Voando com a LATAM PERU (LIM/LAX)
– esta viagem para os Estados Unidos se encaixa novamente no meu esforço para manter o meu status BLACK no Programa Fidelidade da LATAM; o foco daquela viagem que fiz no final de outubro para Bogotá/Colômbia via Santiago/Chile era voar em classe superior, agora o objetivo era fazer voos de longa duração, pois isto é relevante para o acúmulo dos chamados “Pontos Elite“, pois a distância em milhas é um dos critérios utilizados no Programa para qualificação dos passageiros frequentes
– portanto, depois de pesquisar as melhores opções de voos da LATAM, pintou um “bate e volta” para Los Angeles/LAX (onde fiquei por cerca de 15 horas) saindo do Rio de Janeiro/GIG e fazendo uma conexão em Lima/LIM, no Peru; a avaliação completa deste post está restrita à jornada entre a capital peruana e a principal cidade da Costa Oeste americana, distantes por 4.167 milhas (mais de 6.700 quilômetros)
A COMPRA DA PASSAGEM
– comprei a passagem apenas 02 dias antes da viagem, que foi realizada no meio do feriado do Dia dos Finados (02 de novembro); no total, seriam 26 horas (05 em cada trecho da rota Rio/Lima/Rio e 08 em cada trecho da rota Lima/Los Angeles/Lima) de voo em classe Econômica; eu contava com muita esperança que o upgrade para a classe Permium (Economy ou Business) fosse confirmado para todos os voos, em função do benefício que o meu cartão BLACK me proporciona; paguei cerca de R$ 4.200,00, um valor alto, mas não tinha alternativa
– quando eu cheguei no Galeão/GIG para fazer o check-in do primeiro voo da jornada, já tive a ótima notícia: o meu pedido de upgrade para a classe Premium Business do trecho do Peru para os Estados Unidos já tinha sido confirmado, que maravilha!
O VOO PARA LIMA
– em julho de 2017, a LATAM anunciou que faria competição direta com a AVIANCA no rota do Rio de Janeiro/GIG para Lima/LIM, com o 1º voo saindo do Brasil marcado para o dia 31.10.2017, portanto, eu estava no voo inaugural desta rota
– um Airbus A319, prefixo CC-CQL, fabricado em setembro de 2006 e que ainda carrega as cores da antiga LAN, ou seja, não tem a nova identidade visual da LATAM, operou o voo LA 2419
– fiz um vídeo resumindo como foi o procedimento de decolagem deste voo “histórico”, confira como foi (é só clicar na foto abaixo, que também pode ser visto lá no canal YouTube do Voando e Avaliando)
– neste voo, eu também consegui upgrade e viajei na classe Premium Economy; o avião não tinha sistema de entretenimento a bordo nem tomada para carregar equipamentos eletrônicos; apenas 02 passageiros ocupavam a classe superior neste voo, que pode acomodar até 12 pessoas
– pousamos na capital peruana às 23:01h, no horário local, depois de 05 horas aproximadas de voo; o desembarque foi feito de forma remota, um ônibus levou os passageiros até o terminal
O AEROPORTO DE LIMA
– fazer a conexão no Aeroporto Internacional Jorge Chavez foi muito tranquilo: a sinalização indicando o caminho certo para os passageiros que vão ficar em Lima (fazendo imigração) e para aqueles que vão pegar outro voo é ostensiva e clara; passar pelo controle de segurança novamente foi moleza, não peguei nenhuma fila, fui direto até o aparelho de raio-x para passar minha bagagem de mão
– depois de subir 02 lances de escadas, todos chegam a uma enorme loja de Free Shop, onde a variedade de itens à venda é grande, inclusive coisas típicas peruanas; me chamou atenção um camelo amarelo de uma marca de cigarros e as pilhas enormes de chocolate Toblerone
– o saguão de embarque se resume a um longo corredor, bastante amplo, mas com teto baixo, onde algumas lojas de souvenirs e alguns restaurantes, todos muito bem apresentados, estão instalados; monitores eletrônicos estão espalhados por esta área, com informações sobre as partidas dos voos e propagandas dos anunciantes locais
O VIP CLUB LOUNGE
– a LATAM desfez recentemente o convênio com as Salas VIP terceirizadas que existem neste Aeroporto, os passageiros não têm mais a facilidade de uso deste tipo de espaço quando passar por Lima, uma falha grave para os passageiros premium da companhia; tive que recorrer a um convênio do meu cartão de crédito, pagando 27 dólares para poder usar o VIP CLUB LOUNGE; como ficaria quase 02 horas, achei que a relação custo-benefício era positiva, sem esquecer o problema grave da companhia aérea, obviamente
– a Sala estava cheia quando cheguei por volta de 23:40h e foi esvaziando aos poucos, na medida em que alguns voos partiam para cidades dos Estados Unidos; já estive aqui outras 02 vezes no passado; o espaço não é grande, mas é muito bom; no bar, o consumo de bebidas alcoólicas é restrito: somente 02 drinks por passageiro, o barman carimba a parte de trás do boarding pass para fazer o controle
– na parte principal deste Lounge, muitas mesas e cadeiras estão disponíveis para os passageiros e um grande telão estão instalado perto do teto passando programas de TV; o buffet é apenas razoável, com destaque para uma máquina de fazer suco de laranja natural
– uma sala de TV está instalada no canto, com algumas poucas poltronas grandes e confortáveis, em um ambiente mais calmo e relaxante
– o sistema de wi-fi do Lounge estava bem ruim, tentei carregar alguns vídeos para o canal do YouTube do Voando e Avaliando, sem sucesso
– por volta de 01:00h, mesmo antes do anúncio de início de embarque do meu voo pela funcionária da Sala VIP, parti em direção ao Portão 21, que estava indicado nos painéis eletrônicos como sendo a ponte de embarque para o voo LA2476, que tinha partida marcada para 01:50h
O EMBARQUE NO BOEING 767-300ER
– este Portão fica no extremo esquerdo do terminal e esteiras rolantes ajudam no deslocamento dos passageiros; cheguei lá por volta de 01:05h, onde filas ainda não estavam formadas, as cadeiras nos arredores do Gate estavam ocupadas, a maioria das pessoas aguardava tranquilamente o convite para embarque
– aos poucos, pequenas filas foram sendo formadas em frente ao Portão 21, a ansiedade para embarcar logo começou a ficar flagrante em alguns passageiros
– a aeronave que me levaria até Los Angeles/LAX já estava estacionada na ponta do terminal, meio escondido atrás de várias janelas de vidro, com muito reflexo e pouca luz, impedindo que eu tirasse uma foto decente dele
– finalmente, às 01:20h, uma funcionária usou o sistema de áudio do saguão para anunciar o início do embarque; fui para a fila de clientes preferenciais, mas acabei ficando mais de 15 minutos em pé à toa, pois, de fato, a entrada no Boeing ainda não estava liberada; somente às 01:36h (claro indicativo de que partiríamos com atraso) foi autorizado o ingresso dos passageiros que passavam por uma inspeção adicional e superficial de segurança nas bagagens de mão
– o Boeing 767-300ER escalado para este voo tinha o prefixo CC-CXD, foi fabricado em maio de 2008 e ainda carrega as cores da antiga LAN PERU; fui recepcionado de forma calorosa pela Chefe de Cabine, que me indicou onde ficava o meu lugar (assento 3D): à direita, na última fileira da classe Executiva, na parte central da aeronave
– as poltronas deste avião eram revestidas de um tecido cinza claro (na parte de cima) e azul claro (na parte de baixo e no assento); uma capa branca com a marca da LATAM bordada revestia o encosto de cabeça
– a configuração interna de cabine da Business deste B767 era bem incomum: no esquema 2 x 2 x 2 (padrão adotado pela LATAM nos B767, B787 e A350), mas eram apenas 03 fileiras, 18 lugares no total (com tão pouco lugar, como consegui o upgrade?!?), mas as poltronas 3J e 3L não são ocupadas por passageiros, estão dedicadas para o descanso da tripulação; o voo estava lotado; além disso, 220 passageiros podem ser transportados na classe Econômica; as paredes que dividem as classes chamam a atenção: o material utilizado tem uma cor vinho forte
– na parte de baixo das poltronas da frente, há um compartimento para que os passageiros guardem seus sapatos; uma tomada universal está instalada na parte inferior da coluna central dos assentos; os botões de comando da posição da poltrona também fica na coluna central, onde o controle do sistema de vídeo fica meio escondido; o fone de ouvido fica disponível em um pequeno nicho logo abaixo do controle da poltrona
– o welcome drink foi servido e perguntei à aeromoça qual espumante estava sendo servido e tive uma grata surpresa, pois a LATAM está oferecendo um brasileiro em suas classes superiores: Gran Casa Valduga – 2011, fabricado no sul de nosso país
– a necessaire da grife italiana Salvatore Ferragamo (completa, mas é a mesma há vários anos, já está na hora de uma mudança) foi entregue na embalagem de plástico: a LATAM não tem padrão, acho que cada Comissário decide na hora de acordo com a cara do cliente se entrega com ou sem o plástico; desta vez, ganhei uma marrom
– o menu do serviço de bordo estava impresso em cartões disponíveis nas poltronas; em função do horário, a LATAM não oferece uma refeição completa, os passageiros que resistissem ao sono tinham 02 opções: 1) club sanduíche quente de lombinho, presunto e champignons e quijo Edam (minha escolha) ou 2) quiche de espinafre, mussarela e tomate cereja; em termos de bebidas (alcoólicas ou não), a variedade era grande
– a Comissária me entregou o formulário para que eu preenchesse as minhas opções do café da manhã; eu sempre elogio esta forma da LATAM tornar a experiência da refeição matinal a melhor possível, com o passageiro podendo escolher logo o que vai comer
O VOO PARA LOS ANGELES
– o pushback foi iniciado às 02:05h, portanto, partíamos com atraso de 25 minutos; o vídeo de segurança é exibido obrigatoriamente nos monitores individuais; este filme que a LATAM produziu para demonstrar as instruções é bem legalzinho, traz um pouco de humor para algo muito sério
– durante o taxiamento, o sono bateu forte, o chacoalhar do avião era como um balanço de um berço para um bebê…foi difícil ficar acordado para conferir que a decolagem foi iniciada às 02:16h, os 02 motores General Electric CF6 do Boeing 767 demoraram 41 segundos para tirá-lo do chão e iniciar a jornada de 08 horas até o litoral do Oceano Pacífico; a aceleração foi forte, todas as revistas do compartimento que fica nas poltronas da frente voaram e caíram nos pés dos passageiros
– o serviço de bordo foi iniciado por volta de 02:50h; a salada tinha rabanete, que odeio, mas o resto estava fresco e gostoso; o sanduíche foi realmente servido quente e estava bem saboroso; a sobremesa era de uma fruta que eu não conhecia: physalis, típica da região andina, que não tinha gosto de nada…para beber, repeti o vinho branco Chardonnay que tomei nas últimas (e muitas) viagens que fiz com a LATAM recentemente
– comi rapidinho, chamei a aeromoça para recolher a bandeja e botei o assento na posição full-flat; achei esta poltrona um pouco apertada, além disso o comprimento também não era dos maiores, no limite para a minha altura (1,77m); o travesseiro era de tamanho apenas razoável, pois era proporcional à estrutura da poltrona
– não demorei muito a dormir; foi um descanso muito bom até 07:20h, quando uma movimentação da cabine indicava que o café da manhã estava próximo de ser servido
– por volta de 07:40h, fui ao banheiro; são 02 toaletes instalados na parte da frente da aeronave, mas somente 01 estava funcionando (o que fica ao lado da cabine de comando tinha uma plaquinha discreta de “fora de serviço“); achei apertado, mas estava limpo, com lencinhos umedecidos disponíveis aos passageiros (genéricos, sem a marca da LATAM)
– na volta para o meu lugar, a “cozinha” do Boeing estava vazia, boa oportunidade para tirar fotos das grandes portas dianteiras do B767 sem incomodar a tripulação; na parede, percebi que um pequeno quadro trazia um mapa com o “croqui” da aeronave
– chegou a hora de testar o sistema de vídeo; a tela tinha tamanho e resolução apenas bons; o conteúdo podia ser exibido em inglês, espanhol e português e muitas opções de filme estavam disponíveis; escolhi “Rough Night“, com Scarlet Johansson, uma comédia que conta as aventuras de 05 amigas em um fim de semana de despedida de solteira em Miami (uma versão feminina de “Se Beber não case”); a LATAM coloca propaganda antes da exibição dos filmes, o que acho chato demais, por mais que tenha sido um anúncio rápido
– o controle remoto dos sistema de vídeo dava sinais de cansaço, não funcionava direito e a pequena tela digital no meio não ajudava em nada na navegação; o fone de ouvido estava higienizado, já tinha a logomarca da LATAM e funcionava direitinho para isolar o barulho do ambiente
– o café da manhã foi servido às 09:00h; quando a comissária me entregou a bandeja, informou que o B767 não tem máquina para preparar o café expresso que eu tinha escolhido, por isso estava sendo servido um café normal; o par de pãozinho integral foi servido quente e estava uma delícia; os frios, o iogurte e as frutas estavam frescos e gostosos; um potinho de doce de leite completava a refeição matinal; pedi para repetir o café e uma xícara cheia foi servida
– eram 09:53h quando foi feito um anúncio pelo Comandante de que estávamos iniciando o procedimento de descida para pouso (todos os speechs durante o voo foram feitos em espanhol e depois em inglês); o sol batia forte no lado direito da aeronave; neste momento, eu sentei na janela do conjunto de poltronas dedicado à tripulação, que não estava mais sendo utilizado
– os últimos minutos do voo foram bem legais, já estava claro e foi possível observar os arredores do Aeroporto de Los Angeles, inclusive uma grande obra na fase final da aproximação
– pousamos às 08:23h no horário americano pela pista 25L (que tem 3.382 metros de extensão); fiz um com uma das marcas de LAX: a operação simultânea de pistas paralelas; ao lado, um Boeing 737 da DELTA AIRLINES pousava também, confira como foi (é só clicar na foto abaixo, que também pode ser visto lá no canal YouTube do Voando e Avaliando)
– durante o taxiamento, pela janela do Boeing pude ver que o sol ainda estava se apresentando de forma tímida na Califórnia
– a caminho da nossa posição de estacionamento no terminal de passageiros de LAX, cruzamos com aeronaves de grande porte que voam para a Oceania nas cores de companhias australianas: Boeing 747 e A380 da QANTAS e o Boeing 777-300ER da VIRGIN AUSTRALIA
– encostamos no Gate 135 do Tom Bradley International Terminal perto de 08:40h, muitos funcionários de terra já estavam de prontidão para descarregar as malas e começar a preparar o Boeing 767 para o retorno à Lima
– no trajeto até a imigração americana, tentei tirar fotos do Boeing que tinha me lavado até Los Angeles, mas mais uma vez, não consegui: as colunas da estrutura do aeroporto atrapalhavam e eu não conseguia ter uma visão livre do avião
– este Terminal Tom Bradley é o mais novo e moderno do Aeroporto de Los Angeles e é impressionantemente bonito: tudo novo, limpo e com uma arquitetura marcante; foi inaugurado em setembro de 2013 e custou quase 02 bilhões de dólares
– as malas estavam sendo restituídas na esteira de número 7, onde a sinalização é clara para que os passageiros não se confundam
– quando eu estava a caminho do ponto de encontro para pegar o Uber que me levaria até o hotel, uma surpresa: tinha uma visão livre do B767 da LATAM, finalmente consegui tirar uma foto minimamente decente da aeronave que me levou do Peru até os Estados Unidos
AVALIAÇÃO GERAL: o preço da passagem foi alto, mas tenho que admitir que a minha falha de planejamento com relação ao acúmulo de pontos no Programa Fidelidade foi a principal razão; o fato de eu ter conseguido upgrade para os 04 voos que fiz na jornada entre Brasil e Estados Unidos passando pelo Peru ameniza bastante o valor salgado pago; por outro lado, a inexistência de uma Sala VIP para os passageiros premium da LATAM em Lima é uma falha grave; o fato de eu ter descoberto isso somente na porta de entrada piora ainda mais a situação, a companhia tinha que ter preocupação maior com a transparência, informando previamente aos passageiros este detalhe relevante para uma experiência de viagem; o Aeroporto de Lima não traz muito luxo, é um terminal “pragmático”, nada de ostentação, mas tudo parece funcionar bem; o Boeing 767 foi o carro-chefe do Grupo LAN por anos (antes da filial do Chile começar a receber o moderno Boeing 787), é uma aeronave com projeto antigo, mas que consegue oferecer um nível de conforto razoável na classe Executiva, com poltronas que viram cama; as poltronas estreitas e a falta de acesso ao corredor para todos os passageiros são sempre pontos negativos que merecem ser apontados; a partida de Lima foi feita com atraso – 25 minutos, mas é algo que fica diluído para um voo de 08 horas; o serviço de bordo foi um ponto negativo: por mais que horário possa justificar, não é aceitável servir sanduíche em Business Class em um voo de longa duração; a variedade de bebidas alcoólicas vai em sentido inverso, pois é um fato positivo; a atitude da tripulação foi extremamente correta durante o voo, com apenas 16 passageiros para serem servidos, os comissários conseguiram dar atenção a todos na medida certa; no geral, foi experiência bem satisfatória com a LATAM PERU
Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.