Voando com a LATAM (EZE/LIM)

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– o ano de 2016 estava acabando e era preciso fazer contas sobre os pontos que eu tinha acumulado no Programa LATAM Fidelidade para conferir a perspectiva de manter o meu status de Cartão BLACK; para conseguir esta categoria, existem 03 formas:

1) acumular no ano 100.000 pontos em voos LATAM ou One World

2) voar 100 trechos no ano em voos LATAM ou One World

3) acumular 60.000 + 06 trechos em classe superior (Premium Economy ou Executiva) no ano

– a minha situação era complicada para as 02 primeiras regras, por isso, a única alternativa ao meu alcance era comprir a 3ª regra; tendo viajado somente 02 trechos em classe Executiva, eu precisava voar mais 04 no mês de dezembro; de acordo com as regras do Programa, um voo entre Rio de Janeiro e Lima/Peru, com conexão em Buenos Aires/Argentina contabiliza 02 trechos; foi pensando nesta regra que vi a oportunidade de atender à exigência para manter o meu status

– para os amantes de aviação e caçadores de milhas e pontos dos programas de fidelização das companhias aéreas, esta prática de fazer gerenciamento das exigências dos programas é chamada de MILEAGE RUN

COMPRA DA PASSAGEM

– comprei a passagem no final de novembro de 2016, com apenas 20 dias de antecedência; fiz uma série de pesquisas na Internet para voos dentro da América do Sul operados pela LATAM, em busca da melhor relação custo-benefício, sempre para voar em classe “superior”; no final, restaram 02 alternativas: 1) Rio – Assunção/Paraguai – Santiago/Chile – Assunção – Rio ou 2) Rio – Buenos Aires/Argentina – Lima/Peru – Buenos Aires – Rio

– acabei optando pela 2ª combinação de voos, pois não envolvia voos de madrugada; paguei cerca de US$ 1100,00, um valor alto, mas pensando na manutenção do meu direito de upgrade grátis em voos da LATAM ao longo do ano de 2017, valia a pena; no processo de compra, tive alguns problemas de “pegadinha” do site da companhia, algo que já foi alvo de um post específico, pois o mesmo problema aconteceu em outra compra que fiz, confira AQUI; em resumo, por mais que o passageiro escolha a opção de classe Executiva, na combinação de voos, a classe Econômica é inserida, sem alerta algum; consegui resolver o “erro” na ligação para a Central de Atendimento

– o foco desta avaliação será o trecho de Buenos Aires/EZE para Lima/LIM na classe Executiva, voando no Boeing 767, mas trazendo alguns detalhes do 1º trecho da jornada, do Brasil para a Argentina

O VOO PARA BUENOS AIRES

– o Aeroporto do Galeão/GIG estava vazio nesta manhã de sábado; a LATAM ainda não tem uma Sala VIP própria na parte nova e privatizada deste terminal, por isso, os passageiros que podem usar esta facilidade são convidados a utilizar o espaço da concorrente GOL (a análise completa deste lounge pode ser vista AQUI)

– o voo PZ734, do Rio de Janeiro/GIG para Buenos Aires/EZE, foi feito a bordo de um A320 de prefixo PR-MAY, uma máquina fabricada em janeiro de 2006 e que voa desde “0 km” com a LATAM

A320 - GIG - voo EZE

– internamente, a configuração da cabine da classe Executiva era 02 poltronas de cada lado (2×2), com apenas 03 fileiras, total de 12 assentos; na verdade, a LATAM atualmente chama esta classe de cabine de Premium Economy, o que faz justiça: as poltronas são de geração ultrapassada, proporcionam pouquíssimo conforto, não têm encosto para os pés e reclinam muito pouco; o sistema de vídeo é coletivo, instalado na estrutura inferior dos bagageiros; ainda bem que o voo era de apenas 03 horinhas

– o serviço de bordo foi condizente com uma cabine superior: eram 02 opções de prato (frango ou massa), acompanhadas de salada, e bebidas alcóolicas eram oferecidas (eu pedi um vinho branco e água com gás); de sobremesa, uma mousse de maracujá; no geral, foi uma boa refeição

resumindo a experiência desta 1ª etapa: foi um voo bem tranquilo, que partiu e chegou nos horários previstos, o pouco conforto das poltronas e a falta de um sistema de vídeo individual foram os pontos que merecem maior destaque

O AEROPORTO DE BUENOS AIRES

– o maior aeroporto que serve a cidade de Buenos Aires na verdade fica nos seus arredores e é chamado de Ezeiza/EZE; já estive muitas vezes por aqui, mas eu não conhecia a parte mais nova deste Terminal e fiquei muito bem impressionado com a nova estrutura, que é toda nova, com áreas amplas e bem iluminadas, com ambiente moderno; são muitas cadeiras com revestimento de couro (azul e vermelho) em frente aos portões; o piso é de carpete na parte perto das grandes janelas e porcelanato na parte em frente às lojas

– os janelões proporcionam uma ótima visão do pátio de manobra das aeronaves; os vidros estavam limpos e o dia claro, um incentivo a tirar fotos; há muitas cadeiras instaladas bem em frente a eles para que os passageiros fiquem contemplando as máquinas sendo preparadas para seus próximos voos e taxiando

– as janelas limpas permitiram vários registros de aeronaves no pátio: o imponente Boeing 747 da Lufthansa, o Boeing 777 da KLM (com destaque para sua enorme turbina), o tradicional Airbus A330 da Aerolineas Argentinas, o moderno Boeing 787 da LATAM e o clássico Boeing 737 da GOL

– alguns restaurantes (incluindo um Starbucks) e muitas lojas (inclusive um grande Duty Free e aquelas tradicionais bancas de balas e doces argentinos) também fazem parte do ambiente

A SALA VIP DA LATAM

– a LATAM tem uma Sala VIP própria em EZE, onde cheguei às 16:45h, com muita antecedência para o voo marcado para 19:45h; os Lounges das companhias aéreas nesta parte nova do aeroporto ficam em um andar superior, é preciso pegar um elevador ou subir escadas; o portão de entrada do espaço da LATAM causou uma boa 1ª impressão

– na recepção, depois de me apresentar, perguntei sobre a possibilidade de tornar banho; a educada funcionária informou que o banheiro estava com vazamento e interditado, mas eu poderia usar as facilidades da American Airlines, que fica bem em frente

– o espaço estava vazio na hora que cheguei, não havia nenhum voo da LATAM saindo naquela hora; este Lounge não é grande, mas tem muitos lugares e vários ambientes com móveis novos (mesas baixas perto do buffet, vários tipos de poltronas com revestimento em couro, pequeno business center com computadores e telefone e uma pequena área com TV); na parte mais ao fundo há uma mesa grande para até 10 pessoas dedicada para quem quer trabalhar e carregar seus equipamentos eletrônicos, onde fiquei a maior parte do tempo escrevendo as avaliações de voo pendentes; o sistema de wi-fi é gratuito, mas mesmo com poucas pessoas no ambiente, a conexão a Internet era lenta (mas funcionava)

– o buffet me agradou bastante, mesmo não tendo refeição: bem variado, com opções de salada, quiche, pães, frios (peito de peru, rosbife e queijos), salada de frutas e doces, tudo fresco e com sabor; além disso, eram muitas opções de bebida: 04 tipos de sucos, refrigerantes, água, 03 tipos de vinho de boa qualidade (com destaque para o argentino RUTINI, que gosto muito) e vários destilados (vodka, Martini, whisky, etc.)

– para completar, alguns destaques especiais do que a LATAM oferece nesta Sala VIP de Buenos Aires: café Nespresso (com 04 opções de cápsulas), uma geladeira com algumas opções do tradicional sorvete argentino Freddo e uma geladeira com vários tipos de cerveja (argentinas e importadas)

– por volta de 18:30h, fui tomar banho lá no VIP Lounge da American Airlines; na recepção, fui muito bem atendido, havia uma sala de banho disponível e a funcionária me acompanhou até a porta; o chaveiro podia ser algo menos básico e fajuto e mais condizente com um Lounge; o espaço não era grande, mas o suficiente para um bom banho; os produtos (shampoo e sabão líquido) ficam presos na parede e o chuveiro era forte e refrescante

O EMBARQUE NO B767

– eram 19:00h quando decidi deixar a Sala VIP; o embarque do voo LP2426 foi iniciado às 19:15h pelo Portão 6, que fica na parte antiga do Terminal argentino, uma estrutura muito diferente, com cara de ultrapassada, bem mais apertada; por isso, as filas para embarque em uma aeronave que pode levar mais de 200 passageiros estavam embaralhadas no meio das cadeiras

– o Boeing 767 que me levaria até Lima tinha o prefixo CC-CXE, máquina que voa com a LATAM desde junho de 2008; as cores da pintura externa desta máquina ainda trazem a antiga identidade visual da LAN PERU

– na classe Executiva deste B767 estão instaladas apenas 03 fileiras na configuração 2 x 2 x 2 (ou seja, os passageiros da janela não têm acesso direto ao corredor da aeronave), total de 18 lugares (na Econômica a configuração é 2 x 3 x 2, para 234 passageiros), com paredes das divisórias em vinho escuro, que chama a atenção; a cabine Premium estava lotada, 100% de ocupação

– meu assento era a 3J, na última fileira da Business, uma janela no lado direito do Boeing; este lugar é reservado à tripulação nos voos de longa distância, os pilotos reservas que revezam o comando da aeronave descansam nesta área; as poltronas são revestidas com tecido azul claro e cinza claro e tem com protetores de cabeça reguláveis

– na poltrona, não há lugar para guardar pertences pessoais, mas é possível colocar os sapatos em compartimento para instalado embaixo do sistema de vídeo; na parte central e inferior, tem uma tomada para carregar equipamentos eletrônicos; além disso, tem uma porta USB perto do controle remoto

– enquanto eu ainda me acomodava, o welcome drink foi oferecido pela Comissária: taça de champagne, que foi servido em boa temperatura, acompanhada de um potinho de snacks 

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– depois do recolhimento da taça e do potinho, foi distribuída a “tentativa” de necessaire que a LATAM oferece nos voos dentro da América do Sul: na verdade é uma sacola para colocar os sapatos durante a viagem, que vem acompanhada de um tapa-olhos, um par de meias, uma caneta e protetores de ouvido, tudo muito simples

– antes de partirmos, o Comandante se dirigiu a todos e informou, em inglês e espanhol, que teríamos 04 horas e 40 minutos de voo até a capital peruana; Giselle era a Chefe de Cabine desta viagem e fez os tradicionais anúncios pré-voo

O VOO PARA LIMA

– as portas foram fechadas às 19:40h; o pushback foi iniciado pontualmente às 19:45h; o tempo limpo deste final de tarde em Buenos Aires trazia um lindo sol; na posição ao lado, um outro B767 da LATAM (também com as cores antigas) se preparava para mais uma missão; no taxiamento, cruzamos com o B777-300ER da Emirates, que tinha acabado de chegar do Rio de Janeiro/GIG, com o A340 da Aerolineas Argentinas com as cores da aliança global SkyTeam e um B737 também da companhia argentina

– eram 19:55h quando alcançamos a cabeceira da pista de EZE, com o sol quase indo embora, e iniciamos a aceleração por 31 segundos até que o B767 começasse a ganhar altitude rumo a Lima

travesseiros e cobertores foram entregues para cada passageiro logo depois que o aviso de apertar cintos foi apagado

– neste voo, a LATAM não ofereceu menus impressos para os passageiros, portanto, não é possível ter os detalhes das opções de pratos disponíveis, a Comissária fala de forma genérica para cada passageiro, sem maiores informações, anotando as escolhas: carne, peixe ou massa (minha escolha); para sobremesa, eram 02 opções: cheesecake ou salada de frutas (minha escolha); para beber, indiquei que preferia vinho branco (sauvignon blanc ou torrontés eram as opções, pedi para ela escolher para mim)

– neste modelo de aeronave, são 02 banheiros dedicados para os passageiros da Business Class, ambos do lado esquerdo; eles são pequenos, sem nenhum atrativo a mais, com exceção de lencinhos umedecidos (genéricos, sem a marca da LATAM) que estão à disposição em um copinho de plástico

– o sistema de vídeo é individual e tem uma tela de tamanho razoável, mas com baixa resolução; em relação ao conteúdo, não há opções de filme em português, somente espanhol e inglês; o controle remoto fica instalado na parte lateral da coluna central do assento, bem localizado; o fone de ouvido, com a marca da extinta LAN, estava disponível em um espaço na parte lateral da poltrona, envolvido em um plástico e funcionava bem, isolava de forma razoável o som externo

– eram 20:45h quando o jantar foi servido (mais ou menos 01 hora após a decolagem); a Comissária traz uma bandeja montada com as opções que foram escolhidas pelos passageiros; os talheres eram de aço inox e estavam simplesmente “congelados”, eu não conseguia nem ficar com eles na mão! a massa era um nhoque (por sinal, o mesmo prato que foi servido no voo do Rio para Buenos Aires); a Comissária oferece queijo ralado e coloca na hora por cima da massa, que estava com sabor razoável, a salada estava fresca, mas o pão que acompanhou estava um pouco duro; a salada de frutas (maçã verde, abacaxi, kiwi e melão) estava sem graça, na verdade era um “prato” e não uma “salada” de frutas; o vinho branco (que pelo sabor era o torrontés, pois a Comissária não teve a preocupação de me informar qual ela tinha escolhido) estava gelado, com temperatura “no grau”; a água com gás, que pedi para acompanhar, podia estar mais gelada

– as luzes da cabine foram apagadas às 21:15h e eram 21:25h quando o Comandante avisou à tripulação que estávamos próximos de cruzar a Cordilheira dos Andes e, logo depois, a Chefe de Cabine recomendou que todos os passageiros permanecessem sentados com os cintos afivelados; a travessia desta famosa zona de turbulência começou às 21:35h e somente às 22:10h o sinal de apertar cintos foi apagado; neste voo, nada de emoções fortes, o avião chacoalhou muito pouco

– resolvi tentar dormir e deu certo; os comandos da poltrona estão instalados na coluna central do assento, bem localizado; coloquei o assento na posição “cama”; a cabine estava muito fria, peguei o cobertor (que era confortável) e o travesseiro (era pequeno, mas macio) e consegui descansar até 23:50h, quando a tripulação começou a preparar a cabine para o pouso; apesar de curto, foi um sono bom e providencial

– o procedimento de descida para pouso em Lima foi rápido, tanto que o meu ouvido esquerdo doeu muito; lembrei que tinha pego balinhas na saída da Sala VIP lá em Buenos Aires (aquelas que a nossa TAM oferecia na porta do avião em seus voos no Brasil, mas que foram abolidas logo após o processo de fusão com a LAN em 2016), elas me ajudaram a “destravar” meu ouvido

– nesta época do ano, a capital peruana tem fuso horário de -1 hora com relação à Buenos Aires; o trem de pouso foi armado e travado às 23:05h (horário do destino) e pousamos às 00:13h, um procedimento seguro, encerrando mais uma missão do B767 da LATAM

AVALIAÇÃO GERAL: o problema que tive na compra da passagem não pode ser ignorado, pois a LATAM não age com transparência com potencial de prejuízo aos passageiros; o valor foi alto, mas eu não comprei com antecedência, o que poderia ter diminuído o meu “prejuízo”; a nova área internacional do Aeroporto de Buenos Aires me agradou muito, oferece conforto aos milhares de pessoas que passam por lá todos os dias; da mesma forma, gostei bastante da Sala VIP da LATAM, apesar de não conseguir tomar banho lá mesmo; comida e bebida com muita variedade e tudo fresco; o B767 é um clássico e, apesar de alguns detalhes pequenos mais negativos, a classe Executiva traz conforto aos passageiros, adequado para um voo de cerca de 05 horas; o serviço de bordo foi muito bom, apesar do repeteco do nhoque servido nos 02 voos e da salada de frutas “sem graça”; a tripulação teve atitude correta durante todo o voo, atendendo com atenção, sem erros, mas falta aquele glamour típico das melhores companhias aéreas do mundo; no geral, foi uma experiência positiva com a LATAM

_selos LAN PERU

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2 respostas
  1. Natan
    Natan says:

    Olá, boa noite? Valeu pelo relato e uma correção: a diferença de fuso horário entre Argentina e Lima é sempre de duas horas, uma vez que ambos os países não adotam o horário de verão.

    Responder

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