VOANDO COM A UNITED (GIG/IAH)
– a minha 3ª VOLTA AO MUNDO está começando! Depois das aventuras incríveis em maio de 2016 e junho de 2017, chegou a vez da edição de 2018
– no ano passado, segui na direção oeste, saindo do Brasil para o Chile e depois Nova Zelândia; desta vez, vou na mesma direção e o 1º trecho será entre o Brasil e os Estados Unidos, partindo do Rio de Janeiro/GIG rumo a Houston/IAH: 5.016 milhas (cerca de 8.070 quilômetros) separam as 02 cidades, um voo de mais de 10 horas previstas de duração, cruzando a América do Sul e América Central até chegar no Estado americano do Texas
A EMISSÃO DA PASSAGEM
- 01 trecho de 11 horas em Classe Executiva (Rio/GIG-Houston/IAH)
- 01 trecho de 04 horas em classe Econômica (Houston/IAH- São Francisco/SFO)
- 01 trecho de 17 horas em classe Executiva (São Francisco/SFO-Singapura/SIN)
– emiti a passagem com bastante antecedência: em agosto de 2017, portanto, 08 meses antes da viagem; naquela época, o voo do GIG para IAH (UA128) estava marcado para decolar às 20:40h
– cerca de 01 mês antes do voo, acessei o site da UNITED para conferir que estava tudo ok com meu bilhete (eu tenho esta prática de verificar regularmente se minhas reservas continuam válidas) e descobri que uma pequena mudança de horário tinha sido processada pela companhia: 21:05h seria a nova hora de partida (25 minutos mais tarde)
– a UNITED informava que este voo seria operado pelo Boeing 767-300; atualmente, a companhia tem 35 unidades deste modelo bimotor de fuselagem larga em sua frota
– a UNITED permite em seu site que seja feita marcação prévia de assento; esta facilidade tinha uma importância adicional: descobrir a configuração interna de cabine do Boeing 767 que me levaria até Houston; o esquema da Polaris Business nesta aeronave era o atípico 2 x 1 x 2, o mesmo que eu já tinha visto na ALL NIPPON AIRWAYS, quando voei e avaliei a companhia japonesa em 2017, indo do Vietnã para Tóquio (confira AQUI como foi); para não precisar incomodar ninguém e nem ser perturbado durante o longo voo, preferi pegar um dos assentos “solitários” na parte central da aeronave, penúltima fileira da classe Executiva: poltrona 5D
– esta seria a minha 3ª experiencia com a UNITED: em 2001, fiz 04 voos com a companhia americana (de Miami para Los Angeles, depois Honolulu/Havaí, depois São Francisco e, por fim, Miami de novo) e em 2003, quando fui do Brasil para Boston via Nova York
– na véspera do voo, a UNITED mandou 02 e-mails: um trazia detalhes sobre a POLARIS, o nome que a companhia deu para sua classe Executiva e o outro tinha informações úteis sobre os recursos disponíveis nos voos (conectividade wi-fi, conteúdo de vídeo acessível por celular/tablet e tela individual de entretenimento)
– além disso, 24 horas antes do voo, a UNITED abriu o procedimento de check-in pela Internet; preferi não fazer, para conferir como seria o atendimento da equipe de solo da companhia americana no Aeroporto do Galeão
O CHECK-IN NO GALEÃO
– trabalhei normalmente naquela 3ª feira, saindo do escritório um pouco depois das 17:30h; não peguei muito trânsito e cheguei no Aeroporto Internacional do Galeão/GIG por volta de 18:30h, com antecedência segura para o voo marcado para decolar as 21:05h
– a UNITED atende aos seus passageiros na seção F deste terminal, nos guichês F11 a F20, que estão localizados na zona central da área de atendimento das companhias aéreas
– a fila prioritária para os passageiros voando na classe Executiva (que a UNITED apelidou de “POLARIS“) estava vazia, fui direto no balcão; o atendimento foi ótimo: perguntei se seria possível fazer uma mudança de horário do voo interno nos Estados Unidos (de Houston para São Francisco), pois achei que seria mais interessante gastar minhas horas de conexão passeando na famosa cidade da Costa Oeste; a funcionária teve toda boa vontade e conseguiu: pegaria agora um voo no meio da manhã e não mais no meio da tarde
– o GIG estava com pouco movimento naquele início de noite, não peguei fila no controle de segurança, fui direto passar os meus pertences no raio-x; da mesma forma, vencer o controle de passaporte foi moleza, passei logo na catraca eletrônica
– a passagem pela enorme loja de Free Shop é obrigatória, não há como fugir de passar no meio das luzes chamativas e atrativas; consegui resistir as “tentações” e passar direto sem comprar nada; sempre vale lembrar: os portões de embarque ficam muito longe no Galeão, a caminhada é longa, não pode dar mole de ficar muito tempo fazendo compras e acabar perdendo o voo
– não me canso de dizer que depois da privatização deste terminal em 2013, a estrutura ficou ótima, moderna e é muito bem sinalizada, ou seja, muito mais condizente para a importância que a cidade do Rio de Janeiro tem para o turismo no Brasil
A SALA VIP DA STAR ALLIANCE
– fui direto para a Sala VIP que a UNITED utiliza no Galeão: Lounge da Star Alliance, aliança global que a “nossa” AVIANCA BRASIL faz parte; quando cheguei (por volta de 19:10h), poucas pessoas relaxavam por lá, mas o movimento foi aumentado aos poucos
– eu já conhecia 02 outras VIP Lounges com a “marca” STAR ALLIANCE: Aeroporto de Paris/CDG (confira AQUI) e Aeroporto de Guarulhos/GRU (que visitei quando a AVIANCA me levou para Nova York/JFK, via Bogotá, confira AQUI)
– no GIG, o espaço não é grande: é uma combinação de pequenos “cômodos”, o que aumenta a sensação de que se trata de um Lounge pequeno (a Sala do Aeroporto de Guarulhos é muito maior); com as cortinas abertas, as janelas de vidro permitem uma boa visão do pátio de manobras do aeroporto, que estava vazio
– a fome começou a bater e fui conferir o buffet oferecido: o prato principal era picadinho, que me apeteceu, mas foi uma escolha erra, não estava bom, na verdade seria mais justo se o prato deveria fosse chamado de ensopado de carne; na parte de snacks, o croquete e as opções de frios estavam muito bons
– um bar está instalado na área central do Lounge, mas ninguém estava sendo atendido ali, as opções de bebidas alcoólicas estavam disponíveis perto do buffet; peguei uma taça de espumante para refrescar a garganta
– acesso Wi-Fi está disponível mediante “usuário” e “senha” fornecidos em panfletos espalhados pelo espaço; de boa conexão, aproveitei para atualizar algumas coisinhas no site do V&A
– pelo sistema de áudio, às 20:15h, foi feito um anúncio de que o embarque do voo UA128 da UNITED com destino a Houston já tinha sido iniciado; peguei minhas coisas e fui embora
O EMBARQUE NO BOEING 767-300
– as Salas VIPs do GIG ficam no último andar do terminal e neste pavimento não há esteiras rolantes para acelerar o passo dos passageiros, por isso, a caminhada até os portões de embarque é longa
– o Portão C59 fica no extremo direito da área de embarque do GIG, onde cheguei um pouco depois de 20:25h; não havia ninguém na fila do embarque prioritário, em poucos segundos já estava dentro do avião
– o Boeing 767-300 escalado para este voo tinha o prefixo N667UA: esta máquina tem quase 20 anos de serviços prestados unicamente à UNITED, pois foi entregue para a companha americana em agosto de 1998; a posição dele no finger e o reflexo da janela do GIG não permitiram uma foto “decente”
– por sorte, eu tinha alguns “cliques” deste avião que foram compartilhados por amigos na página dedicada ao Galeão que participo no Facebook (GIG – Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro); Monica Duarte e Breno Dantas são os autores e gentilmente me enviaram fotos que foram tiradas no dia da minha viagem
– este Boeing tem capacidade para levar 214 passageiros, distribuídos da seguinte forma: 30 lugares na Polaris (neste voo, todas ocupadas) e 184 na classe Econômica (que também tinha alta ocupação); como já pontuado antes, o esquema da cabine superior era o incomum 2-1-2, de forma que 20 ocupantes (2/3 deles) têm acesso direto ao corredor
– nos assentos (revestidos de tecido azul escuro) da classe Executiva, a UNITED já deixa todas as facilidades e amenidades à disposição dos passageiros: em cima da poltrona, lençol e travesseiro da grife americana SACK FIFTH AVENUE; depois que os passageiros da parte central (meu caso) sentam, ficam um pouco “perdidos”, pois não há lugar para colocar toda as coisas, a solução é colocar no chão mesmo
– na parte superior da poltrona, onde estão instaladas uma tomada universal e uma porta USB para carregar os equipamentos eletrônicos durante o voo, a UNITED já deixa disponível o fone de ouvido e a necessaire
– quando ainda estava acomodando a mochila e a mala de bordo, uma Comissária me ofereceu o welcome drink: pedi espumante, que foi servido logo depois em um copo de plástico azul (inacreditável!), junto com uma caixinha com 02 pequenos chocolates
– em seguida, foi feita a distribuição de 02 menus: um cardápio com a descrição dos pratos do serviço de bordo e a lista de bebidas disponíveis no voo; a mesma aeromoça começou a percorrer o corredor fazendo anotação das escolhas de jantar e perguntando se os passageiros gostariam de ser despertados para o café da manhã
– neste voo, a UNITED, além das entradas, oferecia 05 opções de prato principal para o jantar: carne (com torta de batata, queijo Emmental e legumes – minha escolha), frango, salmão, massa (canelonni) e salada com frango grelhado
– a necessaire distribuída nesta rota é pequena e também leva a “assinatura” da SACK FIFTH AVENUE; dentro dela, tinha tudo que um passageiro de classe superior precisa para uma viagem da 10 horas de duração
– o Comandante se dirigiu somente em inglês a todos fazendo uso do sistema de áudio da aeronave, informando que teríamos 09 horas e 45 minutos de voo; até aqui, por parte dos comissários com quem mantive algum tipo de interação, recebi um atendimento apenas pragmático: profissional e pouco caloroso
O VOO PARA HOUSTON/IAH
– o procedimento de pushback foi iniciado às 20:59h (portanto, partíamos alguns minutos antes do horário previsto) e foi rápido por conta da posição da aeronave no pátio; a exibição do vídeo de segurança foi iniciada nas telas individuais
– taxiamos até a cabeceira da Pista 10 do GIG e a decolagem foi iniciada às 21:13h e os 02 motores Pratt & Whitney PW4056 demoraram 38 segundos para tirar o Boeing do chão
– os tradicionais anúncios da fase inicial do voo foram feitas em inglês e português (a Comissária que ficou com a missão de falar na nossa língua não era “nativa”, ela tinha um flagrante sotaque); a previsão de pouso em Houston era 05:20h no horário americano (fuso horário de 02 horas a menos com relação à Brasília)
– comecei a testar logo o sistema de vídeo deste B767 da UNITED; a tela tinha um tamanho apenas razoável e a resolução não era das melhores; o sistema touchscreen permitia que a navegação fosse feita diretamente na tela; a opção de conteúdo em português estava disponível
– na parte de “Lançamentos”, gostei de ver que haviam muitas opções interessantes, como por exemplo, “Paddigton 2”, “Liga da Justiça” e “Star Wars – Episode VIII”, que eu não tinha assistido no cinema: escolha feita; o controle remoto do sistema fica bem posicionado na parte interna do braço direito da poltrona
– ao mesmo tempo, comecei a navegar pelo celular para entender as condições de acesso à Internet: o serviço de Wi-fi é oferecido em 03 pacotes (US$ 4,99 por 01 hora, US$ 8,99 por 02 horas ou US$ 9,99 pelo voo inteiro, sem dúvidas, esta era a melhor relação custo-beneficio); contratei a alternativa de ficar conectado durante a viagem; achei a qualidade da conexão bem razoável, consegui postar fotos e vídeos de curta duração nas mídias sociais sem stress; no processo de compra, se logar no aplicativo da UNITED facilita bastante, pois uma série de dados pessoais não precisam ser fornecidos
– as toalhinhas úmidas e quentes foram distribuídas às 21:55h e, logo depois, as mesinhas dos assentos dos passageiros foram preparadas para o serviço de bordo: uma toalha azul foi colocada sobre elas; o serviço de bordo de fato começou às 22:30h: um Comissário passa pelo corredor com um carrinho e oferece as diversas bebidas disponíveis
– eu escolhi o vinho branco francês da região de Chablis, que tive a oportunidade de visitar em 2007; de bom sabor, infelizmente não estava na temperatura ideal, devia estar mais gelado; um potinho de nuts quentes foi servido junto
– a entrada me foi servida às 22:50h: os pães estavam quentinhos e deliciosos; a salada (alface, queijo minas, laranja, palmito e tomate) estava fresca e bem saborosa; e o salmão tinha aparência e gosto bons; em resumo, a UNITED começou muito bem
– os talheres usados na refeição estavam congelando quando chegaram, tive que esperar alguns segundos antes de conseguir ficar com eles na mão; eram de aço com a logomarca da UNITED na ponta
– pedi um repeteco do Chablis, mas tinha acabado, fui obrigado a migrar para a opção de vinho branco alemão; neste momento, percebi algo bem interessante: o Comissário que estava responsável pelo corredor da esquerda era simpático e feliz; mas a Comissária que ficava no direito era sisuda e “sem graça”
– o prato principal que escolhi (“tenro filé grelhado com bacon e queijo tipo roquefort”) estava excelente, a carne estava no ponto que gosto e os legumes e a torta de batata que acompanharam estavam ótimos também
– antes da sobremesa, conforme informado no cardápio, um prato de queijos, uvas e um pacotinho de biscoito cream cracker foi oferecido
– para terminar a ótima refeição, um carrinho com as opções de sobremesa passa pelo corredor: doces diversos e o tradicional sundae, que foi a minha pedida, com cobertura de caramelo; estava simplesmente delicioso
– eram 23:40h quando as luzes foram apagadas pela tripulação, convidando a todos para descansar; o sono começava a aparecer, fui logo ao banheiro para escovar os dentes: a UNITED não oferece nenhum tipo de amenidade, nem um “mísero” lencinho umedecido como a LATAM; o toalete tem um bom tamanho e estava limpo
– antes de dormir, naveguei pelo sistema de vídeo para verificar onde estávamos a caminho de Houston: o mapa do voo indicava que passávamos pela região amazônica
– os comandos de regulagem da poltrona estão bem localizados na parte superior do braço direito; coloquei o assento na posição horizontal: uma “cama” de 180 graus; achei um pouco estreita e, felizmente, travesseiro tinha ótimo tamanho
– dormi bem até 06:00h e fui despertado quando as luzes da cabine foram acesas, indicando que o serviço de café da manhã estava próximo de ser iniciado
– fui dar uma conferida no celular e tive uma desagradável surpresa ao ler os e-mails que tinham chegado de madrugada: a UNITED comunicava o cancelamento do meu voo de São Francisco para Singapura em função de uma manutenção de aeronave
– o café foi servido logo depois, mas a preocupação com a logística dos voos seguintes da Volta ao Mundo me fez perder totalmente a fome, comi uma garfada do omelete e nada mais
– aproveitando que eu estava conectado a Internet, tive a ideia de fazer um post pedindo ajuda pelo Twitter para tentar buscar logo uma solução para que a programação de chegar em Singapura na 6ª feira daquela semana fosse mantida; em poucos minutos, a UNITED pediu para que mandasse uma mensagem privada com os dados da minha reserva; pesquisei as opções de voos (LUFTHANSA, que descartei pois o voo seria no sentido contrário da Volta ao Mundo, ou EVA AIRWAYS eram as únicas) e iniciei um “chat” com o atendente da rede social da companhia aérea
– e deu tudo certo, uns 15 minutos depois, após explicar com mais detalhes o meu “drama” para o atendente, eu recebi um outro e-mail com os detalhes dos novos voos; com a mudanca, eu ficaria algumas horas a menos na minha rápida passagem por lá, mas sem prejuízo para os demais voos da jornada ao redor da Terra
– eram 06:40h quando foi feito o anúncio vindo do cockpit que faltavam 45 minutos para o pouso; a cabine começou a ser preparada pela tripulação; sentar no meio da aeronave me impediu de fazer registros da nossa aproximação e às 07:16h (no horário brasileiro, 05:16h nos Estados Unidos) pousamos de forma suave no Aeroporto Internacional George Bush em Houston
AVALIAÇÃO COMPLETA: a quantidade de milhas necessárias para a emissão de uma passagem em classe superior saindo da America do Sul com destino ao Sudeste Asiático foi extremamente razoável, considerando que 02 dos 03 voos da programação original seriam de longa duração; o Boeing 767 é uma aeronave com um “projeto” antigo, menos eficiente do que os aviões mais modernos, mas ainda compõe a espinha dorsal de muitas frotas pelo mundo; eu sempre gosto de voar nele e a configuração adotada pela UNITED (05 assentos por fileira) é melhor do que a “nossa” LATAM, por exemplo (que instalou 06 neste modelo); a atitude da tripulação foi um mix de percepções, boas e ruins: de um lado, um Comissário disposto a agradar e proporcionar de forma genuína o melhor atendimento possível e, do outro, uma Comissária que estava apenas fazendo o script básico do trabalho; o serviço de bordo teve uma péssima mensagem inicial: espumante servido em copo de plástico; mas depois, o nível subiu bastante, tudo estava muito bom, o jantar estava delicioso; a necessaire da classe Polaris distribuída neste voo era pequena, mas é “funcional”; por mais que a questao do cancelamento do voo para Singapura nao tenha relacao direta com este voo, vale o registro positivo de como a tecnologia (wi-fi a bordo) e as mídias sociais (Twitter) podem ser utilizados de forma produtiva; no geral, foi um “reencontro” muito bom com a UNITED AIRLINES
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