VOANDO COM A BANGKOK AIRWAYS (REP/BKK)
– Camboja e Tailândia são países vizinhos, portanto, o 7º trecho da Volta ao Mundo de 2018 seria mais um voo de curta duração: apenas 207 milhas (cerca de 335 quilômetros) separam Siem Reap/REP de Bangkok/BKK
– eu tinha chegado em Siem Reap a bordo de um Airbus A320 da companhia nacional CAMBODIA ANGKOR AIR (confira AQUI como foi), que me levou da capital cambojiana – Phnom Penh/PNH – até lá
A COMPRA DA PASSAGEM
– eu comprei a passagem para chegar e sair do Camboja de forma conjunta, para voar e avaliar a “Asia’s Boutique Airline”, que é a forma que a BANGKOK AIRWAYS se declara nas peças de marketing; a companhia tem um perfil regional com serviços domésticos e voos internacionais para Maldivas, Índia, Malásia, Singapura, Vietnã, Myanmar, China e Laos; a frota de 37 aviões é composta unicamente por modelos de corredor único: Airbus A319, Airbus A320 e turbo-hélice ATR-72
– o preço que paguei para os 02 voos, comprando com apenas 07 semanas de antecedência, foi de 7430 baths (cerca de R$ 810,00); grande parte dele é “composto” pelas taxas: 3.490 baths (cerca de R$ 380,00); se tivesse comprado meses antes, provavelmente teria conseguido uma melhor condição
– portanto, este não seria o 1º voo com a companhia aérea tailandesa na Volta ao Mundo de 2018, a companhia tailandesa já tinha me levado de Bangkok/BKK até Phnom Phen/PNH, a bordo de um Airbus A320 (voo PG933 – confira AQUI como foi)
– entretanto, este voo de retorno para a Tailândia tinha um apelo especial: seria operado por um avião turbo-hélice, um ATR-72, modelo que no Brasil é operado pela PASSAREDO e AZUL
O AEROPORTO DE SIEM REAP
– eu fique na cidade histórica de Siem Reap por cerca de 40 horas somente, chegando no sábado à noite e partindo a 2ª feira pela manhã, mas foi o suficiente para conhecer os principais monumentos hindus que tornaram a cidade um importante centro turístico desta região do sudeste asiático
– eu estava hospedado na parte central da cidade e, por comodidade, preferi pegar um transfer oferecido pelo hotel, a um custo maior do que os tradicionais “tuk-tuk”, que eu costumo definir como uma charrete puxada por uma moto
– cheguei no Aeroporto Internacional de Siem Reap às 10:45h, com antecedência apenas segura para o voo PG906, marcado para partir às 12:15h
– na parte externa, este terminal tem uma estrutura simples, com um pequeno estacionamento na parte da frente; o prédio tem a parte superior com cobertura de telhas, parecendo mais um casarão do que um aeroporto; em uma das pontas, um grande painel com letras douradas indica que estamos no “Siem Real International Airport“
– muitos passageiros chegam de “tuk-tuk”, que é o meio de transporte com a melhor relação custo-benefício para se locomover nas cidades do Camboja, apesar do pouco conforto
– perto da entrada do terminal, alguns caixas eletrônicos estão instalados; eu ainda não tinha tirado dinheiro no Camboja e gosto de guardar algumas notas ou moedas dos países que visito, mas não consegui, somente dólares estavam disponíveis para retirada
– em termos de dimensão, o prédio principal é modesto e tem pavimento único; a área de atendimento da companhias aéreas se resume a um saguão com cerca de 30 balcões; mas a estrutura aparenta ser nova e tudo muito bem conservada, tudo estava organizado e limpo; parte deste espaço estava em obras, com tapumes instalados; uma enorme fila formada por passageiros orientais estavam começando a ser atendidos por funcionários da CHINA SOUTHERN
– a parte do check-in da BANGKOK AIRWAYS estava “escondida” atrás da obra, tive que perguntar para um funcionária do aeroporto onde era, que me explicou de forma atenciosa, apontando para a parte esquerda do prédio (guichês de 1 a 5); cheguei lá pouco depois, 02 balcões tinham membros do staff da companhia tailandesa e nenhum passageiro estava sendo atendido, eu era o único
– o processo foi rápido e eficiente, despachei minha solitária mala e, em apoucos segundos, recebi o cartão de embarque junto com um convite para acessar a Sala VIP que a companhia tem neste terminal, uma ótima e inesperada surpresa
– me apressei para passar logo pelo controle de segurança e fugir da “massa” de chineses; deu certo, não peguei fila para passar minha mochila pelo aparelho de raio-x; da mesma forma, foi moleza passar pelo controle de passaporte
– uma loja de Free Shop é passagem obrigatória para todos que embarcam em Siem Reap; alguns produtos típicos do Camboja estão à venda, além de artesanato local; comprei uma caixa de nuts e balinhas coloridas para levar de presente para a família
– o saguão de embarque também tinha dimensões modestas, nada era grandioso neste aeroporto; algumas cadeiras estavam espalhadas pelo corredor principal, onde o teto era mais alto; e tudo continuava organizado e limpo
– na parte mais central, uma área comercial estava instalada, com lojas variadas (sendo uma delas do Hard Rock Cafe) e alguns restaurantes para uma refeição rápida; havia pouca movimentação de passageiros, tudo estava vazio
– não há pontes de embarque neste aeroporto, o saguão onde as pessoas aguardam os seus voos fica no mesmo nível do pátio de manobras; janelas de vidro permitem uma ampla visão das aeronaves estacionadas; naquele momento, estavam lá: o Airbus A320 da SMALL PLANET (aparentemente, fora de operação), o Boeing 737-800 da HAINAN AIRLINES e o Airbus A321 da CHINA SOUTHERN
– e também o Airbus A320 da AIR ASIA, a low-cost (companhia de baixo-custo) mais premiada do mundo, que partiria para Don MueangDMK às 11:55h, o 2º aeroporto de Bangkok; eu tinha passagem para este voo, comprada muitos meses antes em agosto de 2017, mas acabei deixando de lado em função do rearranjo do itinerário da Volta ao Mundo 2018 feito no início do ano para incluir o voo no novíssimo Boeing 787-10 da SINGAPORE AIRLINES (confira AQUI como foi)
– a administração deste aeroporto, assim como na capital Phnom Penh, oferece conexão Wi-fi de forma gratuita aos passageiros que embarcam por lá, com destaque para o seguinte: durante o processo de autenticação, mensagens em português (além de outras línguas) são feitas
A SALA VIP DA BANGKOK AIRWAYS
– decidi ir logo curtir a Sala Vip, que fica no extremo direito do terminal; a sinalização do aeroporto é boa, placas indicavam o caminho e cheguei lá às 11:25h
– no caminho, passei pelo Portão 2, onde seria feito o embarque do voo PG906; naquela hora, nenhum funcionário da companhia estava lá e apenas 01 pessoa aguardava sentada
– o espaço da BANGKOK AIRWAYS fica bem em frente ao Plaza Premium Lounge, cadeia de VIP Lounges que tem uma unidade no RioGaleão/GIG e que recebe os passageiros da LATAM BRASIL que pegam seus voos no maior aeroporto carioca
– o Lounge não era grande, mas tinha um ambiente bastante acolhedor, com mobiliário novo; eu estava acompanhado de mais 06 passageiros, que aguardavam tranquilamente a chamada para embarque
– na parte mais interna, 2o cadeiras acolchoadas e mesinhas baixas estavam instaladas, em frente a um longo balcão onde estava sendo oferecido o buffet (bem simples, com alguns doces, pipoca e algumas frutas)
– na outra parte, que fica de frente para o pátio do aeroporto, mais algumas cadeiras e mesas, além de um balcão com cadeiras altas no canto da esquerda
– uma parte do espaço (mais ao fundo) era dedicada para os passageiros que voariam na Premier Class, mas neste dia, ninguém estava por lá; dei uma espiada por lá, a única grande diferença que percebi era a disponibilidade de bebidas alcoólicas
– os janelões de vidro realmente permitiam ótima visão para o pátio de manobras; enquanto estava lá, foi iniciado o embarque do voo para Ghangzhou da HAINAN AIRLINES, a massa de passageiros caminhava lentamente até o Boeing 737-800
– o turbo-hélice que me levaria até a capital tailandesa chegou em Siem Reap às 11:38h e estacionou quase em frente à Sala VIP, me dando a chance de tirar boas fotos dele chegando na posição de estacionamento e, também, do desembarque dos passageiros
O EMBARQUE NO ATR-72/200
– parti para a pequena sala de embarque do Portão 2 às 11:45h, depois do anúncio feito pelo sistema e áudio da Sala VIP; acho que não caminhei por mais de 50 metros, eu estava quase ao lado; olhando o ambiente, contei cerca 25 passageiros ocupando a área, tudo indicava que o voo não estaria cheio
– eram 11:55h quando o embarque foi anunciado e iniciado e todos começaram a caminhada de uns 150 metros até o ATR; a temperatura estava super agradável, não era um dia de sol intenso no Camboja, por isso, não houve desconforto no trajeto
– no momento em que eu caminhava pelo pátio de Siem Reap, taxiava o A320 da AIR ASIA que eu poderia ter pego para me levar até Bangkok
– o avião escalado para o meu voo tinha o prefixo HS-PGB, foi fabricado em dezembro de 2003, sempre voou pela BANGKOK AIRWAYS, tendo recebido o apelido de “Phuket” (uma cidade turística na Tailândia mundialmente famosa por conta de praias paradisíacas em seu entorno); ele carrega uma colorida pintura alusiva justamente às riquezas naturais do país
– neste modelo de aeronave fabricada pela ATR, companhia criada em 1981 a partir de um consórcio entre a ARIBUS e a LEONARDO e com sede em Toulose/França, o embarque dos passageiros é feito unicamente pela porta traseira
– enquanto os passageiros entravam na aeronave, o A320 da AIR ASIA (prefixo HS-ABY, uma unidade que já teve as cores da falida AIR BERLN) acelerava forte pela pista que estava logo ao lado; o barulho dos motores CFM-56 trabalhando em potência máxima era bem alto
– na posição ao lado no pátio, um outro ATR-72 estava estacionado: da CAMBODIA ANGKOR AIR, (prefixo XU-236) era em uma aeronave como esta que eu deveria ter voado de Phnom Penh até Siem Reap, mas houve troca de equipamento e voei no Airbus A320
– acabei sendo o último a entrar no avião, me empolguei na sessão de fotos, afinal quando o procedimento de embarque é remoto não posso perder a oportunidade de fazer alguns registros com ângulos mais incomuns e de detalhes dos aviões
– a configuração de cabine era 2 x 2 (duas poltronas de cada lado) típica desta aeronave de pequeno porte, onde até 70 passageiros podem ser levados; os assentos eram revestidos de um tecido azul vibrante e o estado geral do interior era bom, mas com alguns sinais de “cansaço” pelos quase 15 anos de operação; 02 Comissários – um casal – suportariam o voo até a capital tailandesa
– meu assento era o 8A, uma janela do lado esquerdo da aeronave, bem embaixo da asa e com visão privilegiada da hélice; o espaço para pernas não era dos melhores, mas não chegava a ser desconfortável
– no bolsão da poltrona da frente, a companhia tailandesa coloca à disposição dos passageiros o cartão com as instruções de segurança do ATR_72 e a revista de bordo, a única opção de entretenimento a bordo, afinal, não há sistema de vídeo instalado
O VOO PARA BANGKOK/BKK
– as instruções de segurança foram feitas pela tripulação de forma manual; eram 12:11h quando o procedimento de pushback foi iniciado, portanto, partiríamos no horário
– a aeronave era antiga e o uso de celulares em modo avião não era permitido durante a fase inicial do voo, uma pena não poder fazer um vídeo da decolagem quando os barulhentos motores trabalharam em potência máxima
– ficamos ao lado da cabeceira 23 da única pista de REP e tivemos que esperar um A321 da LANMEI AIRLINES pousar; nossa decolagem foi iniciada às 12:26h e foram apenas 23 segundos de (barulhenta!) aceleração para que o ATR saísse do chão
– nos primeiros minutos de voo, enquanto ganhávamos altitude, pegamos muitas nuvens e a dupla de pilotos teve habilidade para driblá-las e evitar turbulência; mais uma vez, fazer uma filmagem com o celular teria sido ótimo…
– eram 12:35h quando o sinal de apertar cintos foi finalmente apagado e, rapidamente, o serviço de bordo foi oferecido: uma bandeja azul com garrafa de água, docinho azul tipo suspiro e a refeição (frango, arroz em folha de bananeira, pepino e cenoura), que foi servida fria; os talheres eram de aço com a logomarca da BANGKOK AIRWAYS, mas somente garfo e colher; tudo estava gostoso, mas o frango estava muito apimentado, pode não ser do agrado de pessoas que não estão acostumadas com o forte tempero típico da Tailândia
– em seguida, os Comissários passam novamente pelo corredor da aeronave e oferecem café (minha escolha, sem leite e com adoçante) ou chá
– eram 12:45h quando foi feito um pronunciamento vindo da cabine de comando informando que 13:30h era a previsão de pouso em Bangkok; a comunicação foi feita em um inglês bem complicado de se entender e falado rápido demais
– lá fora, olhando pela janela, a hélice esquerda trabalhava e impulsionava o ATR-72; as nuvens continuavam em grande quantidade, mas o voo estava muito tranquilo, sem balanços
– as bandejas foram recolhidas às 12:55h; logo depois, o passageiro da fileira 07 pediu uma cerveja e foi atendido; bateu uma vontade de refrescar a garganta e pedi uma também; logo depois, recebi uma lata de Chang Classic Beer, que estava gelada e foi servida em um copo de plástico simples
– voo continuou sem problemas, na aproximação para pouso em Bangkok, novas manobras para fugir das nuvens e eram 13:15h quando o piloto ordenou que a tripulação ocupasse seus lugares
– o trem de pouso foi armado e travado às 13:19; tocamos a pista 19L do Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi/BKK (que tem 4.000 metros de extensão, um exagero para um ATR, que precisa de muito menos para fazer um pouso seguro) às 13:22h
– encostamos em uma posição remota às 13:29h; antes do desembarque, o Chefe de Cabine passou a informação a todos de que as malas estariam disponíveis na esteira 9; na saída do ATR, um ônibus nos aguardava e nos levou até o terminal de passageiros, depois de um longo trajeto
– no caminho, apesar do chacoalho do “busão”, consegui tirar fotos de 02 máquinas lindas: o imponente Boeing 777-300ER da QATAR AIRWAYS e um charmoso Airbus A350 da THAI AIRWAYS
– é sempre bom relembrar: na Tailândia, antes de partir para a imigração, os brasileiros precisam passar por um controle prévio de vacinação contra a febre amarela, preenchendo um formulário e pegando um carimbo das autoridades sanitárias; a quantidade de gente chegando em Bangkok impressiona, são centenas de passageiros desembarcando ao mesmo tempo
– desta vez eu não tinha nenhum voucher para usar uma fila especial no controle de imigração, por isso, apesar de uma fila pequena, demorei alguns minutos; quando cheguei na esteira 9, minha mala já estava “rodando”
AVALIAÇÃO GERAL: resgatando o que já registrei no outro voo com a BANGKOK AIRWAYS: “a compra da passagem foi feita com pouca antecedência, em função da mudança do roteiro da Volta ao Mundo de 2018 para incluir Bangkok e, por isso, o custo médio foi alto; a combinação de voos com a BANGKOK AIRWAYS se mostrou perfeita, de forma que chegada e saída do Camboja se tornassem tranquilas”; da mesma forma que aconteceu na capital Phnom Penh, o Aeroporto de Siem Reap/REP me surpreendeu positivamente: apesar de pequeno, é extremamente funcional, com instalações novas e limpas; o embarque remoto em todos os voos é um diferencial para os amantes de aviação como eu, andar pelo pátio e ficar perto das aeronaves é sempre divertido; a rápida passagem pela Sala VIP, mesmo com a simplicidade do buffet, foi providencial para beliscar alguma coisa e tirar fotos dos aviões estacionados; o ATR-72 que operou o voo é de uma geração mais antiga deste modelo de turbo-hélice, com uma acústica ruim, por isso, ficar ao lado do motor esquerdo trouxe um pouco de desconforto na fase final do voo; mas é uma excelente aeronave para voos de curta duração; serviço de bordo, para um voo de curta duração feito em uma aeronave de pequeno porte, foi acima da média, apesar deter sido entregue frio; o café quente e a cerveja gelada completaram uma refeição muito boa (e apimentada!); os contatos com o staff da companhia tailandesa, desde o check-in, passando pela equipe do embarque e pela tripulação de cabine, foram positivos, todos foram atenciosos e com atitude correta; no geral, foi mais uma experiência muito boa com a BANGKOK AIRWAYS
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