Voando com a LATAM (SDU/BSB/SDU)
– meus últimos voos foram da viagem para Miami (Estados Unidos) no Carnaval deste ano: no dia 02 de março de 2020, peguei um Boeing 777-300ER (prefixo PT-MUI) que me levou dos States para Guarulhos/GRU e, depois, um Airbus A319 (prefixo PT-TMO) que me levou até o Santos Dumont/SDU
– desde então, a minha rotina de viagens a trabalho foi totalmente interrompida e tenho exercido minhas atividades de forma remota (e intensamente!); além disso, algumas viagens “particulares” foram muito afetadas:
(i) no início de abril, eu faria mais uma Volta ao Mundo, saindo do Brasil com destino aos Estados Unidos, depois Japão e Egito, para finalmente ir para a Europa, onde ficaria alguns dias rodando pela Suíça com a Patroa, que me encontraria lá
(ii) no final de maio, eu levaria minha mãe para visitar minha irmã em Miami, pegando voos da LATAM
(iii) para o Feriado de Corpus Christi, a família (eu, Patroa, herdeira e enteada) iria para Buenos Aires, tinha emitido passagens com milhas do Programa Smiles em setembro de 2019 para voar e avaliar a GOL
– sou morador de Copacabana no Rio de Janeiro e não pisava nas famosas calçadas de pedras portuguesas desde o final de março: quando saía de casa, estava usando o carro, às vezes levando a Patroa para atender alguma emergência odontológica ou para levar mantimentos para mãe e sogros
– obviamente, a saudade de voar era grande e crescente: nos primeiros 62 dias de 2020 eu já tinha pego 25 voos (com distância superior a 30.000 quilômetros) e, de uma hora para outra, estava completando 100 dias sem andar de avião!
– além disso, acostumado a passar por aeroportos lotados, eu tinha minha curiosidade de ver a realidade dos terminais nesta fase tão diferente da aviação comercial e as medidas que as administrações adotaram para fins de aumento da segurança dos passageiros
OS IMPACTOS DA PANDEMIA – COVID19
– depois de uma redução drástica dos voos a partir do final de março, a LATAM BRASIL informou ao mercado no final de maio que estava procedendo a um “aumento gradual de suas operações nos próximos dois meses. Em junho, a operação passará de 5% para 9% da sua capacidade pré-crise e em julho atingirá 18%.”
– no Comunicado, a companhia ainda afirmou que em “junho, a LATAM Airlines Brasil vai operar as rotas internacionais São Paulo-Frankfurt, São Paulo-Londres, São Paulo-Madri, São Paulo-Miami, São Paulo-Santiago e Santiago-Miami. Em julho, o Grupo espera aumentar para 13 o número de destinos internacionais.”
– com relação ao mercado doméstico, a LATAM informou que iria “operar 74 rotas nacionais” em todos os países que opera na América do Sul
AS MEDIAS DE SEGURANÇA DA LATAM
– a partir de 11 de maio, o uso de máscaras (cirúrgicas, tradicionais, N95 ou de pano, desde que boca e nariz estejam cobertos por completo) passou a ser obrigatório, tanto nas instalações dos aeroportos como a bordo das aeronaves; a LATAM informou que não disponibilizaria máscaras para os passageiros, cada um é responsável por levar sua própria
– a LATAM afirmou, ainda, que as aeronaves possuem um sistema de recirculação de ar que renova o ar da cabine a cada 03 minutos graças aos filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air), que removem 99,97% das partículas
– além disso, a companhia anunciou que seriam adotadas várias medidas para aumentar a segurança dos voos, que estão detalhadas no link abaixo:
https://www.latam.com/pt_br/experiencia/coronavirus/precaucoes-a-bordo/
– destaco algumas delas abaixo, as que considero mais relevantes:
1- melhorias nos processos de embarque e desembarque para evitar aglomerações
2- sempre que possível, o assento do meio estará livre para promover a distância entre os passageiros
3- adoção de novos procedimentos de limpeza proativos e regulares em toda a cabine; álcool gel estará disponível em todos os voos
4- simplificação do serviço de bordo, para minimizar o manuseio dos produtos
A COMPRA DA PASSAGEM
– como sou categoria Black Sigature no programa LATAM PASS, eu tenho alguns benefícios relevantes e, neste caso específico, dois deles se destacam: (i) possibilidade de cancelamento de passagens emitidas com Pontos sem pagamento de taxas e (ii) upgrade para cabine superior, lembrando que a companhia oferece desde março de 2020 a classe Premium Economy nos seus voos nacionais
– a minha ideia de fazer um voo para acabar com a “abstinência” de voar, aproveitando um feriado no meio da semana (5ª feira – Corpus Christi) surgiu apenas no fim de semana anterior, ou seja, com pouquíssima antecedência
– no trecho da capital carioca para a capital federal, a LATAM estão operando neste período 02 voos, um no início da manhã (06:30h) e outro no final da tarde (17:00h); a quantidade de pontos para emissão de um bilhete para o voo matutino estava simplesmente estratosférica (121 MIL!!), por isso, a opção do outro voo (9.300 pontos) se mostrou a mais razoável
– no sentido contrário, são apenas 02 voos operados também, um no meio da manhã (09:05h) e outro no início da noite (19:35h – meu voo); da mesma forma que o voo da ida, a quantidade de pontos para uma viagem matutina estava exorbitante (quase 109 MIL!!!), enquanto que o voo da noite “custava” apenas 5.800 pontos
– no total, “torrei” 15.100 pontos para emitir as passagens de ida-e-volta, de forma que eu faria um autêntico bate-e-volta na cidade que costumava ir toda santa semana
O AER. SANTOS DUMONT/SDU
– decidi ir de carro para o aeroporto, mesmo sabendo que seria uma opção mais cara do que pegar um transporte de aplicativo; nesta fase, o trânsito no Rio de Janeiro está ótimo, o trajeto foi muito rápido e deixei o carro no vazio estacionamento do aeroporto por volta de 15:45h
– a caminhada até o terminal de passageiros do Santos Dumont é curta; do lado de fora, pouco movimento de veículos nas 02 vias que dão acesso ao terminal; apenas 01 das portas giratórias estava liberada para entrar no prédio
– naquela 5ª feira de Feriadão, apenas 16 voos foram operados partindo do Santos Dumont, com horários espalhados entre 06:15h (voo da AZUL para Campinas/VCP) e 22:20h (voo da LATAM para Guarulhos/GRU); os voos mais próximos do meu eram da GOL para Guarulhos/GRU que partiu às 16:20h e depois um da AZUL para Campinas/VCP que partiria somente às 19:30h
– os guichês da LATAM ficam no lado direito da área de atendimento das companhias aéreas e estava quase deserto, apenas 02 passageiros faziam o check-in; o incentivo ao uso dos meios digitais de atendimento é uma das medidas que estão sendo incentivadas, justamente para evitar que os passageiros precisem passar pelos balcões do aeroporto (eu tinha feito meu check-in pelo aplicativo)
– no lado esquerdo desta área, estão os guichês da GOL, onde a realidade era ainda mais chocante: o último voo do dia operado pela companhia estava partindo naquela hora, portanto, o atendimento já estava encerrado e nenhum passageiro estava ali
– os guichês da AZUL ficam no extremo esquerdo da área de check-in e também estavam vazios; o próximo e único voo da companhia naquele dia partiria somente 02 horas e meia depois; o grande dinossauro azul da companhia (uma campanha para que as pessoas usem o aplicativo de smartphone) entrou no ritmo da pandemia e estava com máscara
– depois de subir a escada rolante em direção ao 2º pavimento do terminal, foi possível ter uma noção mais nítida desta fase tão difícil para a aviação comercial no Brasil: a visão de cima do amplo saguão de check-in praticamente vazio é algo difícil de acreditar
– os impactos desta fase também são aparentes na parte comercial desta parte do aeroporto: no 1º piso, a Casa do Pão de Queijo estava aberta, com alguns clientes fazendo um lanche rápido; na andar de cima, apenas a farmácia, um quiosque que vende itens de casa e 02 lanchonetes estavam abertas, enquanto Salas VIP e todas as lojas estavam fechadas
– em termos de comunicação sobre as medidas preventivas associadas ao COVID-19, a INFRAERO (que administra o Santos Dumont) colocou adesivos no chão recomendando a distância mínima de 2 metros entre pessoas em alguns locais específicos (em frente à escada rolante, por exemplo)
– o painel eletrônico que mostra a lista de voos partindo e chegando também exibia mensagens importantes de combate ao contágio por coronavírus, ressaltando que o uso de máscaras faciais é obrigatório nas instalações do aeroporto
– além disso, dispositivos com álcool gel também estavam disponíveis em vários pontos, em especial, perto dos muitos banheiros espalhados pelo prédio
– passar pelo controle de raio-x foi muitíssimo tranquilo, apenas mais 02 passageiros faziam o mesmo junto comigo; eu estava com uma pequena garrafa de álcool gel, o que é permitido (álcool “puro” não pode de jeito nenhum!)
– a área comercial do saguão de embarque parecia um pouco mais “viva”, pois as 02 maiores lojas estavam abertas: Dufry Shopping e Hudson; entretanto, o restante de quiosques e lanchonetes estava fechado
– nesta parte do aeroporto, fica evidente mais uma medida adotada pela INFRAERO associada ao COVID-19: foram instalados adesivos “Deixe este assento livre“, para evitar que pessoas sentem uma ao lado da outra; mas achei muito tímido, pequeno e sem muito destaque, acho que precisava ser algo mais contundente, o próprio esquema de cores utilizado (predominância do azul) prejudica a compreensão dos desatentos
– eu sabia que alguns Boeings 737-800 da GOL estavam estocados no pátio do Santos Dumont e fui rapidinho até o Portão 8 (ponta extrema esquerda desta área) para vê-los; no finger, estava acoplado um Airbus A320Neo da AZUL, figurinha nova nesta paisagem, pois a companhia passou a utilizar este modelo de aeronave muito recentemente neste aeroporto
– no mais, a visão geral do longo corredor envidraçado onde estão instalados os Portões de Embarque era de um grande vazio, com exceção dos arredores do Portão 3, onde seria feito o embarque do único voo que estava saindo naquele horário: LA3028 com destino a Brasília
– nos banheiros, foi possível perceber mais algumas medidas preventivas: os bebedouros instalados na porta estão interditados, assim como aqueles aparelhos que servem para secar as mãos dos passageiros
O VOO PARA BRASÍLIA/BSB
– um Airbus A319 foi escalado para o voo que me levaria até Brasília; de prefixo PR-MYM ele sempre teve as cores da LATAM, desde que foi entregue em julho de 2011
– pelo que pesquisei no Flight Radar, esta aeronave operaria somente 04 voos naquele dia: 02 jornadas de ida e volta do SDU para BSB, a primeira delas partindo bem cedo da Cidade Maravilhosa (06:30h), retornando em seguida, chegando por volta de 11:00h
– eram 16:20h em ponto quando foi feito o anúncio pelo time de terra da LATAM de que o embarque estava sendo iniciado pelo Portão 3; ficou clara a mudança de protocolo adotada pela companhia nesta fase, pois a sequência de convocação dos passageiros mudou: os maiores de 80 anos são os primeiros, seguidos das Prioridades por Lei, Premium Economy, Black e Black Signature e, depois, começam os Grupos, com ordem invertida: 6, 5, 4…
– logo que o sistema de som foi utilizado, os passageiros se levantaram e formaram filas, com isso a distância mínima ficou longe de ser respeitada
– como fiquei observando o comportamento das pessoas, não me apresentei no momento em que os passageiros Black Signature foram convocados; somente às 16:30h usei o “curral” de prioridades; na ponte de embarque não tem sinalização no piso para manutenção da distância entre passageiros e uma grande fila estava formada; eu mantive distância para a pessoa à minha frente, mas percebi que a senhora atrás de mim não fazia o mesmo
– a única coisa positiva desta fila no finger foi matar a saudade deste cenário sempre lindo de aeronaves estacionadas em plena Baia de Guanabara
– o Chefe de Cabine recepcionava a todos na porta 1L do A319; tinha um pote de álcool gel na bancada da galley logo atrás, mas não era dado nenhum destaque, não era oferecido de forma pró-ativa
– eu segui o procedimento de solicitação de upgrade para a classe Premium Economy, que foi confirmado por e-mail cerca de 12 horas antes do voo: este seria o meu 1º contato com este novo produto da LATAM
– o assento 1F foi designado pela própria LATAM; fica na primeira fileira, no lado direito da aeronave; não havia nenhuma identificação destacando que as 03 primeiras fileiras são dedicadas para a Premium; um dos grandes diferenciais desta classe é o assento do meio bloqueado, mas nenhum destaque era dado para isto; dos 12 assentos, apenas 05 estavam ocupados e viajaria sem ninguém ao meu lado na 1D
– o espaço para pernas era excelente, um conforto que somente esta fileira e aquela da Saída de Emergência proporcionam neste modelo de aeronave de corredor único da LATAM; no bolsão instalado na divisória da frente, não tinha a revista de bordo “Vamos”, somente o safety card do A319 (esta medida se insere no contexto de combate ao contágio do coronavírus); na parte inferior da estrutura da poltrona, uma tomada universal estava instalada
– sei que isto não é relevante considerando os contornos de um voo em um período tão atípico, mas merece o registro: nenhuma saudação especial foi feita aos passageiros da Premium Economy; além disso, no passado mais recente, eu sempre recebia um agradecimento pelo fato de ser Black Signature, o que também não rolou
– eram 16:45h quando o embarque encerrado e o despachante informou ao Chefe de Cabine que 121 passageiros tinham embarcado, portanto, ocupação próxima de 85% neste voo; logo em seguida, foi feito um anúncio pelo sistema de áudio da aeronave sobre possíveis alterações de assentos sugeridas pelos Comissários para aumentar o distanciamento social; não consegui conferir se realmente algo foi feito
– a porta do Airbus foi fechada às 16:50h e alguns minutos depois o Comandante se dirigiu a todos com mensagens de tranquilidade sobre a segurança do voo, ressaltando a eficiência dos filtros da aeronave e do processo de limpeza de superfícies da cabine com produto que não prejudicam a saúde; ao final, ele reverberou o novo slogan da companhia para esta fase crítica: “Latam: longe, mas juntos“
– o procedimento de pushback foi iniciado às 16:58h, portanto, partíamos com 02 minutos de sobra; no caminho até a cabeceira, passamos bem perto dos Boeings da GOL que estão estocados em um canteiro mais central do aeroporto (3 com pintura antiga, 2 com pintura nova); a imagem de aviões perfilados em um cenário de cartão-postal pode ser considerada linda, mas é muito angustiante
– chegamos na cabeceira 20L do SDU às 17:04h, fazendo uma curva para a direita; depois do alinhamento na pista, poucos segundos depois o par de motores CFM56 foi acionado em potência máxima; a curta pista de 1.323 metros não foi problema para tirar o A319 do chão; fiz um vídeo da decolagem, com um cenário lindo de pôr-do-sol na Cidade Maravilhosa; voltei a voar depois de tanto tempo em grande estilo!
– a passagem perto do Morro Pão de Açúcar, tendo a Zona Sul do Rio de Janeiro ao fundo, é sempre deslumbrante
– se estivéssemos a caminho de São Paulo, faríamos uma curva para a direita, margeando todo o litoral da cidade do Rio de Janeiro, mas como o destino era Brasília, viramos para a esquerda e logo estávamos sobrevoando a região oceânica de Niterói
– este A319 tinha instalado o sistema de conectividade a Internet; de vez em quando, a LATAM me manda um código para ter acesso gratuito, mas não recebi nada para este voo; o pacote mais barato custo R$ 10,00 e só permite o envio e recebimento de mensagens; o mais caro custa R$ 30,00 (1 hora) ou R$ 43,00 (voo inteiro); como eu estava fazendo muitos Stories no Instagram, resolvi “investir” no mais caro para já postar os vídeos do voo
– o serviço de bordo foi iniciado às 17:20h; neste momento, além da máscara, o Chefe de Cabine usava luvas e foi possível perceber a atenção dele em cada movimento para entregar um copinho de água, uma barra de cereal e um pacote de biscoito “Torcida”, além do guardanapo; pelo que pude perceber, os passageiros da classe Econômica receberam apenas a água; portanto, de fato, o serviço da Premium Economy foi diferenciado, o que não significa que atendeu às expectativas de uma classe superior
– o assento 1F não é o melhor para tirar as clássicas fotos do conjunto “motor e asa“, eu prefiro estar nas fileiras 3 ou 4 para um melhor ângulo; mas fui contemplado com um final de tarde com um céu simplesmente maravilhoso: ficar olhando pela janela de um avião depois de tanto tempo foi um momento muito especial
– eu tinha curiosidade para saber se a LATAM tinha interditado o banheiro durante o voo, mas estavam liberados normalmente; levantei e fui lá conferir: estava limpo e o sabonete era oferecido em sachês disponíveis em um pequena gaveta; para mim, isto é pouco prático
– por volta de 18:15h, tivemos mais um anúncio do Piloto, desta vez para informar que teríamos tempo bom no destino, com temperatura de 26 graus e céu com poucas nuvens; 18:30h era a previsão de pouso; olhando pela janela do A319, já estava escuro lá fora; e era hora de apreciar novamente lá do alto as luzes dos entornos de Brasília
– o pouso tranquilo foi realizado às 18:29h pela pista 11L que tem 3.200 metros de extensão; taxiamos lentamente por pistas auxiliares sem movimentação alguma até acoplar no finger localizado na ponta do Pier Sul do Aer. de Brasília
– ao contrário do que a LATAM anunciou como medida associada à pandemia, pelo menos neste voo, nenhuma comunicação da tripulação foi feita para tentar organizar a saída dos passageiros da aeronave: logo depois que o avião encostou, a maioria das pessoas levantou e ficou aglomerada em pé esperando, bem próximas uma da outra, a abertura da porta dianteira da aeronave
– fui o primeiro a desembarcar (esperando sentado!) e, com isso, “missão cumprida” para o meu 26º voo de 2020, a bordo do A319 da LATAM
O AER. DE BRASÍLIA/BSB
– antes da drástica mudança da minha rotina de trabalho, este terminal fazia parte da minha vida profissional de forma muito marcante; sou o responsável pela área de relações governamentais de uma grande empresa e tinha que visitar Brasília toda semana, pelo menos uma vez
– eu peguei várias fases deste aeroporto, que no passado tinha uma estrutura bem mais modesta, com poucas pontes de embarque e apenas uma pista (a 11L/29R, a outra – 11R/29L – só foi construída em 2005); a entrega à iniciativa privada foi feita no início de 2012 e o resultado foi um terminal que considero excelente: moderno e funcional
– nesta fase, a pista 11R/29L não está sendo utilizada e o Pier Norte também está desativado, todas as operações estão concentradas no Pier Sul, onde ficam os Portões de 18 a 32
– naquele dia, mais de 25 voos estavam programados para partir da capital federal, com horários espalhados entre 05:45h (voo da AZUL para Campinas/VCP) e 22:50h (voo da LATAM para Guarulhos/GRU), ou seja, a mesma realidade do Santos Dumont/SDU; os voos mais próximos do meu eram da GOL: para Salvador/SSA que partiu às 17:35h e depois para São Paulo/CGH que partiria às 20:25h
– logo depois que desembarquei, influenciado por um post do @aeroportobsb no Instagram, fui tentar comprar as máscaras que estão sendo vendidas pela administração do aeroporto, como parte de ação social (50% da renda será revertida para instituições de caridade); mas não tive sucesso, pois achei que o ponto de vendas era o balcão de informações localizado perto do Portão 15; na verdade, teria que ir até a área de check-in, mas eu não tinha muito tempo, preferi não arriscar
– as medidas de prevenção ao contágio do COVID-19 são visíveis por toda a área de embarque: dispositivos com álcool gel estão espalhados e, ao contrário do Santos Dumont, a sinalização nos assentos para manter o distanciamento social é bem explícito (“Assento Interditado – Neste momento, somos melhores separados“)
– além disso, na pequena praça de alimentação, algumas mesas foram interditadas, de forma a aumentar o o espaço entre os passageiros que se alimentam enquanto aguardam o voo; mas senti falta de sinalização de alerta nas esteiras rolantes que ajudam no deslocamento entre a região central e o Pier Sul
– no longo corredor central que interliga o Pier Norte e Pier Sul, as lojas estão fechadas, assim como os quiosques e lanchonetes; as exceções ficam por conta da grande loja Dufry Shopping que é passagem obrigatória para todo mundo e da farmácia quase ao lado; já no saguão principal do Pier Sul, a loja Hudson e outra menor Dufry, além de algumas lanchonetes da Praça de Alimentação estavam abertas
– o balcão de atendimento aos passageiros em trânsito neste aeroporto mantido pela LATAM perto do Portão 18 estava vazio, sem funcionários e com monitores desligados
– já era hora de voltar para o Rio e o embarque no Portão 32 foi anunciado às 19:00h pelo sistema de áudio; e novamente, filas foram rapidamente formadas, sem respeitar o distanciamento sugerido, apesar do espaço ser amplo; o esquema de entrada no avião seguiu a mesma lógica que foi adotado no Santos Dumont
– usei o curral de prioridades para não pegar aglomeração e entrei por volta de 19:05h, mas muitos passageiros estavam em fila indiana na ponte de embarque, onde, pelo menos, haviam marcas amarelas (fitas adesivas) no chão para orientação da distância necessária a ser mantida
O VOO PARA O RIO DE JANEIRO/SDU
– apenas 30 minutos de desembarcar, já estava de volta para a mesma aeronave, com a mesma tripulação de cabine
– o pedido de upgrade também foi atendido com sucesso para este voo e desta vez fui alocado no assento 1A, também na primeira fileira, desta vez no lado esquerdo da aeronave
– a janela ao meu lado estava muito manchada, acredito que por conta de algum produto da higienização feita pelo time de terra da LATAM; neste voo, a classe Premium Economy estava quase lotada (11 dos 12 assentos ocupados) e 119 passageiros estavam a bordo (novamente, alta ocupação)
– eram 19:30h quando a porta 1L foi fechada e o procedimento de pushback foi iniciado 02 minutos depois (ou seja, dentro do horário); o taxiamento foi relativamente longo para o outro lado do aeroporto, passando pelo Pier Norte totalmente apagado, uma cena impactante para mim, acostumado a vê-lo com muito movimento
– eram 19:40h quando chegamos na cabeceira 11L, fazendo uma curva para a direita e já iniciando a aceleração em potência máxima; foram 32 segundos até que o A319 começasse a ganhar altura
– o serviço de bordo foi oferecido às 20:05h e foi ainda mais simples do que o voo da ida: tive que escolher entre um pacote de biscoito salgado ou um chocolate Twix, acompanhado de um copinho de água
– o dia tinha sido intenso, acabei dormindo e descansando um pouco; fui despertado pelo anúncio vindo da cabine de que teríamos tempo bom no nosso destino, com 24 gruas de temperatura, com pouso previsto para 21:07h, portanto, 13 minutos antes do previsto; logo depois começamos a sobrevoar a região do Grande Rio
– o procedimento de pouso foi feito com segurança pela pista 20L do Santos Dumont às 21:06h (que sensação ótima a freada brusca!!!!) e taxiamos rapidamente para o Portão 1; novamente, não houve anúncio da tripulação para organizar a saída da aeronave e os passageiros também se aglomeraram no corredor do A319
– “missão cumprida” para o meu 27º voo de 2020, a bordo do A319 da LATAM
– o Portão 1 fica em um dos extremos do saguão de embarque que, naquela hora, em função da falta de luz natural, parecia ainda mais vazio
– na área de restituição de bagagem, voltei a observar aglomeração de pessoas, tanto no momento de espera das malas na esteira, quanto no momento da saída para parte externa
– a caminhada até o estacionamento é relativamente rápida, é preciso se passar por toda a área do check-in, que também estava vazia; e a conta não foi das menores: R$ 60,00 para deixar o carro por menos de 6 horas
AVALIAÇÃO GERAL: a quantidade de pontos para a emissão das passagens foi bem razoável, considerando a alta ocupação dos voos e a reduzida antecedência; o A319 é menor aeronave da frota da LATAM BRASIL e funciona muito bem para voos de 80/90 minutos de duração, além de operar com facilidade nos aeroportos centrais, como é o caso do Santos Dumont/SDU; mesmo tendo em mente as excepcionalidades decorrentes da fase atual, eu tinha uma expectativa mais alta para o produto associado à Premium Economy, tanto com relação ao approach da tripulação quanto ao serviço de bordo; espero poder voar e avaliar novamente esta classe em “condições normais de temperatura e pressão”; senti falta do speech sobre a organização dos passageiros para desembarque e de uma abordagem menos robotizada dos Comissários, o que precisa ser relativizado, obviamente, pelo fato de todos estarem de máscara; no geral, foi muito interessante ter tido a oportunidade de voar neste período de enfrentamento à pandemia do COVID-19
Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.