VOANDO COM A NORWEGIAN (LGW/BCN)
– esta seria a minha 2ª experiência com a companhia de baixo-custo NORWEGIAN; a 1ª delas foi justamente no sentido inverso: de Barcelona/BCN para Londres/Gatwick, em 2015 (confira AQUI como foi aquela experiência)
– eu fui para Londres 02 dias antes com a VUELING (confira AQUI a avaliação completa deste voo operado por um Airbus A320), chegou a hora de voltar para a Espanha, um trajeto de 689 milhas (cerca de 1.110 km)
A COMPRA DA PASSAGEM
– uma rápida pesquisa na Internet me levou a decidir pegar um voo da companhia low-cost NORWEGIAN: horário conveniente (partida no final da manhã, às 10:50h) e preço muito atrativo (cerca de 40 euros – R$ 165,00)
– um detalhe me chamou a atenção quando, no processo de compra, a companhia expôs detalhes sobre a composição do preço da passagem que está sendo comprada: dos 40 euros, as taxas representavam 32 euros, ou seja, de tarifa mesmo eu estava pagando 8 euros (menos de R$ 35,00)
– além disso, para pagamentos com cartão de crédito, a NORWEGIAN faz um pequeno acréscimo de 0,80 euro, é pouco, mas é algo incomum para os brasileiros
O CHECK-IN ANTECIPADO
– fiz o check-in pela Internet, a NORWEGIAN abre o procedimento 24 horas antes do voo (a companhia manda um e-mail para alertar a abertura desta janela)
– o processo é simples, rápido e intuitivo; como não “tinha comprado” a opção de fazer a escolha prévia do assento, ele foi designado de forma aleatória: poltrona 10C, um corredor no lado esquerdo da aeronave (não dei sorte de ser uma janela e não dei azar de ser um meio)
– além disso, eu não consegui viajar somente com a mala de mão, acabei carregando mais coisas do que imaginava e tive que “comprar” a opção de despachar uma mala de até 20 quilos ao custo de 30 euros (se eu quisesse 02 malas seriam mais 36 euros)
– logo depois que encerrei o procedimento no site da companhia, recebi o cartão de embarque por e-mail (em arquivo pdf, ou seja, eu tinha que imprimir, a NORWEGIAN não me enviou aqueles passes digitais para celular)
A IDA PARA O AEROPORTO
– fui acolhido em Londres por um casal de amigos fraternos que moram no bairro Fulham; quando se está viajando sozinho, via de regra, o transporte público é a melhor opção; a alternativa de pegar um UBER foi descartada: previsão de 55 pounds (cerca de R$ 250,00)
– depois de uma rápida combinação de ônibus e metrô, cheguei na estação Victoria às 08:10h daquela manhã chuvosa de sábado na capital inglesa
– a Victoria Station é gigantesca e linda também, com pessoas indo apressadas de um lado para o outro; há muitas lojas e lanchonetes, parece um shopping, fica fácil fazer uma compra de última hora ou um lanche rápido
– o próximo trem “Gatwick Express” partiria às 08:30h (o embarque é feito pelas Plataformas 13 e 14); comprei minha passagem na máquina de auto-atendimento com cartão de crédito ao custo de 19,90 pounds (cerca de R$ 90,00); não é barato, mas era a melhor opção; sempre que possível, para sair de Londres, tento sair de Heathrow/LHR, pois o custo do metrô (Linha Piccadilly) a partir da zona central da cidade é infinitamente menor: míseros 1,50 pounds (cerca de R$ 7,00); para este voo, os preços de LHR estavam maiores do que LGW
– os vagões são confortáveis, com alguns espaços dedicados às malas e com tomada para carregar o celular; não estava cheio, não tinha ninguém ao meu lado; o trem partiu britanicamente no horário e pelo sistema de áudio o “maquinista” informou a previsão de 30 minutos de trajeto até LGW
O AEROPORTO DE GATWICK
– a o trajeto entre a estação do aeroporto até a área de atendimento da NORWEGIAN é muito rápido, bastando subir uma escada rolante e caminhar por cerca de 150 metros (os guichês da companhia ficam logo quase em frente à catraca de saída)
– cheguei nesta parte de Gatwick às 09:05h e devo ter levado 02 minutos para despachar minha mala: o processo foi muito rápido, fui direto ao guichê, não peguei fila alguma e o funcionário me atendeu de forma eficiente
– no caminho para o embarque, parei em uma das várias “lojas de conveniência” (uma mistura de banca de jornal e lanchonete self-service) para fazer um lanche rápido: gastei 3,99 pounds (cerca de R$ 18,00) para um sanduíche de presunto (+) um chá gelado (+) um pacotinho de batata frita, foi providencial para matar a fome
– parti para o controle de segurança, que fica no andar superior, uma escada rolante leva os passageiros até lá; novamente, foi muito rápido, são muitos aparelhos de raio-x e os funcionários estão muito bem treinados para agilizar o processo
– como é típico nos aeroportos europeus, todos são obrigados a passar por dentro de uma enorme loja Free Shop; a loja é muito bem iluminada e multi-colorida, todos os passageiros são atraídos
– ao lado, em outra “loja de conveniência”, resolvi alimentar minha coleção e comprei uma miniatura do Boeing 747-400 da VIRGIN ATLANTIC, na escala 1/250 por 11,99 pounds (cerca de R$ 55,00); ela não tem trem de pouso armado, mas o preço estava muito bom e ela é bem bonita
– no saguão principal da área de embarque, um grande painel eletrônico traz informações atualizadas sobre os horários e os portões dos voos; muitas pessoas ficam nos arredores esperando ansiosamente a confirmação de seus voos
– o portão do voo D85501 com destino a Barcelona, que tinha horário de partida prevista para 10:50h, seria informado somente às 10:42h, ou seja, indicativo claro de que meu voo estava atrasado; de positivo, eu teria, portanto, mais tempo de circular pelo aeroporto e conferir suas facilidades
– a administração do aeroporto oferece conexão WiFi gratuita aos passageiros, bastando preencher um rápido formulário eletrônico e escapar de algumas publicidades; a conexão era de boa qualidade
– as cadeiras instaladas e espalhadas pela área de embarque eram confortáveis; no 2º andar desta área, a quantidade de lojas e a movimentação de passageiros entrando e saindo delas impressiona: parecia, mais uma vez, que eu estava em um shopping; uma área dedicada a crianças também fazia parte do ambiente, um alívio para os pais
– estava sentindo falta de observar a movimentação das aeronaves naquele terminal, eu não estava vendo nenhuma área com janelas, até que percebi que de dentro de um grande restaurante havia uma bela visão do pátio de Gatwick, parti para lá (felizmente estava limpa) e captei uma série de aviões: THOMAS COOK (Airbus A330, decolando), VUELING (Airbus A321), WOW (Airbus A321), AURIGNY AIR (ATR-72/200), SWISS (Bombardier CS300), BRITISH AIRWAYS (Airbus A319), TURKISH AIRLINES (Boeing 737-800) e NORWEGIAN (Boeing 787)
– finalmente, perto de 10:40h, os painéis eletrônicos indicaram que o embarque do meu voo seria feito pelo Portão 11, que ficava perto da seção do terminal onde eu estava, eu chegaria lá bem rápido; uma esteira rolante facilitou ainda mais a caminhada até lá
O EMBARQUE NO B737-800
– nos arredores do Portão 11 uma grande fila estava formada; os funcionários conferiam os cartões de embarque e os passageiros tinham acesso a uma pequena sala, dedicada unicamente para aquele voo; eu cheguei lá por volta de 11:05h
– este sala era pequena tinha várias poltronas, mas rapidamente ficou lotada; no canto, uma bancada estava instalada com tomadas para que os passageiros carregassem seus equipamentos eletrônicos
– o Boeing 737-800 que me levaria de volta à Barcelona já estava encostado no “finger”, de frente para o sol, atrapalhando um pouco a qualidade das fotos; ele tinha o prefixo EI-FJC, foi fabricado em fevereiro de 2011 e sempre teve as cores da NORWEGIAN
– a autorização para o embarque foi comunicada pelo sistema de áudio às 11:15h; a NORWEGIAN organiza a entrada no avião da seguinte forma: 1) passageiros sentados entre 1-15, que entram no avião pelo “finger” e 2) aqueles que ocupam as filas de 16 a 32 precisam descer uma escada e depois caminhar até a porta traseira da aeronave, subindo uma nova escada; na porta do avião, a companhia exibe os prêmios de melhor companhia aérea de baixo-custo nos últimos anos
– lembrando: a minha poltrona era a 10C, um corredor do lado esquerdo; e ainda bem que eu não estava na janela, pois eu ficaria muito frustrado: nesta fileira não tinha janela! o espaço para as pernas era bem razoável e na parte inferior da poltrona da frente estava instalada uma pequena rede para guardar objetos
– este exemplar de B737-800 contava bom o chamado “Sky Interior”, tecnologia da Boeing que utiliza esquema de cores na iluminação de cabine para proporcionar maior conforto aos passageiros; os bancos são revestidos de couro azul bem escuro e uma capa vermelha funciona como protetor de cabeça; a cabine tem a tradicional configuração 3 x 3 (três poltronas de cada lado da aeronave)
– pelo sistema de áudio, o Comandante deu as boas vindas a todos e informou que a duração prevista de voo até Barcelona era de 1 hora e 40 minutos
– no nicho da poltrona da frente, a NORWEGIAN coloca à disposição dos passageiros a revista de bordo e o cartão com instruções de segurança
– o embarque foi encerrado às 11:30h e tivemos 90% de ocupação neste voo, os 04 comissários que estavam escalados teriam muito trabalho; as instruções de segurança são demonstradas aos passageiros com o uso do sistema de vídeo, os monitores coletivos estão instalados na parte inferior dos bagageiros
O VOO PARA BARCELONA
– o procedimento de pushback foi iniciado às 11:36h, portanto, partíamos com atraso superior a 45 minutos; o Aeroporto de Gatwick tem apenas 02 pistas (paralelas) e neste dia as operações estavam sendo feitas pela 8R, a maior delas, com 3.316 metros de extensão, o que nos obrigou a um longo taxiamento; a decolagem só foi iniciada às 11:50h; foram 33 segundos de aceleração dos 02 motores CFM56 até que o B737 começasse a ganhar altitude
– eram 12:10h quando um comissário passou pelo corredor e distribuiu para quem demonstrasse interesse um “catálogo” duplo: de um lado, os itens do serviço de bordo que estavam a venda: e do outro, o catálogo de compras de Free Shop a bordo
– o menu do serviço de bordo trazia uma variedade incrível de produtos: refeições (por exemplo: carne com purê de batatas – custo de 8 euros – R$ 32,00), pizza de pepperoni, sanduíche (misto quente – custo de 5,50 euros – R$ 22,00), bandeja de frios, além de muitas opções de snacks e doces; na parte de bebidas, muitas alternativas também: garrafinha de vinho (5 euros – R$ 20,00), refrigerantes (latinha por 2,50 euros – R$ 10,00) e café (também por 2,50 euros)
– no caso dos produtos de Free Shop, a variedade também era grande (perfumes, canetas, relógios, pequenos eletrônicos), mas o que mais me chamou a atenção era um fone de ouvido sendo vendido pela bagatela de 349 euros (quase R$ 1.500,00!!!!)
– era hora de testar o serviço de conectividade a bordo, oferecido pela NORWEGIAN de forma gratuita a seus clientes; as instruções para acesso ao sistema de Wi-Fi estão descritas na revista de bordo; o processo é intuitivo, uma vez abrindo o navegador do celular, fica fácil de fazer os cliques certos e começar a navegar pela Internet
– o sistema funciona muitíssimo bem, com boa velocidade de navegação; as opções de conteúdo são muitas: Flight Map do voo (real time), TV ao Vivo e alguns filmes; aproveitei para acessar o FlightRadar e acompanhar o meu voo
– o voo estava tranquilo e resolvi dar uma volta pelo avião, aproveitando que estava no corredor e não incomodaria ninguém; primeiro, fui ao banheiro instalado na parte traseira do Boeing: tinha o tamanho padrão do B737, um pouco apertado e estava um pouco bagunçado por algum passageiro “porco”; além disso, a luz principal deste toalete estava queimada
– na volta, a caminho da parte dianteira do avião, pedi licença para o passageiro da poltrona 15F, na saída de emergência, para “invadir” rapidamente o espaço dele para tirar uma foto da asa com winglets do Boeing da NORWEGIAN
– aproveitei para ver como estava o banheiro instalado na parte da frente: a situação era bem melhor, estava mais limpo e a luz estava funcionando
– eram 13:02h quando o sistema de áudio trouxe um anúncio feito da cabine de comando informando que estávamos começando o procedimento de descida para pouso em Barcelona, ainda demoraríamos 30 minutos até lá e a temperatura na Espanha era de 17 graus
– o trem de pouso foi armado e travado às 13:20h e a fase de aproximação foi feita com uma turbulência leve e constante; como eu estava sentado no corredor, não tive como apreciar a bela paisagem dos pousos em BCN, sobrevoando do Mediterrâneo e com uma vista privilegiada da cidade; tocamos o solo catalão às 13:26h (14:26h no horário espanhol, fuso horário de +1 hora com relação à Inglaterra), um pouso seco e seguro e encostamos no Terminal 2 do Aeroporto El Prat (dedicado às companhias de baixo-custo) menos de 03 minutos depois
– para minha alegria, encostamos em uma posição remota, ou seja, no caminho até o ônibus, tive a oportunidade de tirar algumas fotos mais detalhadas da aeronave que operou o voo, inclusive da cauda do Boeing 737 com a homenagem da NORWEGIAN a um famoso artista sueco – Povel Ramel
– além disso, foi possível fazer alguns registros de máquinas que estavam estacionadas no Terminal 1 (pátio com aeronaves da VUELING – a maior operadora de BCN, A380 da EMIRATES e B767 da LATAM); no caminho até o terminal de passageiros, captei ainda um A320 da AIR ARABIA que tinha acabado de chegar de Casablanca/Marrocos e encostado em um finger do T2
– depois de passar pelo controle de passaporte e me irritar com alguns passageiros malandros da AIR ARABIA que queriam furar a fila, cheguei na área de devolução de bagagens, onde minha mala já estava rodando na esteira
– o Terminal 2 do Aeroporto de Barcelona é bem menos movimentado do que o Terminal 1; é menor também, mas a bela arquitetura de sua estrutura também impressiona
– o meu voo de Barcelona para Roma partiria do Terminal 1: o transporte entre os terminais é feito de forma gratuita por ônibus disponibilizados pela administração do aeroporto; depois de embarcado no veículo, o trajeto dura cerca de 10 minutos
AVALIAÇÃO GERAL: o preço da passagem (70 euros no total – R$ 280,00, contando com o custo adicional para despachar uma mala) foi bastante razoável para um voo de 100 minutos de duração, a relação custo-benefício foi muito boa; a experiência de embarcar no Aeroporto de Gatwick é interessante: não se trata de um aeroporto grande, mas com muito fluxo de passageiros e com uma infraestrutura adequada, tudo funciona muito bem, sem surpresas; partimos com um atraso considerável: mais de 45 minutos, não me prejudicou em nada, é verdade, mas é um ponto negativo que não pode ser ignorado; o Boeing 737-800 é uma máquina que funciona muito bem para o modelo de negócios da NORWEGIAN; o espaço para as pernas não é um problema (ainda mais se comparado à “lata de sardinha” do A320 da VUELING no voo que me levou até Londres 02 dias antes); sem dúvidas, o Wi-fi gratuito a bordo é um diferencial relevante; o serviço de bordo é unicamente pago e se destaca pela variedade de produtos oferecidos; os preços cobrados pela companhia são apenas razoáveis; a tripulação teve atitude correta e cortês durante todas as fases do voo, com pro-atividade aparente; em resumo, foi uma experiência bem gratificante este voo com a NORWEGIAN
Muito legal ler esse post sobre uma cia que futuramente pode chegar ao Brasil e que está iniciando na Argentina. E muito bem detalhado.
Sobre o espaço para pernas acho que no meu caso teria problemas kkk Mas achei meio salgado os preços de alimentação a bordo.