VOANDO COM A CAMBODIA AIR (PNH/REP)
– continuamos na fase de voos curtos e em classe Econômica na Volta ao Mundo de 2018
– as minhas viagens ao redor da Terra têm muitos objetivos, um deles é voar e avaliar companhias “exóticas” e que não tenham muita visibilidade no Brasil; um voo interno no Camboja, com certeza, respeitaria este critério, por isso, encaixei um voo entre Phnom Penh (capital do país) e Siem Reap (cidade histórica), que estão distantes por apenas 146 milhas (cerca de 235 quilômetros); este seria o 6º trecho da jornada
A COMPRA DA PASSAGEM
– quando decidi incluir o Camboja no roteiro da Volta ao Mundo de 2018, pesquisei qual seria a cidade mais interessante para visitar e logo surgiu o nome de Siem Reap, que fica em uma região que atrai uma multidão de turistas em função dos chamados templos de Angkor
– continuando as minhas “investigações”, descobri que o Camboja tem uma companhia aérea “nacional”: a CAMBODIA ANGKOR AIR foi criada em 2009 a partir de uma parceria entre o Governo do país e a VIETNAM AIRLINES, a maior e principal empresa aérea do país vizinho
– atualmente a companhia atende 03 cidades cambojianas (Phnom Penh, Siem Reap e Sihanoukville) e alguns destinos internacionais na China, Tailândia, Singapura, Malásia, Laos e Vietnã; a frota é modesta, são apenas 07 aeronaves: 03 Airbus A320, 01 Airbus A321 e 03 ATR-72/200; portanto, voar e avaliar esta companhia aérea seria uma ótima oportunidade
– o site não tem navegação simples e traz informações desencontradas sobre os horários dos voos, os destinos operados e as aeronaves que compõem a frota
– depois de “aprender” a lidar com o site, simulei a compra da passagem e descobri que a CAMBODIA AIR opera 05 voos diários entre Phnom Penh e Siem Reap (o primeiro às 09:55h e o último às 19:35h); no perfil de tarifa mais baixo (“Low Budget”), todos estavam sendo vendidos pela bagatela de US$ 1 (isso mesmo, UM DÓLAR), com US$ 29 adicionais de taxas, com direito ao despacho de 01 bagagem de até 20 quilos; portanto, em agosto de 2017 (com 08 meses de antecedência) comprei o voo do final do dia (K6 117)
– uma mudança simples do horário de partida do voo (de 19:35h para 19:45h) foi comunicada de forma totalmente falha pela companhia, pois a 1ª indicação era de que o voo tinha sido cancelado; o número do meu bilhete não era reconhecido no site da CAMBODIA AIR; fuçando na Internet, descobri um endereço de e-mail e, depois de algumas mensagens trocadas, consegui a confirmação de que minha passagem estava ativa
O AEROPORTO DE PHNOM PHEN
– eu cheguei em Phnom Phen em um voo da BANGKOK AIRWAYS, operado por um Airbus A320, que partiu no início da tarde daquele sábado de Bangkok/BKK (confira AQUI como foi) e a SINGAPORE AIRLINES já tinha me levado de Singapura até a capital tailandesa a bordo do novíssimo Boeing 787-10 (confira AQUI como foi); eu teria algumas horas pela frente até o próximo voo da jornada
– a caminhada até a área de embarque foi feita rapidamente, foram cerca de 150 metros apenas; logo me chamou a atenção que uma das filas de veículos aguardando passageiros que precisavam sair do aeroporto era formada por “tuk-tuk“, que eu costumo definir como sendo uma moto transformada em charrete
– o aeroporto internacional da capital do Camboja tem uma estrutura simples, mas moderna, além de ser limpa e muito bem cuidada; há um grande saguão, com uma parte com teto mais alto; a fachada frontal tem estrutura de ferro e vidro, trazendo boa iluminação natural ao ambiente; os portões de embarque ficam no 2º pavimento e são acessados por meio de escadas rolantes
– as opções de comércio são bem restritas na parte “pública” do terminal: encontrei somente uma pequena lanchonete (“Blue Pumpkin”) e um quiosque que vendia donuts (“Krispy Kreme”)
– na área de atendimento, pude ver balcões de check-in de uma grande quantidade de companhias aéreas: Vietjet Air (companhia vietnamita que foi avaliada na Volta ao Mundo de 2017 – confira AQUI), Spring Airlines, Qatar Airways, Vietnam Airlines, Silk Air, Malaysia Airlines, Cathay Pacific/Dragon, Bangkok Airways, Shenzhen Airlines, China Southern e Jet Star
– perto de 16:00h fui tentar fazer logo o meu check-in para despachar logo minha mala, mas ainda não era possível, uma solitária funcionária que estava no balcão da CAMBODIA AIR me informou que o procedimento seria aberto somente 90 minutos antes do horário do voo, ou seja, somente às 18:15h considerando o voo de 19:45h
– na parte extrema esquerda do saguão principal, achei uma tomada livre e algumas poltronas vazias, onde me instalei; depois de acessar o sistema de Wi-Fi gratuito oferecido pela administração do aeroporto (com velocidade e qualidade de conexão apenas razoáveis), aproveitei para carregar o celular e avançar no texto da avaliação do 1º voo desta Volta ao Mundo (do Rio de Janeiro para Houston com a UNITED, a bordo do Boeing 767-300 – confira AQUI)
– perto das 18:00h, voltei para o saguão principal do terminal e alguns pessoas já estavam nos arredores dos balcões da CAMBODIA AIR, mas nenhum funcionário estava por lá ainda
– alguns minutos depois, começou uma movimentação do “staff” da companhia aérea, funcionários chegavam carregando os materiais necessários para fazer o atendimento dos clientes; o check-in do voo K6 117 começou a ser feito por volta de 18:10h nos guichês 17 (dedicado para os passageiros da Premium Class) e 18/19 (para a “galera” da classe Econômica); fiquei cerca de 10 minutos na fila e o procedimento foi feito rapidinho, despachei logo minha mala e recebi meu boarding pass
– nos monitores dos guichês havia a indicação de que meu voo para Siem Reap seria operado por um Airbus A320 e não pelo turbo-hélice ATR-72, conforme estava indicado no site da CAMBODIA AIR quando eu comprei a passagem; como eu adora viajar no “teco-teco”, a mudança de aeronave era frustrante
– o acesso à área de embarque internacional é feito por uma escada rolante instalada no lado direito do aeroporto; já os voos com destinos nacionais (meu caso), são operados pelos Portões de 01 a 03, que ficam do lado oposto
– depois de passar rapidamente pelo controle de segurança (não peguei fila para passar meus pertences pelo aparelho de raio-x), cheguei em um amplo salão de embarque; uma loja de conveniência (“Relay”) e um pequeno restaurante eram os únicos pontos comerciais instalados nesta parte do aeroporto
– fiquei muito bem impressionado com a estrutura: tudo era novinho, eram muitas cadeiras com cores variadas (verde, roxo, azul e vermelho); banheiros e uma estação “plug and surf” (mesa alta com tomadas para carregar equipamentos eletrônicos) completavam o ambiente
– os monitores indicavam que o meu voo seria o último do dia e não havia nenhum outro saindo naquela hora; portanto, todos os passageiros que estavam por lá estavam indo para Siem Reap; pela grande quantidade de pessoas, o voo realmente não seria operado por um “teco-teco”
– a partir de 19:20h, uma grande fila se formou em frente ao Portão 2B, mas o embarque foi iniciado somente às 19:30h; fui para o final dela e passei pelo controle de cartão de embarque feito por um funcionário da CAMBODIA AIR dez minutos depois
O EMBARQUE NO AIRBUS A320
– o embarque seria feito de forma remota, os passageiros desciam uma escada rolante e acessavam outro pequeno saguão; fiquei tirando algumas fotos e acabei perdendo o 1º ônibus que partiu em direção à aeronave; o seguinte demorou mais 05 minutos para chegar, acredito que era o mesmo veículo que levou a primeira leva de pessoas e voltou para pegar o resto
– depois que todos entraram no “busão” e partimos, andamos, no máximo, uns 30 metros e chegamos na porta do avião que operaria o voo; foi inacreditável, obviamente que os passageiros poderiam ir andando, era completamente desnecessário usar um ônibus
– ao lado do A32o da CAMBODIA AIR, um ATR-72 estava estacionado (prefixo XU-235, um modelo -200 fabricado no início de 2010 e que sempre teve as cores da companhia); acho que esta aeronave estava escalada para operar o voo K6 117 antes da mudança para o Airbus
– o A320 escalado para o voo até Siem Reap tinha sharklets instalado nas pontas das asas e carregava uma pintura muito sóbria: todo branco, com o nome da companhia ao longo da fuselagem, cauda roxa com a logomarca da CAMBODIA AIR; tinha o prefixo XU-356 e foi entregue novinho em dezembro de 2016, portanto, era uma aeronave nova
– uma fila estava formada na escada que dava acesso ao interior do avião, tive tempo de tirar algumas fotos do pátio, com destaque para as Pontes de Embarque do terminal e de uma grande placa “Welcome to the Kingdom of Cambodia“
– o embarque era realizado somente pela porta dianteira do A320 e fui um dos últimos a entrar, depois da sessão de fotos no pátio
– a cabine tinha o tradicional esquema 3 x 3 (três poltronas de cada lado) e voo estava com alta ocupação, acima de 80%; o interior estava muito bem cuidado e os assentos tinham estilo “slim”, com revestimento em um bonito tecido azul
– eu estava sentado na 1ª saída de emergência – poltrona 14C -, com ótimo espaço para as pernas, mas que não reclinava, o que não seria um problema para um voo de curta duração
– os anúncios pelo sistema de áudio com as informações preliminares sobre a viagem foram feitas na língua local e depois em inglês: foi indicado que teríamos apenas 30 minutos de voo até Siem Reap
– o uniforme da tripulação de cabine (neste voo, somente mulheres) me chamou a atenção, pois me lembrou muito do figurino que as comissárias da THAI AIRWAYS usam: uma saia longa vinho e um colete lilás, muito bonito
– no nicho da poltrona da frente, a CAMBODIA AIR disponibiliza 02 tipos de revista de bordo, além do cartão com instruções de segurança
O VOO PARA SIEM REAP
– o procedimento de pushback foi iniciado às 19:56h, portanto, partíamos de Phnom Penh com atraso superior a 10 minutos; durante o taxiamento, a tripulação demonstrou de forma manual as instruções de segurança
– a decolagem foi iniciada às 20:08h, os 02 motores Pratt & Whitney PW100 demoraram 31 segundos para tirar o Airbus do chão; infelizmente, o cansaço bateu forte, afinal, eu já estava no 3º voo do dia (de Singapura para Bangkok, de Bangkok para Phnom Penh e, finalmente, a ida para Siem Reap); o sono veio de forma incontrolável e acabei dormindo logo depois que o aviso de apertar os cintos foi apagado
– acordei na fase final do voo, um pouco antes de o trem de pouso ser armado e travado (20:40h); tocamos o solo às 20:44h, um pouso tranquilo na pista de 2.550 metros do Aeroporto Internacional de Siem Reap/REP, que não tem pontes de embarque, todos os passageiros que chegam lá precisam caminhar ou pegar um ônibus para alcançar o terminal
– o A320 da CAMBODIA AIR parou praticamente em frente ao prédio, por isso, fomos andando até o terminal de passageiros, uma rápida caminhada
– durante o trajeto, ainda consegui registrar outros aviões no pátio: um clássico MD-83 da FAR EASTERN AIR TRANSPORT (prefixo B-28025, fabricado no final de 1997), Airbus A321 da SKY ANGKOR AIRLINES e outro Airbus A321 da VIETNAM AIRLINES
– a área de restituição de bagagem era pequena e uma única esteira está instalada; na zona central, há uma réplica do tempo Angkor, o mais famoso de Siem Reap, o que chamava a atenção de muitos passageiros; minha mala demorou cerca de 10 minutos para aparecer
AVALIAÇÃO GERAL: por mais que o voo tenha sido de curta duração, a sensação de pagar apenas UM dólar pela passagem foi ótima; a confusão da mudança de horário de voos e a dificuldade que tive para confirmar que minha reserva estava válida foi um ponto negativo; o Aeroporto de Phnom Penh/PNH foi uma agradável surpresa; tem dimensões modestas, mas as instalações são novas e muito bem cuidadas; o Wi-Fi é gratuito, com qualidade de conexão apenas razoável, mas o suficiente para atualizar as mídias sociais do V&A e responder e-mails; o Airbus A320 era novinho, mas não tinha sistema de vídeo nem tomadas para carregar o celular; sentar na saída de emergência foi ótimo, o meu rápido sono foi mais confortante com as pernas esticadas; partimos e pousamos com atraso, entretanto, não me causou maiores transtornos; tive pouca interação com a tripulação a bordo, mas considerando a equipe de terra e a recepção na porta da aeronave, gostei da atitude, sempre atenciosa; vou morrer com a dúvida: houve serviço de bordo neste voo?!?! Eu acredito que não, pois a previsão de duração do voo era de apenas 30 minutos, o que tornaria a missão das Comissárias muito difícil, afinal, a ocupação era alta; no geral, foi muito interessante experimentar os serviços da CAMBODIA ANGKOR AIR, uma companhia pequena (opera somente 07 aviões) que carrega o nome de um país tão exótico como o Camboja
Desde 2016,resido em Siem Reap e amei a viagem no ATR da Cambodja Air…vôo extremamente rápido, com todos os procedimentos bem organizados, comissaria muito atenciosa. Estão de parabéns.