Voando com a Passaredo (GRU-GIG)
– esta será minha 1ª experiência com a Passaredo, no ATR-72/500, o avião turbo-hélice fabricado pela empresa franco-italiana Avions de Transport Régional, que tem sede em Toulouse/França
– comprei a passagem pelo site da Passaredo: processo é simples, mas requer um cadastro obrigatório do passageiro, nada complicado; paguei R$ 180,00 + taxas para os 02 voos: de Guarulhos para Ribeirão Preto e de lá para o Galeão; achei o custo beneficio muito bom
– fiz o check-in na noite anterior: processo simples, facilitado pelo cadastro prévio
– cheguei em Guarulhos no Terminal 2, depois de um voo da Avianca; peguei o ônibus-circular gratuito que o aeroporto oferece para o Terminal 1: precisei de 20 minutos para fazer esta transição; há paradas na parte leste do T2, depois no T3 (parte nova, embarques internacionais) e, finalmente, o T1; o “busão” estava lotado
– cheguei nos guichês vazios da Passaredo (são 04, dos quais 03 funcionavam, apesar do baixo movimento); troquei meus cartões de embarque (a impressão que fiz em casa ficou sem formatação) e fui atendido com extrema eficiência
– o T1, mesmo sendo o menor de todos os terminais em Guarulhos, é espaçoso, ainda mais considerando que só atende aos passageiros da Azul e Passaredo, que voam com aviões pequenos; tem alguns restaurantes (fast-food) e lojas; já conta com as catracas eletrônicas: é preciso passar o cartão no leitor para ter acesso ao saguão de embarque
– com tempo de sobra, aproveitei para fazer um lanche na loja do Rei do Mate em frente ao portão 102: pão na chapa com requeijão + um mate natural com limão = R$ 13,50
– Embarque anunciado as 12:02h: primeiro as prioridades por lei e, como a porta de entrada fica na parte de trás da aeronave, em seguida são chamados os passageiros da parte da frente do avião e, por fim, os da parte traseira
– a caminhada até o avião é rápida, poucas dezenas de metros; parei para fotografar o ATR e levei um puxão de orelha: o uso de aparelhos eletrônicos não é permitido no pátio; só consegui dar um único click
– o ATR que faria o voo tinha o prefixo PP-PTQ (apelidado de Quero-Quero – todas as aeronaves da empresa têm nome de pássaros típicos do Brasil), fabricado em 2009, tendo voado antes pela Trip e Azul, antes de ser incorporado à frota da Passaredo em janeiro de 2015; a cabine está bem conservada, são 17 fileiras na configuração 2×2, em classe única; teríamos 67 passageiros neste voo lotado; neste tipo de avião, só há 01 banheiro a bordo, na parte traseira; o meu assento era o 15A, lado esquerdo, janela
– o ATR é utilizado para voos regionais, de curta duração, portanto, não traz muito conforto a bordo: o assento é de couro azul escuro, há pouco espaço para as pernas e o bagageiro é muito pequeno, malas que normalmente cabem no A319 ou B737, não caberiam aqui; não há sistema de entretenimento, nem mesmo coletivo
– 02 comissárias são responsáveis pelo voo e se mostraram sempre muito cordiais (Ane Macedo e Kelma Oliveira)
– o push-back foi feito às 12:25h e a decolagem pontualíssima se deu às 12:30h: percorremos por 32 segundos a pista paulistana; a posição que uma das Comissárias assume neste momento é bem interessante: ela fica de frente para os passageiros, sentada bem no meio da aeronave
– na Passaredo, o uso do celular em modo avião é permitido após a decolagem (Avianca, acorda!!!), portanto, tirar fotos durante o voo não seria um problema
– a cabine estava um pouco quente na parte inicial do voo, o ar-condicionado não funcionava direito; na parte final, a cabine ficou em uma temperatura muito agradável
– uma das Comissárias informou: previsão de 55 minutos de voo até Ribeirão Preto; os anúncios eram sempre feitos em português e inglês
– o serviço de bordo é extremamente simples: se resume a um copo de água (o guardanapo e o copo de plástico não trazem a logomarca da Passaredo); ainda bem que fiz aquele lanche em Guarulhos…
– o Comandante não se dirigiu aos passageiros em nenhum momento do voo; eu acho isso muito ruim, é importante que os passageiros ouçam do capitão as informações básicas do voo, isto traz confiança; apesar disso, o voo foi muito tranquilo, com alguns desvios das nuvens e com a paisagem verde podendo ser apreciada
– a Passaredo tem uma revista de bordo: PASS; achei as reportagens interessantes, um bom passatempo, especialmente para um voo de curta duração; na última página, estão listadas as 20 cidades atendidas atualmente pela malha da companhia; o cartão com instruções de segurança é bem didático
– a preparação para pouso foi solicitada pelo Comandante “Mudinho” às 13:00h; o trem de pouso foi baixado às 13:16h e tocamos o solo do interior paulista às 13:22h, um pouso muito tranquilo (as fotos tiradas da janela não são boas, o vidro da aeronave impedia registro melhores)
– o PP-PTQ era o único avião no pátio, o que indicava que ele também faria o trecho final da minha viagem de Ribeirão Preto até o Galeão; rapidamente, o pessoal de terra já trabalhava na atividade de descarregar o avião para, logo em seguida, carregar com a bagagem dos passageiros que iriam para o Rio de Janeiro
– para descer do avião e embarcar novamente não demorei nem 15 minutos: o Aerop. Leite Lopes é pacato, mas Azul, Gol e TAM também operam nele; há somente uma lanchonete e livraria; o saguão da sala de embarque é muito modesto, sem surpresas
- O saguão de embarque em RAO
- O portão de embarque e o ATR ao fundo
– o embarque foi anunciado às 13:45h e os passageiros embarcam muito rápido, com uma rápida caminhada até a aeronava; teríamos 80% de ocupação neste voo; a tripulação foi trocada, novos profissionais da aviação me levariam de volta para casa; as Comissárias eram Ana Montenegro e Juliana Bassan (Chefe de Cabine), que fez os anúncios de praxe e apresentou toda a tripulação

Trator pronto para dar o push-back no ATR-72: rumo ao Rio/GIG
– agora meu assento era o 15D, mesma fileira do voo anterior, mas, desta vez, na janela do lado direito
– o ligeiro push-back foi feito às 13:51h e 05 minutos depois decolamos, bom o Capitão acelerando as 02 hélices na potência máxima por apenas 23 segundos para fazer o ATR voar; a duração do voo até a Cidade Maravilhosa foi anunciada: 1 hora e 35 minutos
– o voo foi muito tranquilo, foi ótimo apreciar a paisagem, aproveitando o voo mais baixo deste tipo de avião; aproveitei para fotografar a cabine e o pequeno banheiro: para usá-lo, é preciso muita atenção, o espaço é muito pequeno, cada movimento precisa ser muito bem pensado…
– Anúncio 15:12h; trem de pouso 15:19h, pouso 15:22h, estacionamos as 15:25h em uma posição remota do GIG

Aproximação para pouso no Galeão na pista paralela à Linha Vermelha
AVALIAÇÃO GERAL: o destaque deste Flight Check, sem dúvida, foi a pontualidade “britânica” da operação da Passaredo: os 02 voos foram extremamente pontuais e é possível perceber que a equipe de solo (Guarulhos e Ribeirão) trabalha de forma coordenada para que os voos partam no horário previsto; o ATR escalado para os voos é um dos mais velhos da frota e está bem conservado, mas é um avião apertado, pessoas grandes podem ter desconforto voando nele; o serviço de bordo está no limite do básico: água; a atitude das 02 tripulações de cabine foi correta e cordial, mas vale o registro negativo da falta de interação dos Comandantes com os passageiros; a Passaredo está em um processo de reposicionamento, depois de passar muitas dificuldades a partir de 2012, quando entrou em processo de recuperação judicial; em resumo: a minha 1ª experiência com a Passaredo foi muito boa

Para as muito boas!
Os vôos de ATR são suaves nas decolagens e pousos, mas seu pequeno tamanho o deixa mais exposto às turbulências.
Eu gosto de voar nestes equipamentos e recomendo a todos que tiverem esta opção em sua rota.
Concordo, Fábio. As turbulências neste tipo de aeronave são mais incômodas, mas nada que afete a segurança do voo. Os ATRs voam mais baixo, a paisagem é vista de forma diferente.
Curioso realmente a posição da aeromoça sentada no corredor no momento da decolagem. Pode ser de repente uma medida de segurança, de estar acompanhando os movimentos dos passageiros naquela fase do voo?
Júnior, acredito que não, o ATR é um avião pequeno, é preciso aproveitar cada espaço da cabine interna. De fato, ficando ali, o assento da comissária ocupa menos espaço. V&A
Além de transportar de forma segura os passageiros, a Passaredo dispõe um hangar com atendimento para a aviação executiva, disponibilizando serviços de manutenção das aeronaves, treinamento de pilotos e comissários, sala vip para passageiros, serviço de bordo para voo executivo e uma infraestrutura de alta qualidade para toda a tripulação.