pontas da asa chegou de forma lenta e estacionou bem em frente onde a gente estava esperando o voo
– o início do embarque do voo DP854 foi anunciado às 14:20h pelo sistema de áudio do aeroporto e o Portão 101 seria utilizado
O EMBARQUE NO BOEING 737-800
– o Boeing escalado para este voo até a Rússia tinha o prefixo VQ-BTD e sempre teve as cores da POBEDA, desde sua fabricação em dezembro de 2014
– quando me apresentei para o embarque, o meio receio se confirmou: a mesma funcionária que tinha feito meu check-in olhou para a minha mala e fez uma cara de poucos amigos, falando de forma áspera que eu não poderia embarcar com ela e deveria pagar uma adicional 100 gels, a moeda local, que equivale a R$ 140,00; apesar da minha bagagem ser pequena para os padrões internacionais, eu não tinha o que discutir, pois esta é a regra estabelecida pela companhia (exagerada ou não, eu estava sujeito a ela)
– o Boeing trazia a tradicional configuração 3 x 3 (três poltronas de cada lado), em classe única – Econômica – com o chamado Sky Interior, tecnologia da fabricante americana que xxx; a capacidade desta aeronave é de 189 passageiros; os assentos eram revestidos em couro sintético de cor preta
– minha poltrona era a 12F, uma janela do lado direito da aeronaves, um pouco à frente da asa; o espaço para as pernas era bem razoável, mas as cadeiras não reclinam; alem disso, na parte inferior da poltrona da frente não há aquele típico lugar para colocar objetos pessoais
– a POBEDA procura economizar em tudo: as instruções de segurança estão expostas em um adesivo colocado na parte de trás da mesinha, não existe aquele cartão plastificado
– 04 Comissárias e 01 Comissário foram escalados para suportar este voo, que tinha 70% de ocupação (mais alguns brasileiros estavam a bordo); enquanto permanecíamos em solo, a cabine estava quente
O VOO PARA ROSTOV-ON-DON
– as instruções de segurança foram demonstradas de forma manual pela tripulação momentos antes de nossa partida; o procedimento de pushback foi iniciado às 14:43h, portanto, saímos 02 minutos antes do horário previsto, ótima eficiência operacional da POBEDA
– os tradicionais anúncios que antecedem o voo foram feitos em russo e inglês com a utilização de mensagem gravada, menos trabalho para a Chefe de Cabine; alinhamos na cabeceira 31L às 14:50h e só decolamos 04 minutos depois, quando os 02 motores CFM56 foram acionados em potência máxima; o tempo tinha piorado um pouco e o sol tinha ido embora e sobrevoamos nos primeiros segundos de voo alguns lagos com uma cor de água estranha
– pegamos muitas nuvens durante os primeiros 30 minutos de voo, com o sinal de apertar cintos ligado o tempo todo; de vez em quando, alguns buracos nas nuvens permitiam ver que montanhas com neve dominavam o terreno lá embaixo
– a POBEDA tem sua revista de bordo, que foi distribuída aos interessados pelos comissários no meio do voo; fiquei na expectativa de venda de souvenirs da companhia a bordo, mas nada era oferecido
– em uma das páginas da revista estão descritos os limites definidos pela POBEDA para as malas que podem ir a bordo: 36cm x 30cm x 27cm e como a minha mala tem 43cm x 32cm x 20cm, tive que despachar; comparando com as companhias nacionais fica fácil conferir como as dimensões estabelecidas pela companhia russa são rigorosas e sem razão: na LATAM é 55cm x 35cm x 25cm e na GOL é 55cm x 40cm x 25cm; recorrendo a algumas famosas empresas européias low-cost temos a RYANAIR com limites de 55cm x 40cm x 20cm e a EASYJET com 50cm x 40cm x 20cm
– um dos Comissários começou a distribuir o formulário de imigração às 15:20h informando que o preenchimento era obrigatório, mas logo em seguida, a Chefe de Cabine foi corrigindo o erro e esclarecendo que os passageiros que tinham o FAN ID da FIFA não precisavam perder tempo com isso
– neste voo, a POBEDA não ofereceu serviço de bordo nem mesmo a opção de compra de produtos; para um voo curto, isto não foi um problema grave; 0 voo estava tranquilo, com céu azul e nuvens brancas mais abaixo da aeronave
– eram 15:30h quando foi feito um anúncio vindo da cabine de comando informando que já estávamos em procedimento de descida para pouso no nosso destino, com 28 graus de temperatura no local do 1º jogo do Brasil na Copa de 2018
– incomodei os brasileiros que estavam sentados ao meu lado e fui a um dos banheiros instalados na parte traseira da aeronave; de tamanho padrão deste modelo de avião, estava limpo e nenhuma amenidade era oferecida; me chamou atenção 02 placas coladas na parede: instruções em russo para uso da descarga e de como usar o vaso sanitário
– na saída do toalete, percebi que na galley estava totalmente vazia; aqueles típicos carrinhos para estocar produtos não são colocados para diminuir o peso da aeronave e melhorar o consumo de combustível; somente algumas garrafas de água foram embarcadas; no caminho de volta para o meu lugar, aproveitei para tirar uma foto ampla da cabine do Boeing 737
– o trem de pouso foi armado e travado às 15:50h (eram 14:50h na Rússia, o fuso horário com relação à Geórgia era de -1 hora); o procedimento de aproximação para foi feito passando por cima de uma zona rural
– pousamos às 14:57h pela cabeceira 22 da única pista deste aeroporto russo, que tem 2.500 metros de extensão; foi um procedimento seguro, sem sustos ou frenagem forte
– estar sentado na janela do lado direito me permitiu ter uma ampla visão do terminal de passageiros do Aeroporto de Rostov-on-Don, que tem uma estrutura moderna e muito bonita, com a fachada misturando placas de aço escovado e vidro
– havia pouca movimentação de aeronaves naquela tarde de domingo de sol em Rostov: estavam estacionados em frente ao terminal um Airbus A320 da AEROFLOT e outro da URAL AIRLINES
– depois de sair do avião, a grande janela de vidro permitiu tirar fotos do Boeing 737-800 acoplado à ponte de embarque, onde um grande outdoor estava instalado com uma mensagem de boas vindas à Copa do Mundo
– passamos pelo controle de imigração, onde a fila estava grande e o clima de Copa do Mundo já estava instalado, com muitas bandeiras dos países participando sendo carregadas pelos torcedores que chegavam à Rússia; perdemos mais de 20 minutos neste processo, mas as nossas malas demoraram ainda mais chegar na Esteira 1: somente às 15:40h elas apareceram, intactas pelo menos
– o aeroporto está instalado nos arredores de Rostov, a cerca de 15 quilômetros do centro da cidade; a parte externa do aeroporto é nova e muito bonita
AVALIAÇÃO GERAL: a experiência de voar com a companhia de baixo-custo da gigante AEROFLOT teve aspectos positivos e negativos; o preço da passagem tinha sido apenas razoável, mas depois do acréscimo forçado da bagagem despachada no portão de embarque, o valor ficou alto demais para um voo de curta duração, mesmo que internacional; o Boeing 737-800 era novo e está muito bem conservado, com espaço para pernas generoso, entretanto, as poltronas não reclinam e nem oferecem lugar para guardar objetos pessoais; para piorar um pouco, não tem tomada para carregar o celular; a pontualidade foi ótima, partimos e chegamos de acordo com o planejado; a tripulação de cabine teve uma atitude correta durante todo o voo, com exceção da confusão gerada pela distribuição dos formulários de imigração; entretanto, não me lembro de ter visto um único sorriso estampado nos rostos dos 05 comissários que voaram comigo; além disso, a forma áspera com a qual a funcionária do aeroporto falou comigo quando viu minha mala de bordo foi totalmente desnecessária; mesmo sabendo que a POBEDA é uma companhia low-cost, não esperava que o serviço de bordo fosse simplesmente inexistente; o fato de ser um voo de apenas 01 hora de duração fez este fato negativo se tornar menos relevante
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