Voando com a AZUL (CNF/SDU)
– o último dia do ano de 2017 foi bastante intenso para mim, pois acordei de “madrugada” em Ipatinga, cidade mineira localizada no Vale do Aço, peguei um ônibus para Governador Valadares, onde embarquei no ATR-72/600, de prefixo PR-AQB, que me levou até o Aeroporto de Confins/CNF, que atende à capital mineira
– chegou a hora de voltar para casa e realizar o último voo do ano passado: de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont), cidades que estão distantes por 232 milhas (um pouco mais de 370 quilômetros)
O CANCELAMENTO DO VOO
– comprei a passagem no final de agosto de 2017, ou seja, com antecedência superior a 04 meses antes da viagem, a um preço estratosférico: R$ 1.067,00 para ir do Rio de Janeiro para Ipatinga/IPN, com conexão em Belo Horizonte/CNF, tanto na ida quanto na volta, voando nos 02 modelos de aeronaves que a AZUL utiliza em suas operações: o “nosso” Embraer E-Jet e o ATR-72/600
– em 30.11.2017 (cerca de 01 mês antes da viagem), recebi um desagradável e-mail da AZUL informando que o meu voo do dia 31 de dezembro tinha sido cancelado e indicando uma mudança automática para o dia anterior, apenas 30 minutos depois de minha chegada em Ipatinga; liguei para a Central de Atendimento da companhia para informar que esta alternativa estava fora de cogitação e que precisava voltar para o Rio de Janeiro no dia 31 de qualquer jeito
– o atendimento por telefone foi bastante atencioso e a única opção possível foi ser realocado no voo que partiria de Governador Valadares/GVR (cidade que fica a 110 quilômetros de distância, peguei o ônibus por minha conta de Ipatinga para lá às 05:55h, pois a AZUL não autorizou um transporte particular entre as cidades) às 10:15h, com conexão em Confins/CNF e chegada no Rio/SDU às 13:50h (ou seja, quase 04 horas depois do horário original)
A IDA PARA CONFINS
– fui de Governador Valadares até Belo Horizonte para Ipatinga a bordo de um ATR-72/600, de prefixo PR-AQB; confira a avaliação completa deste voo AQUI
– eu já estava de posse do meu cartão de embarque do 2º voo, não precisei ir ao balcão de atendimento da AZUL para nada
O AEROPORTO DE CONFINS/CNF
– o desembarque do voo regional no turbo-hélice foi feito de forma remota; do ônibus que me levou até o terminal, tirei algumas fotos que demonstram a concentração de voos da AZUL neste aeroporto mineiro
– o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte – Confins/CNF, que recebeu cerca de 10 milhões de passageiros em 2016, está localizado a 40 quilômetros do centro de Belo Horizonte e foi inaugurado em 1.984; em 2013, o terminal foi privatizado e, atualmente, um Consórcio formado por CCR e pela empresa que administra o Aeroporto de Zurich (Alemanhã) possui 51% das ações; o aeroporto tem pista única com 3.600 metros de extensão
– a estrutura geral deste terminal é moderna, espaçosa e organizada, com muitas lojas, de vários tipos; eu comprei produtos típicos (e engordativos!) mineiros para levar para a família no Rio
– a quantidade de cadeiras (todas acolchoadas) parece ser suficiente para acomodar os passageiros que aguardam seus voos, mesmo em momentos de pico
– um grande painel eletrônico fornece as informações dos voos aos passageiros e também o tempo de caminhada até os portões; nele, estava indicado que o embarque do voo AD2799 seria feito pelo Portão 3
– as grandes e limpas janelas deste terminal permitem uma ótima visão do pátio de manobras; naquele final de manhã de domingo, 02 aeronaves da AZUL com pintura especial estavam em CNF: o “Canarinho Azul” e o “Rosa e Azul”
O EMBARQUE NO EMBRAER DA AZUL
– o avião que me levaria até o Rio de Janeiro já estava estacionado e acoplado ao terminal quando cheguei nos arredores do Portão 3, por volta de meio-dia
– eram 12:05h em ponto quando foi feito o anúncio de que o embarque do meu voo estava sendo iniciado; na AZUL, não tenho nenhum tipo de privilégio, minha categoria no Programa de fidelização TudoAzul é a mais básica, eu realmente viajo pouco a bordo das aeronaves da companhia, já que ela não opera o trecho Rio-Brasilia, que é minha “praia”; mas como estava sentado em um assento “especial”, poderia usar uma das filas preferenciais
– aguardei até 12:15h para entrar no Embraer escalado para este voo: modelo E-190, com prefixo PR-AZL, que foi entregue à AZUL em setembro de 2008, depois de voar alguns meses pela JETBLUE, a outra companhia aérea fundada por David Neeleman; ele carrega as tradicionais cores da companhia brasileira e é o avião mais antigo da frota, tendo recebido o apelido “O Rio de Janeiro continua azul” e tem história: foi ele que operou o 1º voo comercial no dia 15 de dezembro 2008, ligando Campinas/VCP a Salvador/SSA
– um dos grandes diferenciais dos aviões produzidos pela fabricante brasileira é a configuração interna da cabine: esquema 2 x 2 (apenas dois assentos de cada lado), ou seja, o tenebroso assento d meio não existe; eu sentei na poltrona 5D, uma janela no lado direito da aeronave, na área denominada “Espaço Azul”: as fileiras de 1 a 5 oferecem mais espaço entre as poltronas, com mais conforto para quem senta nelas; vale o registro (negativo) de que na fileira 5, a janela não fica exatamente ao lado do passageiro, mas uma coluna da estrutura do avião
– os bancos são revestidos de couro na cor cinza e o espaço para pernas neste assento especial era realmente generoso, era possível cruzá-las sem transtornos
– as portas do E-Jet foram fechadas às 12:30h; o voo estava quase lotado, apenas 02 assentos livres (a companhia brasileira configurou o E-190 para carregar até 106 pessoas)
– logo depois, o 1º Oficial Castro se dirigiu a todos informando que a duração do voo até o Rio de Janeiro tinha previsão de 45 minutos, o tempo estava nublado e com 29 graus de temperatura na capital carioca; as instruções de segurança foram demostradas aos passageiros de forma manual e todos os pronunciamentos da tripulação foram feitos somente em português, apesar da enorme quantidade de argentinos a bordo
O VOO PARA O RIO DE JANEIRO
– o pushback foi iniciado às 12:37h, portanto, partíamos com razoável antecedência; como estávamos perto da cabeceira, o taxiamento foi rápido
– neste momento, a Chefe de Cabine informou pelo sistema de áudio algo que eu já tinha reparado: o sistema de TV ao vivo, parceria da AZUL com a operadora SKY (e que seria um outro diferencial da companhia), estava inoperante neste voo; “pedimos desculpas e agradecemos a compreensão” foi o final da comunicação dela
– no trajeto até a posição de decolagem, vi o Airbus A350 com as cores (novas) da LATAM AIRLINES estacionado em uma posição afastada, perto do Centro de Manutenção que está instalado em Confins: de prefixo PT-XTD, esta aeronave estava alugada até pouco tempo atrás para a QATAR AIRWAYS e ainda não foi recolocada em operação
– esperamos um Boeing 737-700 da GOL pousar, tendo um outra aeronave do mesmo modelo e companhia logo atrás e que decolaria em seguida; alinhamos na cabeceira da pista 34 às 12:44h e 01 minuto depois começamos a aceleração em potência máxima dos 02 motores GE CF34; foram necessários 38 segundos para tirar o E-190 do chão
– enfrentamos muitas nuvens na região de Confins, o Embraer chacoalhou um pouco no procedimento de subida, nada sério, o Comandante teve muita habilidade para driblá-las
– eram 12:50h quando o sinal de apertar cintos foi apagado; imediatamente depois, a Chefe de Cabine informou que o serviço de bordo (gratuito) seria iniciado em instantes com as seguintes opções de snacks: batata chips, amendoim, goiabinha e as tradicionais balinhas em forma de avião, além de muitas opções de bebidas; sem dúvidas, a variedade e gratuidade de itens do serviço da AZUL é um outro relevante diferencial
– uma Comissária anotou a opção de bebida de cada passageiro da parte frontal da aeronave, voltou para a “galley” (cozinha do avião), montou uma bandeja com as escolhas e distribuiu; refrigerante zero foi a minha escolha
– logo depois, um outro Comissário passou pelo corredor com uma cesta lotada de produtos, que são oferecidos “sem miséria”, os passageiros puderam pedir quantos quiseram, sendo atendidos com muita e genuína simpatia; eu peguei a batata, o amendoim e as balinhas (que milha filha de 05 anos adora)
– pela janela do Embraer, o tempo instável provocava belas paisagens, as nuvens continuavam presentes no céu, mas o colorido do solo mineira trazia um bonito contraste
– eram 13:05h quando foi feito um anúncio da cabine de que estávamos iniciando o procedimento de descida e que demoraríamos mais 28 minutos até o pouso; no final, o Piloto desejou um “excelente 2018”
– hora de ir ao banheiro e conferir o estado dele na fase final do voo: é apertado e pequeno, em especial na altura, um passageiro com mais estatura vai achar desconfortável; estava limpo e a AZUL não disponibiliza amenidades por lá
– na volta para meu lugar, aproveitei que a tripulação estava na parte traseira da aeronave e, portanto, não incomodaria ninguém, e tirei fotos da galley e da porta dianteira esquerda do Embraer
– normalmente, a AZUL faz coleta seletiva do lixo de metal produzido por seus clientes, mas não foi assim neste voo, pois as latinhas de refrigerante foram recolhidas junto com os demais itens
– mais um anúncio foi feito vindo da cabine de comando: teríamos uma incômoda turbulência na região de Santa Cruz em função de ventos fortes, algo que acabou não acontecendo, para alívio de todos
– a aproximação para pouso, apesar do tempo ruim, foi extremamente prazerosa: passamos pelos principais cartões postais da Cidade Maravilhosa, começando pelo Parque Olímpico (um das Olimpíadas de 2016 muito mal utilizado pelo Poder Público), o complexo do Maracanã, o Cristo Redentor e o Morro Pão de Açúcar; os “gringos” a bordo piraram!
– o pouso foi realizado às 13:28h pela pista 02R, de forma segura; ao final da pista, os passageiros do lado direito puderam apreciar a vista da Ponte Rio-Niterói (que tem 13 quilômetros de extensão) e do prédio histórico da Ilha Fiscal (que pertence à Marinha do Brasil)
– depois que encostamos, decidi atrasar o meu desembarque para tentar tirar uma foto “panorâmica” do interior da cabine do E-190; quando a aeronave estava quase vazia, a Chefe de Cabine veio falar o seguinte comigo, de forma extremamente respeitosa e cordial: um funcionário da AZUL estava sentado na parte da frente da aeronave e viu que eu tirava fotos da “galley” quando fui ao banheiro e a alertou sobre este fato, portanto, ela queria saber se tinha alguma razão específica para isso; expliquei que eu tinha um blog sobre aviação e que fazia os registros das minhas muitas viagens, deixando claro que eu sempre tinha a preocupação de não expor a tripulação nos meus posts; entreguei um cartão do V&A, espero que eu tenha ganhado mais uma seguidora
AVALIAÇÃO GERAL: vou repetir aqui o que já registro sobre a razão custo-benefício da passagem comprada para este voo: o preço da passagem já tinha sido caro para voos de curta duração, mesmo considerando a época de alta temporada da minha viagem, mas o cancelamento do voo de volta e todos os transtornos que isto me causou (tive que acordar mais cedo e cheguei 03 horas depois do previsto no Rio de Janeiro) me obrigam a dar nota mínima para o quesito “passagem”; o Aeroporto de Confins reflete os benefícios que a privatização pode trazer e como a iniciativa privada tem mais condições de oferecer melhores serviços de infraestrutura: terminal moderno e com estrutura que oferece conforto aos passageiros; o E-190 é um excelente avião, o esquema de 02 poltronas é sempre positivo; o AZL tem quase 10 anos de idade, mas está muito bem conservado pela AZUL, mas o sistema de TV inoperante não pode ser ignorado como ponto negativo, afinal, é um dos atrativos que a companhia oferece aos clientes e uma ótima opção de entretenimento durante o voo; os snacks que são oferecidos como serviço de bordo se destacam pela variedade e combinam muito bem para um voo de menos de 01 hora de duração; a parte das bebidas é outro ponto positivo, com opções de sucos e refrigerantes; a atitude da tripulação mais uma vez se destacou como algo extremamente positivo; a simpatia dos Comissários foi a marca do contato deles com os mais de 100 passageiros deste voo; não é simples manter o nível de atendimento por milhares de funcionários, mas tenho dado sorte
Realmente muito caro o valor das passagens. Sei que tem relação de ocupação e demanda, de aviões pequenos levarem pouca carga ou nada da área Express da cia, mas será que faz sentido esses valores que vemos? Fico sinceramente na dúvida.
Eu sou fã do serviço de bordo e atendimento da Azul, pena q ela ficou devendo no quesito da TV a bordo, que é um item importante.
Viajei uma vez apenas com a Azul, espero poder voar de novo com eles.
Júnior, o mercado corporativo sempre pode justificar os preços altos em determinadas épocas. Eu gosto de voar Azul, mas quero pegar um voo mais longo com eles, só fiz voos curtos. V&A
Boa noite!
Recentemente eu viajei nessa companhia aérea, a Azul. Foi a primeira vez que eu viajei de avião. De Campinas até Curitiba o avião era bom, mas de Curitiba até Foz do Iguaçu, onde fui, fiquei receosa quando descobri que o avião que ia me levar de Curitiba até Foz era de hélice, um ATR 72-600. Mas adorei viajar de avião, quero fazer isso mais vezes!