Voando com a BRITISH (GIG-LHR)
– este é o 1º trecho da longa jornada de VOLTA AO MUNDO, será um voo bem longo, mas dividido em 02 partes: do Brasil para a Europa e de lá para a África do Sul voando com a British Airways; as avaliações serão feitas em separado, aqui está o relato da experiência do 1º voo, entre Rio de Janeiro e Londres/Inglaterra
– esta será a minha 4ª experiência com a British em voos de longa duração, já voei antes nos seguintes trechos: Londres/Singapura (classe Executiva do Boeing 747), Rio/Viena (classe Econômica Plus do Boeing 777) e Londres/Rio (classe Econômica do Boeing 777)
EMISSÃO DA PASSAGEM
– a passagem foi emitida com muita antecedência, logo que comecei a planejar a “Around the World Tour” (junho de 2015) com pontos do Programa Fidelidade da TAM: foram 65.000 para voar de classe Executiva do Rio para Joanesburgo/África do Sul, com conexão em Londres, utilizando os serviços da British Airways, considerada a 20ª melhor companhia aérea no ranking Skytrax de 2015
– na época da emissão, a partir do site da TAM, só era possível emitir passagem para este trecho na classe Econômica, por isso tive que fazer uma ligação para a Central de Atendimento para conseguir garantir o meu bilhete
– as regras da aliança global One World, da qual fazem parte a LATAM e a British, trazem algumas oportunidades para aquelas pessoas que não se importam em pegar voos mais longos do que o normal para ir de uma cidade a outra: a quantidade de pontos para a emissão de bilhetes-prêmio é determinada pela “Ponta A” e “Ponta B”, não fazendo diferença a quantidade de escalas ou conexões; o trecho da América do Sul para África do Sul é considerado curto, portanto, o número de pontos exigido para este voo é baixa
TENTATIVA DE CHECK-IN ANTECIPADO
– a British cobra para a reserva antecipada de assento, até mesmo para os passageiros da Business Class; o check-in on line é aberto apenas 24 horas antes do voo, momento em que se torna possível escolher onde você vai sentar durante as muitas horas de viagem
– na noite anterior, acessei o site da British e tentei fazer o meu check-in, pois queria garantir um lugar bom para tirar fotos de dentro da aeronave, preferencialmente uma janela, o mais a frente possível; infelizmente, não consegui, depois de preencher todos os dados exigidos, recebi a seguinte mensagem:
– a viagem seria feita em véspera de feriadão (dia 26 de maio foi dia de Corpus Christi), portanto, chegar no Aeroporto Internacional do Galeão é sempre uma emoção enorme, estar com o check-in é medida preventiva, oportuna e importante, pois pode significar não perder o voo
CHECK-IN NO AEROPORTO DO GALEÃO
– apesar de minha expectativa de pegar um imenso engarrafamento para chegar no Galeão, felizmente, isto não se confirmou: cheguei às 19:10h, com bastante antecedência para o voo marcado para 21:45h
– decidi ir de carro, pois o Edifício-Garagem do aeroporto foi ampliado, reformado e os preços foram revistos, por isso, mesmo para o período de 10 dias da minha viagem, vale a pena pagar o estacionamento
– a British migrou recentemente para o Terminal 2 do GIG, o que é positivo, pois o Terminal 1 para mim é terrível, aguardo ansiosamente por seu reforma; o aeroporto estava cheio, os balcões de todas as companhias aéreas estavam com filas, muitas pessoas aproveitando o feriadão para viajar e passear fora do Rio de Janeiro
– fui direto para a área de check-in da companhia, localizada na sessão D, guichês D11 a D20; no balcão dedicado para os clientes da First Class ou portadores do cartão Emerald da aliança One World (meu caso) havia somente 01 pessoa na fila; fui atendido às 19:20h pelo funcionário Rafael, muito atencioso; registrei que não tinha conseguido fazer o procedimento pela Internet e ele informou que isto acontece quando o sobrenome constante do passaporte é diferente daquele da reserva (isto é real, quando emito passagens com pontos da TAM, parte do meu nome é incorporada ao meu sobrenome e gera esta confusão)
– com relação ao assento, infelizmente, não consegui o que eu queria, o voo estava lotado, mas peguei a última janela disponível, na última fileira da classe Executiva; antes de 19:25h, terminei o processo (recebi também o cartão de embarque para o próximo voo – de Londres para Joanesburgo)
– além da British, várias companhias aéreas tinham migrado recentemente para o Terminal 2 do GIG, afinal a parte nova do aeroporto (chamada de Pier Sul) tinha sido inaugurada naquela semana; o fluxo de passageiros estava intenso; no controle de segurança, a fila estava grande, mas andou rápido, levei 10 minutos para vencer a fila dos aparelhos de raio-x
– já na área do controle de passaporte, a realidade era outra: muita confusão e bagunça, cheguei às 19:55h e fiquei na fila até 20:20h; a Polícia Federal implementou um sistema eletrônico de leitura de passaporte (catracas que fazem leitura digital do passaporte, uma foto é tirada do passageiro, que é liberado em seguida), mas que sofreu uma pane naquele momento
– de fato, os funcionários da Polícia estavam meio perdidos, apesar de muito bem intencionados, e aprendendo a gerenciar a fila, que só crescia; o software da catraca não funcionava direito e demorava a ler os passaportes dos passageiros; o sistema não conseguia ler alguns documentos e as pessoas eram direcionadas para o atendimento “manual” nas cabines (os estrangeiros saindo do Brasil eram atendidos desta forma)
– reparei que o controle de segurança e o controle de passaporte são feitos neste novo Pier do GIG, mas os portões de embarque utilizados são aqueles da antiga estrutura do Terminal 2; a parte nova é moderna e ampla; uma área central perto das escadas rolantes foi criada com algumas barracas para lanches rápidos; alem disso, os painéis eletrônicos com as informações sobre os voos são novos e trazem as informações do tempo de deslocamento até eles
– é possível perceber também que a parte antiga do Terminal 2 sofreu melhorias, com novo revestimento no teto e com pisos encerados; os reflexos da privatização estão cada vez mais aparentes no aeroporto carioca
SALA VIP
– cheguei na Sala VIP que a British está usado nesta parte do Galeão por volta de 20:40h; é a mesma estrutura provisória que já tinha visitado em maio de 2015 quando estava a caminho de Nova York (voando com a TAM): o espaço é simples e improvisado, pouco acolhedor e estava lotado
– no buffet servido, s seguintes opções eram oferecidas: salada, frutas (maçã e goiaba), minipizza, mini-pastel, escondidinho de queijo e presunto, 02 tipos de sanduíche – queijo e peito de peru defumado) e 03 tipos de doces para sobremesa; tudo muito simples, sem apelo visual algum; para beber, sucos (laranja, pêssego e goiaba), vinho tinto e branco (nacional) algumas opções de destilados
– fiquei lá até 21:50h e parti antes mesmo do embarque ser anunciado pela funcionária da Sala VIP, pois tive que resolver um problema de última hora: o meu cabo de recarga do telefone não estava funcionando direito, preferi não arriscar e fui comprar um novo, gastando absurdos R$ 100,00 por um “genérico”
EMBARQUE NO BOEING 777
– o embarque seria feito no Portão 39 (menos de 02 minutos de caminhada a partir da Sala VIP) e foi iniciado às 22:00h; o procedimento é organizado: primeiro as prioridades por lei, depois os passageiros da classe Executiva e passageiros com algum tipo de privilégio da One World, seguidos das pessoas sentadas nas filas 20-29 e, por fim, aquelas sentados entre as filas 30-40
– parte dos Boeings 777-200 que compõem a frota da British podem carregar até 224 passageiros em 04 Classes: 14 na Primeira Classe (“First”), 48 na classe Executiva (“Club World”), 40 na Econômica Plus (World Traveller Plus) e 122 na classe Econômica (“World Traveller”); o avião escalado para este voo tinha o prefixo G-YMMK, está equipado com 02 turbinas Rollys Royce e foi entregue novo à British em dezembro de 2000
– o meu assento era o 15A, uma janela no lado esquerdo da aeronave; a configuração é 2x4x2 e a estrutura de poltronas que a British instalou na classe Executiva é peculiar: todos os passageiros sentados nas janelas viajam de costas para a frente do avião e de madrugada precisam “pular” as pernas daquelas pessoas que estão sentadas no assento do corredor caso queiram ir ao banheiro; da mesma forma, quem está sendo nos assentos do meio, não têm acesso direito ao corredor; justamente o meu assento é uma exceção a este problema, como é o último da classe Executiva, eu não precisei incomodar ninguém durante o voo
– na poltrona à minha frente viajava um passageiro ilustre: Ronaldinho Gaúcho, muito assediado por fãs, pedindo para tirar fotos com ele
– tive que ficar no celular tentando resolver um monte de problemas do trabalho e simplesmente, sem querer, recusei o champanhe de boas-vindas; junto com a “necessaire”, que é básica e sem charme algum, o menu do serviço de bordo é entregue pela tripulação: é simples, feito de papelão branco, com as opções de jantar, café da manhã e bebidas diversas apresentadas em inglês e português
– os anúncios da tripulação são feitos em inglês e as instruções de segurança são apresentadas no sistema de vídeo, em inglês mas com legenda em português
– neste avião, não havia sistema de conectividade a Internet, portanto, não seria possível ler e-mails ou postar algo nas redes sociais enquanto cruzava o Oceano Atlântico
– os botões de comando da poltrona ficam localizados a esquerda, no console que divide as poltronas, perto do lugar de onde se puxa a mesa utilizada para a refeição; há 01 tomada para carregar aparelhos eletrônicos, localizada na parte inferior deste console, logo acima de uma gaveta, onde o passageiro pode guardar o sapato ou objetos pessoais
VOO
– o atraso já era grande e, finalmente, o pushback foi iniciado às 22:35h, quase 01 hora depois do horário oficial de partida; o taxiamento foi lento e iniciamos a aceleração para decolagem somente às 22:52h; foram 32 segundos de corrida para deixarmos o solo carioca e iniciar a viagem até a Inglaterra; pegamos uma leve turbulência enquanto ganhávamos altura
– o serviço de bordo foi iniciado às 23:10h, mas só fui atendido 20 minutos depois; para começar, um champagne, que estava refrescante e delicioso, com um pacotinho de nuts
– as 02 opções de Entrada eram salmão ou mozzarella de búfala (mais salada) e as 04 alternativas de Prato Principal eram filé com manteiga de ervas finas e ragu de cogumelos, peito de frango com polenta gratinada, risoto de açafrão ou salada com salmão chileno e massa com infusão de gengibre
– ficar na última fileira da classe Executiva significa que você será atendido por último e traz sempre o risco de algumas opções do menu não estarem mais disponíveis e foi o que aconteceu comigo: a entrada de mozarela de búfala tinha acabado, a comissária se desculpou, pois somente 07 tinham sido embarcadas; como não gosto de salmão, a minha Entrada se resumiu à salada, que estava apetitosa; um chocolate é servido junto; para beber, pedi que a comissária escolhesse o champanhe para mim, ela ficou um pouco sem graça com o meu pedido, mas me serviu o brut
– a minha escolha de Prato Principal foi o filé: estava excelente, mas quem gosta de carne mal passada (não é o meu caso!) não ia gostar; o ragu de cogumelos em cima da batata assada estava delicioso; a delícia de duplo chocolate com calda de frutas vermelhas servida como sobremesa estava muito boa; enfim, foi uma ótima refeição, que foi encerrada às 00:55h; a atitude da tripulação foi exemplar durante o serviço de bordo: a comissária Lynn me atendeu com prazer, com postura sempre atenciosa; os talheres de ferro trazem a marca da Brisith
– uma vez recolhidas as bandejas do jantar, as comissárias passam oferecendo produtos de Free Shop: a British não vende souvenir a bordo, portanto, não foi possível alimentar o meu costume de comprar miniaturas de avião
– matada a fome, chegou a hora de testar o sistema de entretenimento do B777 da British: a tela de vídeo, que fica “escondida” na parede da estrutura do assento, é ultrapassada, de baixa resolução; o controle remoto tem cara de “jeito velho”; o fone de ouvido é muito bom, o isolamento acustico funciona bem; em termos de conteúdo, é possível fazer pesquisas dos filmes disponíves de várias formas, inclusive com relação às línguas: somente 03 filmes em português, não me interessei em ver nada, decidi dormir
– a poltrona se transforma em uma cama “full flat” (180 graus) com o acionamento de um único botão: o assento se projeta para frente e o apoio de pés abaixado completa a estrutura, que poderia ser um pouco mais larga; o travesseiro é de bom tamanho e o cobertor é confortável, um ambiente propício para um descanso merecido e necessário
– dormi um sono bom até 05:10h, levantei para ir ao banheiro, que estava limpo e cheiroso, a tripulação se esforça para deixá-lo sempre assim; passando pela “cozinha”, descobri que a British monta um mini-bar perto para os passageiros da Business Class: bem variado, gostei; deitei de novo e cochilei até 06:40h
CAFÉ DA MANHÃ
– eram 07:05h quando as luzes da cabine se acenderam: era o aviso de que o café da manhã seria servido; muitos passageiros ainda dormiam e não se levantaram, por isso, não demorou muito para que eu fosse atendido
– primeiro, foi servido um prato de frutas, pães a escolher (eu peguei um croissant) com manteiga e geléia de morango; café e chá foram oferecidos; depois é servido o prato quente: neste voo, um crepe de maçã, que estava simplesmente maravilhoso; pedi um suco de laranja para acompanhar; mais uma vez, a atitude das comissárias foi perfeita
– a manhã lá fora estava deslumbrante: durante algum tempo fiquei contemplando a paisagem de céu azul escuro e um “mar” de nuvens brancas
POUSO E DESEMBARQUE REMOTO
– nesta época do ano, a cidade de Londres tem um fuso horário de +4 horas com relação à Brasília
– o Piloto anunciou que já estávamos próximos do pouso às 12:20h, informou também que o tempo estava bom em Londres e que o pouso estava previsto para 12:45h; o trem de pouso foi armado às 12:42h e tocamos o solo da capital inglesa de forma segura 03 minutos depois, exatamente no horário que tinha sido informado
– depois de um longo taxiamento, encostamos em uma posição remota às 12:55h, encerrando com sucesso mais um voo transatlântico da maior companhia aérea do Reino Unido; na descida do avião e antes de entrar no ônibus que aguardava os passageiros, foi possível tirar fotos da enorme turbina esquerda do Boeing 777, fabricada pela Rolls Royce
Avaliações anteriores – Voando com a British:
- Rio-Viena, via Londres
https://voandoeavaliando.com.br/2016/01/20/voando-com-british-airways-gig-vie/
- Amsterdã-Londres
- Salzburg-Londres
https://voandoeavaliando.com.br/2016/01/09/voando-com-a-british/
AVALIAÇÃO GERAL: a viagem com a British começou mal por 03 motivos, afinal, não consegui antecipar o check-in pela Internet, a Sala VIP provisória que está sendo utilizada é muito fraca e um atraso de quase 01 hora na decolagem; o atendimento da companhia no Galeão foi rápido e eficiente, diferente da confusão que enfrentei no controle das autoridades brasileiras; o Boeing 777 que fez o voo é antigo e isto está refletido na qualidade do sistema de entretenimento, que podia ser mais moderno; a atitude profissional e atenciosa da tripulação durante todo o voo, sem dúvida, é um ponto de destaque extremamente positivo; da mesma forma, me agradou muito a qualidade das refeições (no jantar, o ragu de cogumelos e no café da manhã, o crepe, estavam nota 10); a poltrona na posição cama permite um bom sono, mesmo para pessoas que “ocupam mais espaço”, como eu; a necessaire é, inexplicavelmte, muito básica; em síntese, foi uma experiência de altos e baixos, mas com saldo positivo
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